Desde o dia 27 (quarta-feira) de abril, quem entra no Orkut.com tem uma surpresa. Lá, está disposto um comunicado que dá a entender que a rede social poderá voltar à ativa. Basicamente, o recado tem assinatura do desenvolvedor da plataforma, o turco Orkut Buyukkokten, o qual enuncia: “É por isso que estou construindo algo novo. Vejo você em breve!”
Imediatamente, a internet ficou em chamas com essa possibilidade. Enquanto alguns sentiam a nostalgia correndo pelas veias, outros ficaram otimistas pela possibilidade de se ter uma rede social mais humanizada. Seja qual for a visão sobre esse retorno, aqui traçamos uma breve caminhada sobre os recursos e serviços do Orkut, que funcionou de 2004 a 2014.
Em suma, ainda não se sabe se o “algo novo” seguirá as premissas dessa pioneira rede social. Entretanto, uma dose de nostalgia não faz mal a ninguém, não é mesmo?
Perfis
Quando alguém diz que o Orkut abriu caminhos para outras redes, não há exagero algum. Isso porque a maneira de organizar informações serviu de molde para outros projetos que vieram adiante.
Nesse sentido, um exemplo disso são os perfis, que se parecem bastante com os endereços pessoais que temos hoje em dia. Em síntese, o usuário expunha ao público uma foto, um nome, uma descrição e algumas informações pessoais como hobbies, músicas preferidas, livros que lê ou esportes que pratica. Bem parecido com o Facebook não é mesmo?
Enfim, a grande diferença estava nas questões de privacidade. Enquanto você vagava pelas informações de alguém no Orkut, você deixava um rastro que mais tarde seria visto pelo dono da conta bisbilhotada. Ou seja, ela saberia que você tinha entrado no perfil dela. Hoje, podemos ver fotos e vídeos alheios em total sigilo, tendo como única preocupação não curtir um conteúdo sem querer.
A propósito, caso o usuário fosse muito popular, ele teria problemas. Cada internauta podia ter no máximo mil amigos virtuais. Logo, borbulhavam-se perfis que colocavam um “LOTADO” bem grande em suas descrições.
Depoimentos, recados e mensagens diretas
Ao contrário do que se tem hoje, a interação privada não tinha muita vez no Orkut. Isso porque grande parte das interações eram públicas e se dividiam em recados (scraps) e depoimentos.
Basicamente, os recados eram mensagens que as pessoas deixavam para você em seu perfil pessoal. Assim, todos os seus amigos viam o que o sujeito comunicou a você. Porém, surgiu a opção de deixar o scrap privado, mas nada parecido com os textões na DM que temos hoje, pois o espaço da mensagem tinha limitações de tamanho.
Por outro lado, os depoimentos, também conhecidos como depôs, agiam no estilo de uma homenagem a uma pessoa. Inclusive, os internautas brigavam entre si pela presença de seus depoimentos na parte de cima do layout da conta exaltada. Em síntese, essa posição significava que você era um amigo querido.
Por fim, as mensagens diretas, tal como vemos hoje no Instagram, era um recurso disponível, porém ficava deserto. Até porque o grande foco do Orkut era sempre a interação pública e aberta. Dessa forma, o que preenchia esses espaços abertos eram spams e até mesmo mensagem maliciosas.
Correntes
Por meio dos recados, circulavam muito textos prontos e sem muita personalização. Estamos falando das famosas correntes, que até hoje ganham espaço no WhatsApp.
Mas no Orkut, esse fluxo era ainda mais intenso e usual. Nesse sentido, as finalidades das correntes eram muito diversas. Elas iam de teorias da conspiração (como a existência de uma Matrix) até a propagação de vírus (as fotos do rolê ficaram ótimas, clique e veja!).
Sem dúvidas, as correntes davam uma boa poluída nos feeds das pessoas, e esperamos que uma nova versão saiba equilibrar isso de maneira mais prudente.
Comunidades
Aqui estamos lidando com as ancestrais dos grupos de WhatsApp. Da mesma forma que os aglomerados do aplicativo verde reúnem interesses em comuns, as comunidades reuniam pessoas dispostas a falarem sobre um mesmo tema.
Sendo assim, fãs de bandas, torcedores de times de futebol, moradores de uma determinada cidade, dentre outros públicos se aglutinavam nesses espaços virtuais. Em seguida, os usuários interagiam entre si por meio de tópicos, que são uma espécie de postagem capaz de gerar comentários.
A propósito, não havia limitações de membros, tal como existia na lista de amigos dos perfis. Além disso, era possível construir uma comunidade aberta ou fechada, sendo esta última viável de se entrar apenas com autorização dos moderadores.
Por essas e outras, o Orkut mudou a forma das pessoas se relacionarem na internet. Todavia, a rede social não conseguiu o mesmo destaque em muitos países do mundo da mesma forma que se propagou no Brasil. Logo, o Facebook assumiu relevância mundial, assumindo até mesmo domínios que eram dessa vovozinha das redes que agora está em vias de voltar à ativa.