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Pessoas solitárias têm uma assinatura cerebral diferente

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cérebro é, sem dúvidas, um dos órgãos mais importantes, complexos e incríveis do corpo humano. Ele é o responsável por tudo que fazemos. Pela forma com que percebemos, o que está em nossa volta, por guardar informações, por desenvolver sentimentos, enfim. São inúmeras suas funções. É tão verdade que, se alguma coisa estiver errada, por menor que seja, podemos ter grandes problemas.

Por isso, é sempre bom mantê-lo na melhor foma possível. E por mais que todos nós tenhamos um cérebro igual, um novo estudo descobriu que os cérebros das pessoas, que vivenciam uma solidão, têm sua própria assinatura neural. Essa descoberta pode ajudar os pesquisadores a entender melhor os problemas de saúde mental.

O estudo foi feito com 38.701 voluntários de meia-idade e mais velhos que fazem parte do projeto de banco de dados de saúde UK Biobank. Ele combinou dados de exames de ressonância magnética com auto avaliações a respeito dos sentimentos de solidão. Com isso, os pesquisadores conseguiram identificar várias diferenças entre os cérebros de quem se sentia solitário com aqueles que não se sentiam.

Cérebro

As diferenças eram ao redor da rede padrão do cérebro. Que é um grupo de regiões ligadas a exercícios mentais, como por exemplo, relembrar, planejar o futuro, pensar nos outros e imaginar cenários.

“Na ausência de experiências sociais desejadas, indivíduos solitários podem ser tendenciosos para pensamentos dirigidos internamente, como relembrar ou imaginar experiências sociais. Sabemos que essas habilidades cognitivas são mediadas pelas regiões cerebrais da rede padrão. Portanto, esse foco intensificado na autorreflexão e, possivelmente, nas experiências sociais imaginadas, envolveria naturalmente as funções baseadas na memória da rede padrão”, disse Nathan Spreng, neurologista da Universidade McGill, no Canadá.

Os pesquisadores analisaram o que eles chamaram de “solidão característica”. E analisaram seus impactos negativos duradouros que as pessoas experimentam subjetivamente quando se isolam socialmente.

No cérebro das pessoas que se sentiam solitárias, muitas vezes, a rede padrão estava mais fortemente conectada. E também foi observado mais massa cinzenta. Isso sugere que acontecem mais atividades ou capacidades nessas regiões neurais específicas.

Solidão

Além disso, a solidão também estava ligada ao feixe de fibras nervosas que conecta a rede padrão ao hipocampo, que é bastante importante para formar memórias. E os pesquisadores dizem que a atividade cerebral parece estar compensando um vazio social.

“No contexto de pesquisas anteriores, especulamos que, na ausência de experiências sociais desejadas, indivíduos solitários podem ser tendenciosos para cognições dirigidas internamente mediadas por regiões cerebrais de rede padrão”, escreveram os pesquisadores.

A solidão já era relacionada com problemas de saúde mesmo antes da pandemia. Alguns problemas foram notados como aumento de pressão arterial, maior risco de desenvolver Alzheimer e morte prematura. Mostrando que as pessoas não foram feitas para ficar isoladas.

Por conta disso, é importante que os cientistas e pesquisadores entendam como a solidão se desenvolve e afeta o cérebro. Essa é uma área que as pesquisas ainda têm muito o que desvendar e aprender.

Estudo

E segundo todos os voluntários desse estudo, as mudanças  cerebrais, por conta da solidão, tem mais a ver com o que pode-se chamar de voz interior do que com a forma que o cérebro processa as informações externas. Isso já deve dar uma base boa para os futuros estudos.

“Estamos apenas começando a entender o impacto da solidão no cérebro. Expandir nosso conhecimento nesta área nos ajudará a avaliar melhor a urgência de reduzir a solidão na sociedade de hoje”, concluiu o engenheiro biomédico Danilo Bzdok , da Universidade McGill.

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