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Mutação poderia explicar porque algumas pessoas são notívagas

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Existem pessoas que acordam de manhã com bom humor e vontade de fazer com que o dia seja produtivo. E aquelas que não se encaixam nesse perfil são taxadas de preguiçosas ou sem objetivos para se alcançar. Afinal aprendemos desde cedo que “Deus ajuda quem cedo madruga”.

É certo que o mundo, basicamente, funciona durante o dia. É nesse período de tempo que a maioria das empresas, escolas e faculdades funcionam. Embora a vida diurna seja o padrão a ser seguido existem as pessoas que tem dificuldade em segui-lo.

Conhecidos como notívagos, essas pessoas são um grupo que se sente mais ativo durante à noite. E preferem dormir durante o dia. As dificuldades que um notívago enfrenta para se encaixar nos horários comerciais são muitas. Mas pesquisadores podem finalmente terem achado a causa para algumas pessoas serem assim.

Em 2017, um estudo mostrou que as pessoas que ficam acordadas até tarde e tem dificuldades para acordar cedo na verdade não são preguiçosas. O que acontece é que o relógio interno dela é geneticamente programado para funcionar entre duas e duas horas e meia mais lento que o resto das pessoas. Isso por causa de uma mutação em um gene do relógio biológico chamado CRY1.

“Os portadores da mutação têm dias mais longos do que o planeta lhes dá, então eles estão essencialmente tentando alcançar toda a sua vida”, disse a pesquisadora Alina Patke, da Universidade Rockefeller, em Nova York.

Mutação

Essas pessoas não são aquelas que se forçam a dormir mais tarde vendo um filme ou mexendo no celular. Os verdadeiros notívagos são pessoas que mesmo sem nenhum artifício dormirão mais tarde e acordarão tarde.

Essas pessoas, geralmente, são diagnosticadas em clínicas do sono como tendo atraso na fase do sono (DSPD). E segundo o que os pesquisadores estimam, cerca de 10% da população mundial é afetada por essa condição.

Além do cansaço, pesquisas com DSPD tem vários problemas de saúde porque o corpo está tentando alcançar o cronograma que a sociedade estabelece. Essa condição, normalmente, é associada com ansiedade, depressão, doença cardiovascular e diabetes. E a frustração de ter que levantar de manhã quando o despertador toca.

“É como se essas pessoas tivessem um jet lag perpétuo, indo para o leste todos os dias. De manhã, eles não estão prontos para o dia seguinte chegar”, disse um dos pesquisadores, Michael Young.
No estudo, a equipe mostrou que não é apenas questão do relógio biológico. Eles, na verdade, correm em média duas horas e meia mais lentamente do que o resto da população. O relógio do corpo humano tem cerca de 24 horas. Esse tempo possibilita ao corpo fazer coisas como digestão, sono e reparo celular.

Mas a mutação no gene CRY1, segundo o estudo, faz com que as pessoas que a têm precisem de mais tempo. Patke e sua equipe viram essa mutação há quase uma década, quando uma mulher de 46 anos entrou na clínica de sono depois de se debater com seu ciclo de sono tardio.

Notívagos

E mesmo sendo colocada em um apartamento sem janelas, tv ou internet, a mulher ainda tinha um ritmo circadiano longo de 25 horas e seu sono era fragmentado. E quando a equipe foi estudar seus genes que eles viram que ela tinha uma mutação genética.

A equipe fez seu estudo com 36 famílias turcas. Dos participantes 39 tinham DSPD e tinham a mutação e 31 não. Os portadores tiveram atrasos no início do sono e alguns tinham padrões de sono irregulares.

Para os que não tinham a mutação, o ponto médio do sono foi às quatro da manhã. Para os com o gene foi entre seis e oito da manhã. Isso sugere que o relógio biológico foi empurrado pelo menos duas horas.

Os pesquisadores também deixaram claro que nem todas as pessoas que têm DSPD, têm a mutação genética. Às vezes podem ter outros fatores envolvidos.

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