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Indígena vence obstáculos e preconceitos e passa em vestibular de Medicina

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Nascido e crescido na Aldeia Kuikuro, no Mato Grosso, Dyakalo Foratu Matipu é um indígena, da etnia Matipuque. O homem vem chamando a atenção desde o começo de 2019. Primeiro, ele ganhou fama por fazer o desafio dos 10 anos, no Facebook. Ele postou duas fotos com um intervalo de 10 anos entre ambas as imagens. Na foto de 2009, ele ainda vivia na Aldeia Buritizal, localizada na região do Alto Xingu. Na segunda, ele já está trabalhando como técnico de enfermagem no ano de 2019.

Dyakalo sempre gostou de estudar, desde quando começou aos 10 anos de idade. Antes disso, o seu maior sonho de vida era aprender a ler e a escrever. Quando entrou na escola, começou a sentir na pele o preconceito. “Há um preconceito muito forte na escola, no trabalho e até na rua. Sofri preconceito por parte de professores, de colegas, mas sempre fiquei de cabeça erguida, porque nunca deixei ninguém me rebaixar. Meu próprio povo, ao me ver trabalhando de servente de pedreiro, com a roupa toda suja, me chamava de doutor, porque sabia do meu sonho, mas ria de mim”, afirmou em entrevista ao G1.

Agora, o indígena voltou a ser pauta devido a mais uma vitória em sua vida. Ele passou em primeiro lugar para o curso de Medicina em um vestibular realizado na aldeia Kuikuro. Havia seis vagas para Medicina, das quais uma delas foi dele.

Sonho de ser médico

Dyakalo Foratu Matipu contou que soube “que teria vestibular na aldeia um dia antes da prova”. Segundo ele: “Pedi uma moto emprestada para um amigo e fui para a aldeia, que fica a 340 km de Canarana, cidade onde moro. A estrada é de terra e como havia chovido, tinha muita lama. Eu não conseguia me manter na moto. Caía e levantava o tempo todo. Tive que empurrar a moto por mais de 2 horas. Sai às 5h e cheguei na aldeia às 18h40. Assim que cheguei, mesmo sujo de lama, fiz minha inscrição para o vestibular, que estava programado para o dia seguinte, às 9h”.

O rapaz descobriu que seu sonho era trabalhar com a saúde quando tinha seus 13 anos de idade. Isso porque ele via os técnicos de saúde irem trabalhar com os integrantes da tribo, e com isso, viu ser despertado o seu desejo de ajudar o próprio povo. Há 17 anos atrás, ele prometeu para os médicos que tratavam na sua aldeia, no último dia deles (pois o contrato havia acabado), que um dia ele também se tornaria médico.

“Eu acho que a palavra dos preconceituosos me dá mais energia para realizar meu sonho. Eu já tinha prometido há 17 anos, quando o contrato dos médicos que atendiam na nossa aldeia acabou. Lembro que chorei muito quando fiquei sozinho e prometi para mim mesmo que um dia eu faria medicina para ajudar meu povo”, contou o indígena.

Força de vontade

A dica do jovem é simplesmente não se deixar abalar pelos comentários maus e pelo preconceito dos outros. “Meu café da manhã era água, meu almoço era água, minha janta era água. Meu sonho era cuidar do meu povo, mas ninguém me dava oportunidade”, afirmou o indígena.

“Se você quer ser alguém na vida, se você quer ser exemplo de alguém, você tem que ter coragem, confiança. Como diz a Bíblia, os humilhados serão exaltados. No começo ninguém vai te aplaudir, todo mundo pode rir, duvidando da sua capacidade. Mas quando você chegar lá no lugar que você queria, todo mundo te aplaude. A vida dá voltas. Seja forte”, concluiu.

E aí, o que você achou da história desse jovem? Comenta aqui com a gente e compartilha nas suas redes sociais. Para você que se inspirou nesse caso e vai pegar firme nos estudos, aquele abraço.

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