‘Nova’ forma de magnetismo foi detectada? Entenda o que é o Altermagnetismo

Avatar for Bruno DiasBruno DiasCuriosidadesjaneiro 31, 2025

O entendimento do magnetismo começou milhares de anos atrás. Para se ter uma ideia, já no século VI a.C., Tales de Mileto percebeu que determinadas pedras conseguiam atrair ferro. Com isso, a primeira rocha magnética identificada foi a magnetita, que depois foi usada para fabricar equipamentos. Hoje em dia, existem dois tipos principais de magnetismo: o ferromagnetismo e antiferromagnetismo, contudo, novas evidências sugerem uma nova possibilidade, no caso, o altermagnetismo.

Em um estudo feito pelos pesquisadores da Universidade de Nottingham, no Reino Unido, eles disseram ter conseguido a primeira evidência de uma possível existência do altermagnetismo, que seria um terceiro tipo de magnetismo. De acordo com os pesquisadores, essa descoberta pode impactar, de forma significativa, o estudo a respeito de materiais supercondutores, além de contribuir no desenvolvimento de memórias magnéticas de alta velocidade.

A primeira vez que o altermagnetismo foi proposto, foi em 2022. Nessa época não houve nenhuma evidência empírica apresentada, mas agora, esse novo estudo mostra dados que podem confirmar sua existência. Eles foram detectados em uma análise do telureto de manganês (MnTe), um composto químico formado por manganês (Mn) e telúrio (Te).

Altermagnetismo

Tecmundo

No experimento, os pesquisadores usaram uma técnica com raios X em polarizações diferentes, expuseram o material a uma luz polarizada específica e registraram regiões no MnTe que revelaram as primeiras evidências do altermagnetismo: a simetria de reversão de tempo.

Com tudo isso sendo foi feito para encontrar provas dessa nova forma de magnetismo, surge a dúvida dela ser tão relevante e quais as diferenças entre ela e os outros dois tipos?

“Tivemos dois tipos bem estabelecidos de magnetismo. Ferromagnetismo, onde os momentos magnéticos, que você pode imaginar como pequenas setas de bússola na escala atômica, apontam todos na mesma direção e o antiferromagnetismo, onde os momentos magnéticos vizinhos apontam em direções opostas — você pode imaginar isso mais como um tabuleiro de xadrez de peças brancas e pretas alternadas”, disse Oliver Amin, um dos autores do estudo e pesquisador na Universidade de Nottingham.

Conforme os pesquisadores, o magnetismo de um material está relacionado diretamente com o alinhamento dos momentos magnéticos dos elétrons, que são influenciados pelo spin. No caso do altermagnetismo, os momentos magnéticos são orientados em direções opostas e não tem um alinhamento perfeitamente antiparalelo. Isso é visto por conta de uma quebra na simetria de reversão do tempo.

O motivo dessa simetria ser quebrada é porque os materiais tem uma propriedade que, ao reverter o tempo, o spin dos elétrons também é revertido.

Com as evidências que eles conseguiram com o estudo, os pesquisadores criaram vários dispositivos altermagnéticos e acreditam que seus avanços poderão ser aplicados na fabricação de memórias magnéticas de última geração, tendo uma velocidade e eficiência maiores com relação às opções existentes hoje em dia. Eles também pontuaram que o altermagnetismo irá poder contribuir para o desenvolvimento da supercondutividade.

Fonte: Tecmundo 

Imagens: Tecmundo 

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