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Mitos alimentares nos quais você provavelmente acredita

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A alimentação é essencial para manter uma boa saúde, para além de simplesmente frequentar a academia ou beber muita água. No entanto, existem diversos mitos alimentares que são amplamente disseminados.

Agrotóxicos

Agrotóxicos

alffoto/Getty Images

No século 15, o médico suíço Paracelso cunhou uma das frases mais famosas do mundo científico: sola dosis facit venenum, “a dose faz o veneno”. De acordo com ele, tudo pode ser venenoso, ou não, depende da dose. Por exemplo, até algo inofensivo como a água pode fazer mal se ingerida em grande quantidade (acima de 6 litros em três horas pode levar à morte).

Da mesma forma, algo tão venenoso quanto um agrotóxico pode ser inofensivo se for usado na dosagem correta. Portanto, existe um limite dentro do qual os agrotóxicos podem ser usados, sem que haja riscos à saúde. Ele se chama Ingestão Diária Aceitável (IDA), que determina quanto agrotóxico um humano pode ingerir, todos os dias e durante toda a vida, sem ter problemas de saúde por conta do consumo.

Desse modo, esse conceito é usado pelos governos ao redor do mundo, incluindo do Brasil. O limite varia de acordo com a toxicidade do produto, mas tende a ficar entre 0,01 mg e 0,05 mg a cada quilo de comida. O órgão responsável por fiscalizar isso é a Anvisa, num estudo chamado PARA: Programa de Análise de Resíduos em Alimentos.

Assim, em sua última edição, o PARA analisou 12 mil amostras, coletadas de todas as regiões do Brasil. Mais de 80% foram consideradas seguras, enquanto metade não tinha nenhum resíduo de agrotóxico. Vale destacar que o estudo analisa o alimento bruto, isto é, sem lavar e sem descascar. Esses cuidados podem, inclusive, diminuir consideravelmente os resíduos de agrotóxicos, mas não totalmente.

Comidas seguras e nem tanto

Alimentos como arroz, feijão e banana superam 90% de amostras seguras. Porém, o risco é maior em alimentos como morangos, uva, pimentão e abobrinha. O pimentão apresentou somente 11% de amostras aceitáveis. Isso é um problema grave, visto que nove em cada dez pimentões no Brasil apresentam excesso de agrotóxico ou contém tipos que não são permitidos.

Quem corre maior risco com exposição são os agricultores. Um estudo da Universidade Federal de São Carlos revelou que 40% dos lavradores não utilizam todos os equipamentos de proteção necessários. “Eles sofrem intoxicação crônica”, afirma Rosany Bochner, coordenadora do Sistema Nacional de Informações Tóxico-Farmacológicas (Sinitox).

Uma solução simples seria plantar só orgânicos, mas isso não condiz com o modelo de produção, visto que as lavouras orgânicas, em média, rendem menos alimentos. “Hoje é impossível na agricultura extensiva, com a quantidade de alimentos que precisamos produzir, não utilizar os defensivos agrícolas”, diz Pedro Christofoletti, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), da USP. Então, a ideia de que qualquer alimento com agrotóxico seja venenoso é um dos mitos alimentares.

Glúten e lactose: inimigos da alimentação

Fonte: Fá Romero

Outro item na lista de mitos alimentares envolve o temido glúten e a lactose. Muito se fala que o único animal que continua consumindo leite depois de adulto é o homem. Porém, o homem é o único animal a fazer diversas coisas, mas isso não é sinônimo de que seja prejudicial à saúde.

Desde a domesticação dos animais, no tempo das cavernas, o leite esteve entre os alimentos mais importantes, sendo rico em energia e nutrientes essenciais. Por exemplo, 70% do cálcio presente na dieta de um adulto médio vem do leite e seus derivados, como queijo e iogurte.

Dessa forma, a lactose é quem transforma o leite em vilão. O corpo humano produz uma enzima, a lactase, somente para digerir o açúcar presente no leite. No entanto, algumas pessoas não conseguem fabricar lactase o suficiente, causando cólica, inchaço abdominal e diarreia, no caso de consumir leite ou derivados.

“Existem vários níveis de intolerância”, explica Adriane Antunes, professora de nutrição da Unicamp. Se você consome leite e laticínios, e não sente nada de ruim, pode continuar tranquilo. Eles não estão lhe fazendo nenhum mal. Não se trata de uma doença, e sim de uma deficiência do organismo.

Outro alimento polêmico é o glúten. Nesse caso, a alergia é uma doença: a doença celíaca. “Nesse caso, a ingestão de glúten causa uma reação imunológica, e o corpo acaba destruindo as glândulas do próprio intestino”, explica o gastroenterologista Flávio Steinwurz, do Hospital Albert Einstein. Mas apenas 1% a 2% da população é alérgica ao glúten, proteína presente em muitos cereais, especialmente no trigo.

“Se você comer muito carboidrato, vai se sentir mais pesado, ter mais gases”, diz Steinwurz. “Mas isso não significa que [o responsável] seja o glúten. Se você comer muita batata, vai ocorrer o mesmo problema.”

Fonte: Superinteressante

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