Mensagens romanas desesperadas foram encontradas em uma prisão da época, e historiadores estudam mais sobre o caso.
Especialistas acreditam que prisões existiam em quase todas as cidades da era romana, mas as ruínas desses locais são extremamente raras, o que dificulta uma compreensão mais profunda sobre como eram e funcionavam.
No entanto, essa nova descoberta pode mudar o cenário.
Em Corinto, na atual Grécia, um arqueólogo identificou os restos de uma prisão romana que data de aproximadamente 1.600 anos, período em que o Império Romano controlava a região e o cristianismo estava em ascensão.
O que chamou a atenção dos pesquisadores foram as diversas mensagens romanas gravadas no chão, supostamente deixadas pelos prisioneiros.
Essas inscrições têm o potencial de revelar aspectos importantes sobre a vida dos romanos encarcerados e o funcionamento dessas antigas prisões. As informações foram divulgadas pelo Live Science.
Mensagens romanas desesperadas
Segundo a equipe que fez a descoberta, as mensagens contêm pedidos escritos em grego antigo. Uma delas menciona “que a sorte daqueles que sofrem neste local sem lei prevaleça. Senhor, tenha piedade daquele que nos colocou aqui”.
Todas as inscrições estavam em fissuras no chão. Outro exemplo mostra que os prisioneiros podiam ficar muito tempo atrás das grades: “mensageiro de Deus, retribua a punição imposta por Marinos, aquele que nos lançou aqui e nos fez passar o inferno”.
Também encontraram representações de jogos de tabuleiro, sugerindo que os prisioneiros encontraram uma forma de entretenimento. Além disso, foram descobertos restos de jarros e lâmpadas no corredor leste da prisão, que forneciam água e um pouco de luz.
Evidências apontam para a existência de uma pequena latrina em uma das câmaras da prisão.
De acordo com os pesquisadores, as descobertas revelam as terríveis condições enfrentadas pelos prisioneiros romanos, que passaram muito tempo em um espaço escuro e isolado.
Império Romano
O Império Romano, por volta de 1.600 anos atrás, estava em um período de transição, tanto política quanto cultural. Esse período é próximo do final da Antiguidade e começo da Idade Média.
Nessa época, Roma se dividia em duas partes: o Império Romano do Ocidente, com sua capital, e o Império Romano do Oriente, centrado em Constantinopla (atual Istambul).
Essa divisão refletia a crescente dificuldade de governar um território vasto e diverso a partir de um único centro de poder.
Além disso, o Império Romano enfrentava desafios internos e externos. Internamente, a política estava marcada por crises econômicas, corrupção, e uma série de imperadores que frequentemente enfrentavam disputas pelo poder.
Externamente, o império estava sob pressão constante de povos bárbaros, como os godos, vândalos e hunos, que ameaçavam as fronteiras e eventualmente contribuíram para o colapso do Império Romano do Ocidente em 476 d.C.
Pontos positivos
Mesmo assim, um dos aspectos mais significativos desse período foi a ascensão do cristianismo como dominante. Em 313 d.C., o Édito de Milão, promulgado pelo imperador Constantino, garantiu a liberdade religiosa no império e legalizou o cristianismo.
Posteriormente, em 380 d.C., declarou-se o cristianismo como a religião oficial do império.
A cultura romana, que até então tinha fortes influências do paganismo e pela mitologia clássica, começou a mudar com a disseminação do cristianismo.
A arte, a arquitetura e a literatura passaram a refletir temas cristãos, e muitas práticas e festividades pagãs se adaptaram para celebrações cristãs.
E mesmo em decadência, Roma ainda era uma cidade de imenso poder e riqueza, com infraestrutura avançada, como aquedutos, estradas, e edifícios monumentais que ainda estavam em uso.
Muitas das leis e instituições romanas continuaram a influenciar a Europa medieval e moderna, deixando um legado na cultura ocidental. Agora, com essas mensagens romanas nas prisões, temos mais informações sobre como era parte da cultura e operações de controle na época.
Fonte: Olhar Digital, Wikipedia