No ano passado, arqueólogos descobriram uma tumba da era romana, com mais de 2.200 anos. Além disso, ela tinha adornos e murais impressionantes, incluindo pinturas de um cão de três cabeças, centauros e outras criaturas.
Ainda, encontraram restos mortais no local. No entanto, até hoje não conseguiram identificar quem foi enterrado ali.
Esqueleto enterrado com diversos objetos
Conhecida como Tumba de Cérbero, a estrutura está localizada perto de uma antiga necrópole da época romana, na atual Itália.
Dentro dela, foi encontrado um esqueleto enterrado de costas, rodeado por vários bens funerários, como potes de pomada e uma ferramenta de higiene pessoal romana utilizada para raspar sujeira, suor e óleo antes do banho.
O excelente estado de conservação dos ossos impressionou a equipe responsável pela descoberta.
Por que teve uma boa preservação?
Ainda não tivemos resultados ou pronunciamentos sobre o que causou essa boa preservação na tumba da era romana, considerando que tem mais de 2 mil anos.
Contudo, alguns motivos podem justificar essa possibilidade de estudo com mais detalhes, especialmente por terem encontrado a tumba em um ambiente seco e estável, com pouca variação de temperatura e umidade, o que impede a decomposição acelerada dos ossos.
Somado a isso, certos tipos de solo, como os que possuem pH neutro ou ligeiramente alcalino, podem ajudar a preservar os ossos, retardando a ação de microrganismos decompositores.
Enquanto isso, a estrutura da tumba da era romana ajudou a proteger os ossos de ações naturais, como água e vento, além dos animais que acabam entrando e danificar os orgânicos.
Por ser um costume cultural, a tumba também tinha vários bens funerários e outros materiais, como tecidos, cerâmica e ferramentas. Assim, ajudou a preservar e criar barreiras de decomposição.
Esses elementos permitiram aos arqueólogos terem um material mais rico para estudar, entendendo mais sobre quem estava na tumba e sobre o povo local.
Por que a tumba da era romana chama Cérbero?
O nome dessa tumba da era romana é Tumba de Cérbero. Essa é uma criatura da mitologia grega, conhecida como o cão de guarda do submundo, o reino dos mortos governado por Hades.
Sua descrição mais popular é como um grande cão com três cabeças, uma cauda de serpente e, em algumas versões, cobras saindo de várias partes de seu corpo.
A função principal de Cérbero era impedir que os mortos deixassem o submundo e que os vivos entrassem.
Essa figura é um personagem famoso em várias histórias da mitologia grega, como a lenda de Hércules em suas 12 tarefas, onde ele precisou capturar o cão.
A referência do nome da tumba da era romana à um personagem grego não é incomum. Afinal, os mitos se conversam em vários momentos. Após a criação de Roma, inspirada na Grécia Antiga, muitas personalidades, deuses e figuras mitológicas migraram.
Ainda, é uma indicação irreverente sobre o mundo dos mortos. Cérbero guarda a entrada do mundo inferior, assim como uma tumba.
Exame de DNA
Apesar da descoberta ter acontecido em 2023, somente nos últimos meses os especialistas começaram a avaliar novamente a tumba da era romana.
Pesquisadores de diversas áreas tentaram aprender mais sobre os humanos. A teoria principal é que ele é “o ancestral da família construtora de mausoléus”.
Amostras antigas de pólen do túmulo mostram que o falecido recebeu tratamento de cremes contendo absinto e Chenopodium, uma planta com flor também conhecida como groselha. Os arqueólogos ainda aguardam resultados de DNA que possam revelar sua ascendência.
De acordo com uma declaração do Ministério da Cultura italiano, a Tumba de Cérbero continua a fornecer informações valiosas sobre a localização do território flegrato.
Esta área é um grande campo vulcânico localizado perto da antiga cidade de Literno.
Assim, as informações encontradas na tumba permitiram ampliar o conhecimento do passado e oferecem oportunidades para pesquisas em diferentes ecossistemas. Foi isso que concluíram os pesquisadores nesse primeiro momento.
Fonte: Olhar Digital
Imagens: Olhar Digital, PxHere