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O crescimento do tráfico de pessoas no Canal da Mancha

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Assim que assumiu o cargo, a nova Primeira-Ministra do Reino Unido, Liz Truss, comprometeu-se em fechar as portas da ilha para a imigração ilegal. No entanto, apesar dos esforços, pessoas de diferentes países continuam atracando no litoral da Inglaterra em busca de melhores condições de vida.

Só em 2022, 30 mil imigrantes desembarcaram no Reino Unido a bordo de embarcações com estruturas precárias e perigosas. De acordo com a patrulha francesa, outros 30 mil indivíduos foram barrados durante essa mesma travessia, o que demonstra o tamanho desse fluxo.

Fonte: Getty Images

O compromisso de Liz Truss

Durante o governo do Ex-Primeiro-Ministro Boris Johnson, uma de suas políticas imigratórias que geraram polêmicas foi o envio de pessoas indocumentadas para Ruanda, país do leste do continente africano.

Nesse sentido, com a entrada de Liz Truss no cargo houve a expectativa de que essa medida fosse revista, o que não aconteceu. Apesar disso, imigrantes continuam pagando altos valores a traficantes que lhes prometem sucesso na travessia pelo Canal da Mancha. Isso fica nítido nas palavras do general francês Frantz Tavart:

“Com o preço de uma viagem a cerca de US$ 4 mil (R$ 20 mil) e cerca de 40 pessoas em um barco, faça as contas. É extremamente lucrativo, mais do que o tráfico de drogas, e as penas criminais são mais leves”, diz ele à BBC.

Dessa vez, as redes de tráfico de pessoas estão ainda mais sofisticadas, driblando rígidos esquemas de segurança no norte da França e no sul da Inglaterra.

Fonte: BBC

Vale lembrar que as guardas costeiras agora contam com drones equipados com câmeras térmicas, o que permite encontrar pessoas em meio a densas vegetações. No entanto, o sucesso das operações policiais depende de alcançar os contrabandistas, parte esta em que ocorrem maiores dificuldades.

“A vegetação joga contra nós. Os contrabandistas sabem disso e escondem os barcos aqui de propósito”, diz o general Frantz Tavart. Inclusive, é comum que os guardas encontrem barcos prontos para navegarem, com combustíveis e mantimentos. Porém, os tripulantes já estão em processo de fuga.

Redes sofisticadas

Atualmente, as redes de tráfico que mais vêm exigindo das guardas costeiras são aquelas operadas pelos albaneses. Basicamente, é o que registra um alto funcionário da patrulha francesa:

“A nossa hipótese é que eles têm muito mais experiência do que os outros em termos de atividade criminosa, e estão mais habituados a organizar e evitar a polícia. Constatamos que os preços praticados pelas redes albanesas são mais elevados”.

Aproximadamente 60% das pessoas que chegam ao outro lado do Canal da Mancha contam com a ajuda de contrabandistas da Albânia. A propósito, a busca constante pelas terras britânicas se dá pela escassez de mão de obra que se instalou por lá após o Brexit (saída do Reino Unido da União Europeia).

Fonte: Toda Matéria

Durante a elaboração de uma reportagem sobre esse tema, a equipe da BBC encontrou um afegão de 17 anos chamando Sikunder, que passou por um resgate da polícia francesa após dias em alto mar. Na ocasião, os repórteres lhe perguntaram se ele estava ciente de que poderia ir para a Ruanda, recebendo a seguinte resposta do jovem:

“Ouvi falar sobre isso, mas alguns de meus parentes no Reino Unido me disseram que esse plano havia sido interrompido e que poderíamos tentar a travessia”.

Apesar de acreditar nisso, a informação que seus familiares lhe deram é falsa. Afinal, Liz Truss confirmou que vai continuar lutando na justiça para que o envio à Ruanda seja institucionalizado.

Diante disso, Jess Sharman, da ONG Care4Calais diz que toda a crise imigratória se dá pelo fato de as pessoas não poderem solicitar asilo no Reino Unido enquanto estão na França. Conforme defende ela: “Isso pode mudar da noite para o dia se Truss tornar seguro e legal para eles solicitarem asilo”.

Fonte: BBC.

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