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Meditação ajuda no tratamento de dor de cabeça, mostra estudo

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As pessoas sempre falam sobre os poderes que a meditação pode trazer para quem a pratica. A meditação é basicamente a técnica de se concentrar, de direcionar o foco através da mobilização da vontade para um determinado estado consciencial, no qual é acessível ao entendimento sobre si mesmo.

Embora seu exercício seja ligado diretamente à prática das religiões do Oriente, ela pode ser feita para outros fins. Tanto é que um estudo italiano mostrou que fazer técnicas de atenção plena todos os dias traz vários benefícios para as pessoas, como alívio da dor para aqueles que sofrem com enxaqueca crônica e dor de cabeça por conta do excesso de remédios. Segundo sugerem os pesquisadores, a técnica da meditação é uma opção boa como terapia complementar para lidar com a dor.

O que caracteriza a enxaqueca crônica são 15 ou mais dias de dor de cabeça por mês e pelo excesso de remédios agudos para controlar a dor por pelo menos três meses. Por conta desse problema, as pessoas que o têm acabam limitando as suas atividades diárias e isso impacta a vida pessoal e social delas. Para tratar, existem opções farmacológicas e não farmacológicas conhecidas. Contudo, alguns estudos mostram que abordagens com base na atenção plena podem ajudar.

Estudo

Diário do nordeste

Sabendo disso, pesquisadores do Instituto Neurológico Carlo Besta, em Milão, na Itália, que é especializado no tratamento de dores de cabeça, avaliaram 177 pacientes divididos em dois grupos. Os grupos foram: o de tratamento normal, que foi orientado sobre diminuir os remédios usados em excesso, cuidados de saúde corretos, estilo de vida e uso certo dos remédios; e o segundo que teve as mesmas orientações, mas uma intervenção com a prática de mindfulness.

Esses participantes fizeram seis sessões de meditação em grupo, presencial, por 90 minutos, uma vez por semana e receberam orientações de como praticar individualmente entre sete e 10 minutos. Eles então foram instruídos a praticar em casa, tendo como objetivo se concentrar na respiração, reconhecer os pensamentos, sentimentos e emoções emergentes. Além disso, eles também foram incentivados a compartilhar informações sobre a dor de cabeça, aceitar melhor a doença e entender quando precisam ou não de remédios.

Depois de um ano, os participantes que tiveram as intervenções de atenção plena apresentaram uma queda maior que 50% na frequência de crises de dor de cabeça comparados quando começaram o estudo e também com relação aos que fizeram somente o tratamento normal. Esse grupo da meditação também teve um aumento em seu tempo produtivo, melhorou a qualidade de vida e disse ter diminuído a ingestão de remédios.

De acordo com Maria Ester Azevedo Massola, coordenadora da Equipe de Medicina Integrativa do Hospital Israelita Albert Einstein, os resultados são importantes porque mostram o potencial da meditação como uma abordagem complementar para o tratamento de dor de cabeça.

Ainda de acordo com ela, os resultados são relevantes porque o uso de remédios em excesso está relacionado com a cronificação da enxaqueca. “A redução no consumo de remédios contribui para a prevenção do problema, ao mesmo tempo em que a diminuição no impacto das cefaleias pode promover uma melhoria substancial na capacidade funcional e na qualidade de vida dos pacientes”, disse.

Meditação e benefícios

Orientu

A coordenadora também lembra que já existem evidências que sugerem os benefícios da meditação para controlar a dor de cabeça, especialmente os estudos relacionados com a Terapia Cognitiva-Comportamental (TCC) e mindfulness.

“Este estudo vem contribuir para a crescente base de evidências que apoiam a inclusão de terapias integrativas no tratamento de diversas patologias. Associar sessões de atenção plena como parte do tratamento padrão oferece aos pacientes uma abordagem não farmacológica para gerenciar sua condição, o que é especialmente relevante considerando os desafios associados ao uso excessivo de medicamentos para a dor de cabeça”, pontuou.

Outro ponto importante dito por Maria é que os participantes que fizeram meditação aprenderam também a técnica de atenção plena no seu autocuidado no controle da dor. Isso dá uma autonomia e empoderamento maior para essas pessoas.

“A atenção plena, caracterizada pela prática de prestar atenção ao momento presente sem julgamentos, capacita os pacientes a desenvolver habilidades para lidar de maneira mais eficaz com a dor e o estresse, resultando na diminuição da frequência e intensidade das crises. Além disso, esta abordagem oferece ferramentas que promovem uma maior consciência corporal, ajudando o paciente a identificar sinais precoces de dor de cabeça e a tomar medidas preventivas antes que a dor se intensifique”, destacou.

Por conta disso que, na visão de Maria, a integração das práticas que promovem atenção plena deve ser considerada como parte essencial no tratamento padrão das pessoas que têm enxaqueca e dor de cabeça.

“Os resultados são encorajadores. No entanto, é essencial considerar que o estudo foi realizado em um único centro especializado em cefaleia, com uma população específica, demandando mais pesquisas para avaliar a eficácia do mindfulness em diferentes populações e contextos clínicos”, concluiu ela,

Fonte: VivaBem

Imagens: Diário do Nordeste, Orientu

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