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Jovem egípcio fica rico após decidir capturar escorpiões

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Cansado de estudar, Mohamed Hamdy Boshta decidiu abandonar sua graduação em arqueologia, para caçar escorpiões nos desertos e nas praias do Egito. O objetivo? Extrair o veneno desses pequenos seres vivos para uso medicinal.

Com apenas 25 anos, Boshta é, hoje, o proprietário da Cairo Venom Company. Sua empresa abriga 80.000 escorpiões, em diversas filiais que estão espalhadas por todo o Egito. Além dos escorpiões, a empresa do jovem egípcio também captura cobras para a mesma finalidade.

Veneno de escorpiões

O veneno dos escorpiões é retirado logo depois dos animais serem expostos a uma pequena corrente elétrica. Basicamente, o estímulo auxilia esses pequenos seres a liberarem a toxina.

De acordo com uma reportagem publicada pela Reuters, com apenas um grama, Boshta pode produzir entre 20.000 e 50.000 doses de antídoto. Atualmente, o empresário exporta para a Europa e os Estados Unidos, tanto antídoto, como parte do veneno.

Ainda de acordo com a Reuters, um grama de veneno de escorpião pode valer cerca de US$ 10.000. Todos os produtos, que são exportados pela empresa de Boshta, são destinados à criação de antídotos e uma série de outros medicamentos.

Aqui no Brasil, por exemplo, os valores também são exorbitantes. Segundo Caetano Scannavino, coordenador da ONG Projeto Saúde & Alegria desenvolvido na Amazônia, “1 grama de veneno do escorpião amarelo chega a custar 371 mil reais; da jararaca, 15 mil reais; da urutu, 55 mil reais”.

Amplitude no mercado

Totalmente valorizado pela ciência, o veneno de escorpião tem sido utilizado não só para a produção de medicamentos como também para combater uma das doenças mais temíveis do mundo: o câncer.

Segundo o biólogo Claudio Maurício Vieira, do Instituto Vital Brazil, órgão vinculado à Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro, “a complexidade que torna o veneno do escorpião tão perigoso ao homem é a mesma que possibilita que ele se torne útil para a cura de diversas doenças”.

Seguindo a premissa do biólogo, inúmeras pesquisas para o tratamento de células tumorais, hipertensão e doenças parasitárias passaram a ser desenvolvidas aqui em nosso país.

“As células têm membranas que atuam como proteção, filtrando ações de substâncias externas. Mas as toxinas presentes no veneno do escorpião são capazes de interferir no funcionamento das células”, relata Vieira.

“Como os escorpiões têm um processo evolutivo muito longo, de 450 milhões de anos, seu veneno apresenta uma variabilidade enorme de toxinas, que sofreram seleção e se tornaram cada vez mais sofisticadas. É isso que faz com que algumas espécies sejam tão perigosas ao homem e por isso seu veneno é uma fonte rica para a área de pesquisa”, completa.

De todas as pesquisas com veneno de escorpião que têm recebido apoio aqui no Brasil, uma das principais está nas mãos de um grupo de cientistas de Minas Gerais.

Liderado por Evanguedes Kalapothakis, professor-titular do Departamento de Biologia Geral da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), o grupo de cientistas estuda, desde o ano passado, uma toxina presente no veneno do escorpião-amarelo (Tityus serrulatus).

O escorpião dessa espécie é considerado o mais venenoso da América Latina. Para os pesquisadores, a toxina, que é capaz de penetrar no núcleo celular, pode ser altamente capaz de conduzir a produção de medicamentos para o combate de células cancerígenas.

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