A lua é um dos corpos celestes mais pesquisados. Esse nosso vizinho cósmico é o único corpo do sistema solar que os humanos já pisaram, mas parece que o que se conhece a respeito dele é pouco. Tanto que novas descobertas, sempre, são feitas. Como no caso de a lua poder ter tido anéis estilo Saturno.
Hoje em dia, nenhuma das luas vistas no nosso sistema solar tem anéis. No entanto, um estudo recente sugeriu que, se esses anéis fossem formados, eles poderiam ficar estáveis por até um milhão de anos. Outro ponto interessante é que, entre todos os satélites naturais, a nossa lua poderia ser capaz de sustentar anéis estilo Saturno.
Segundo Mario Sucerquia, astrofísico da Universidade Grenoble Alpes (França), coautor do estudo a respeito da estabilidade de anéis ao redor de luas, o trabalho feito levou em consideração as influências gravitacionais dos planetas e outras luas. Conforme um estudo anterior, publicado em 2022, ele sugeria uma estabilidade em luas isoladas, no entanto não levava em consideração os fatores externos.
Em teoria, os anéis podem se formar no momento em que os detritos surgem após as colisões ou erupções criovulcânicas orbitarem um corpo. Contudo, por mais que várias luas sofram impactos e tenham criovulcões, nenhuma tem anel.
Olhar digital
Nesse novo estudo, Sucerquia e sua equipe, simularam cinco sistemas de luas com anéis durante um milhão de anos. Essa simulações levaram em consideração as forças gravitacionais e movimentos caóticos das partículas para que a estabilidade fosse avaliada.
Como resultado, eles viram que a maior parte das luas, inclusive a nossa, poderia manter anéis estáveis estilo Saturno. O nosso satélite natural teve 95% de chance de sustentar um sistema de anéis.
“Esses ambientes [gravitacionais] hostis, ao invés de destruir os anéis, realmente lhes conferiram grande beleza, criando estruturas como lacunas e ondas, semelhantes às observadas nos anéis de Saturno”, disse Sucerquia.
E o fato de nenhuma das luas terem anéis também foi explicado pelo estudo. Segundo ele, isso acontece por conta de fatores não gravitacionais, por exemplo, radiação solar e partículas dos campos magnéticos dos planetas.
Contudo, essa visão não é compartilhada por todos. Por exemplo, Matthew Tiscareno, cientista planetário do SETI Institute em Mountain View, Califórnia, discorda da conclusão do estudo. Na visão dele, a gravidade das luas teria sido a responsável por causar a colisão das partículas dos anéis nas superfícies delas.
Fonte: Olhar digital
Imagens: Olhar digital