Natureza

Os 6 animais que estão entre os melhores (e mais esforçados) pais da natureza

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Cada um conhece sua própria figura paterna, mas alguns pais da natureza se destacam por sua dedicação. Afinal, se trata da preservação da espécie.

Os pais do reino animal possuem algumas concepções bastante peculiares sobre a paternidade, muitas vezes diferentes do que é tradicionalmente celebrado entre os seres humanos.

Analisando mais de perto, é possível observar que a natureza apresenta motivos válidos por trás dos singulares estilos de paternidade desses animais.

Conheça agora seis pais extremamente distintos que habitam a diversidade da vida na Terra.

6 pais da natureza que se dedicam muito

1. Macacos-de-barbárie

Via Pexels

Assim como os pais humanos que se orgulham das conquistas de seus filhos, como a vitória em um jogo ou a entrada na universidade, os macacos-de-barbárie, primatas nativos do norte da África, mostram seus filhotes como uma maneira de impressionar seus pares e construir conexões sociais.

Esses macacos vivem em grupos de aproximadamente 30 indivíduos, e a importância dos bebês nascidos a cada primavera é evidente em sua rotina diária.

Durante a temporada de nascimentos, os machos cuidam dos filhotes, mesmo aqueles que não são seus próprios descendentes.

Na comunidade dos macacos-de-barbárie, os filhotes de macaco representam prestígio, sendo utilizados para estabelecer conexões sociais e alianças entre os machos do grupo.

Os filhotes também funcionam como uma forma de facilitar a interação com outros machos e compartilhar momentos com eles. Assim como os humanos têm cães, o mesmo acontece com eles, para quebrar o gelo.

Especialistas também descobriram que machos que cuidavam de bebês tinham altos níveis de hormônios do estresse. A utilidade dos bebês na construção de relacionamentos entre machos parece compensar a ansiedade extra que os pais enfrentam.

2. Marsupiais machos

Os marsupiais machos, de forma geral, também são pais da natureza bastante exótica.

Por exemplo, o antechinus se envolve em duas semanas de acasalamento frenético e constante para garantir a sobrevivência de seus genes. Cada macho se acasala com o maior número possível de fêmeas, com cada acasalamento durando até 14 horas antes de sucumbir a um sistema imunológico comprometido, afetado pelos hormônios do estresse produzidos durante o período de acasalamento.

Segundo Diana Fisher, ecologista da Universidade de Queensland, na Austrália, os coalas sofrem de hemorragia interna, úlceras, infecções desenfreadas e parasitas, resultando na perda de pelo.

Ela destaca que esse quadro é mais interessante do que simples exaustão ou falta de alimentação. O motivo do frenesi constante de acasalamento é a quantidade limitada de esperma de cada macho, levando-os a garantir a passagem de seus genes antes que seja tarde demais.

Fisher explica que o sistema reprodutivo dos marsupiais faz com que percam esperma continuamente na urina, mesmo sem acasalamento, o que não oferece razão evolutiva para a sobrevivência além de uma estação.

Via Pexels

3. Aves tetrazes

Dentre os jovens pais da natureza da espécie de aves tetrazes, que habitam os desertos áridos da Namíbia, na África, a água é um recurso fundamental e escasso nos locais de nidificação dessas aves.

Os pais dos tetrazes-da-areia realizam uma jornada extenuante, percorrendo cerca de 200 quilômetros diariamente para abastecer a família em um bebedouro.

Sem outra maneira de transportar água, os machos dessas aves se posicionam em cursos d’água, balançando-se para encharcar as penas da barriga, que retêm a água em espirais semelhantes a pelos.

Esse processo pode levar até 15 minutos, expondo eles a predadores como falcões.

Apesar dos riscos, o esforço vale a pena: os pais-aves retornam ao ninho no final do dia e conseguem fornecer aos filhotes algumas gotas preciosas de água de suas penas.

4. Lombriga

Quando os machos de uma determinada espécie de verme transferem o esperma e o fluido seminal para uma fêmea, estão garantindo a continuidade da espécie, mas também condenando a fêmea à morte.

Isso ocorre porque os fluidos masculinos causam desidratação, encolhimento e morte das vermes fêmeas após o parto, alterando as vias genéticas relacionadas ao envelhecimento.

Embora as lombrigas fêmeas dessa espécie (Caenorhabditis elegans) sejam hermafroditas e capazes de se reproduzir sem a necessidade de machos, os machos precisam de uma fêmea para se reproduzir.

Assim, eles encontram uma fêmea, acasalam e a inseminam com uma dose letal. Esse ato não prejudica a prole, que não requer cuidados parentais.

Contudo, impede que a fêmea se reproduza novamente e crie uma nova família para competir com os descendentes do pai.

5. Peixes-tubo

Os peixes-tubo machos, assim como os cavalos-marinhos, transportam os ovos postos com os filhotes até a eclosão. Eles têm a habilidade de carregar ovos de até quatro fêmeas diferentes para assegurar a prole mais resistente possível.

Os machos ficam grávidos e dão à luz filhotes vivos de ovos que as fêmeas depositam em suas bolsas para gestação.

Enquanto os transportam, os futuros pais sacrificam seus próprios nutrientes e até mesmo o fornecimento de oxigênio para ajudá-los a sobreviver.

Esse ato de cuidado fez com que esses parentes do cavalo-marinho fossem reconhecidos como pais dedicados entre os animais.

No entanto, os peixes-tubo grávidos permanecem aptos para o acasalamento. Se avistarem uma fêmea mais atraente, geralmente abortam alguns de seus ovos.

Durante a reprodução do peixe-tubo, o tamanho é um fator importante: fêmeas maiores costumam ter ovos maiores e mais saudáveis. Para garantir recursos suficientes para investir em um acasalamento mais gratificante, os machos podem parar de fornecer nutrientes para os embriões em desenvolvimento e reabsorver os nutrientes dos abortos.

Os machos do peixe-tubo podem transportar ovos de até quatro fêmeas diferentes, o que pode aumentar as chances de sucesso da prole.

Apesar de algumas mães e irmãos menos afortunados discordarem, para os sobreviventes escolhidos, o peixe-tubo é um pai extremamente dedicado.

Via Pexels

6. Sapo azul

As fêmeas do sapo azul, aquele venenoso, são diferentes da maioria dos outros sapos. Em vez de depositar centenas ou milhares de ovos, elas colocam apenas meia dúzia de ovos preciosos.

Por isso esses pais da natureza são tão dedicados a eles (mesmo que sua forma de cuidado possa nos parecer repugnante).

Os ovos desse anfíbio precisam permanecer úmidos, então os pais devem urinar regularmente sobre eles durante dez dias até que eclodam como girinos.

Após a eclosão dos ovos, o trabalho do pai anfíbio ainda não está concluído. Como principal cuidador, ele deve transportar cada girino, um de cada vez, em suas costas até uma pequena poça de água da chuva adequada que servirá como um ninho individual.

Nos meses seguintes, seus filhotes desenvolverão pulmões e pernas e, eventualmente, se tornarão sapos completamente formados.

 

Fonte: National Geographic

Imagens: Pexels, Pexels, Pexels

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