Daniel Guimarães Câmara, de 3 anos, lutou muito em seus poucos anos de vida, mas veio a falecer no Hospital Nove de Julho, em São Paulo, na noite de quarta-feira (20), de acordo com sua família. Ele lutava contra a leucemia e, nessa jornada, chegou a receber ajuda do jogador de futebol conhecido internacionalmente, Neymar, para conseguir um doador de medula.
Os pais, naturais de Rio Verde, no sudoeste de Goiás, contaram à TV Anhanguera que conseguiram achar um doador de medula compatível, mas estavam esperando Daniel se recuperar de uma rodada de quimioterapia. Além disso, esperavam os resultados de exames para que o pequeno pudesse passar pelo transplante.
Passagem
Ainda de acordo com a família, neste período, Daniel desenvolveu pneumonia e teve que ir para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), mas não resistiu. Assim sendo, a família criou um perfil em uma rede social para conseguir apoio para o Daniel em achar um doador de medula, assim como para falar de sua luta. Nesse perfil, foram divulgadas algumas palavras de sua mãe, Thirzzia.
“Daniel fez a passagem para mais perto de Deus. Ele viveu lindamente e só temos a agradecer pela chance que nos foi dada de tê-lo recebido nesta vida como nosso filho. Seu corpinho descansou de tanto sofrimento e sua alma seguiu a luz. Que Deus o receba em seus braços”.
A família de Daniel mobilizou a internet para que o máximo de pessoas possível se cadastrassem para se tornarem doadoras de medula óssea. Alguns exemplos de apoiadores da causa são Neymar, César Menotti, Fabiano, Felipe Araújo e Cleber e Cauan.
Em dezembro do ano passado, chegaram a fazer uma carreata em Rio Verde, Goiás, para conscientizar as pessoas sobre a causa. O pequeno Daniel recebeu o diagnóstico há pouco mais de um ano. A família morava em Rio Verde e se mudou para Brasília para ter mais acesso ao tratamento da criança.
Desde que receberam o diagnóstico, os parentes de Daniel atuaram de várias formas para incentivar a doação de medula óssea, ajudando outras pessoas que se encontram na mesma situação em que Daniel estava.
Medula
Segundo a biomédica e diretora do Hemocentro Goiás, Ana Cristina Novais, a medula óssea é encontrada no interior dos ossos e contém células-tronco hematopoéticas. Estas produzem os componentes do sangue, como as hemácias ou glóbulos vermelhos, os leucócitos ou glóbulos brancos, que são parte do sistema de defesa do nosso organismo, e as plaquetas, responsáveis pela coagulação.
“O transplante da medula é uma das alternativas para o tratamento de doenças hematológicas. Ele é importante quando não há mais produção suficiente dessas células. Com o transplante, o organismo pode voltar a produzir essas células tão importantes”, diz Ana.
Segundo o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), o transplante de medula óssea pode beneficiar o tratamento de cerca de 80 doenças, como a leucemia, a aplasia de medula, o linfoma, entre outras.
“Como a compatibilidade é rara, quanto maior for o número de doadores, melhor. Só em uma única doação que parece ser só uma, já é grandioso porque está salvando a vida de uma pesso “, conta a diretora.
Como doar
Dessa forma, o interessado em se cadastrar para se tornar doador deve ter entre 18 e 35 anos, estar em bom estado geral de saúde, não ter doença infecciosa ou incapacitante, não apresentar doença neoplásica (câncer), hematológica (do sangue) ou do sistema imunológico.
Então, basta comparecer a uma unidade do Hemocentro, fornecer os dados pessoais, assinar um termo de consentimento e retirar oito miligramas de sangue. O cadastro permanece ativo no Redome até os 60 anos de idade. Caso haja compatilidade com algum paciente que espera a doação de medula óssea, ele poderá ser chamado.
Fonte: G1
Comentários