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Por que nosso cérebro nos mantém 15 segundos no ”passado”?

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Mesmo sendo um órgão pequeno, o cérebro contém todas as informações de nossas vidas e esconde os maiores mistérios. Justamente por ser um dos órgãos mais importantes do corpo humano, ele sempre está sendo estudado, sem contar que é considerado o objeto mais complexo conhecido no universo.

Ele também está conectado com praticamente todos os nossos sentidos. Nesse ínterim, nossos olhos são bombardeados constantemente por uma grande quantidade de informações visuais. São milhões de formas, cores, movimentos e mudanças constantes ao nosso redor. Assimilar tudo isso não é uma tarefa fácil para o cérebro.

Enxergar

Science Alert

Ademais, o mundo visual muda continuamente por causa de mudanças na luz, ponto de vista e outros fatores. Assim, nossa entrada visual também muda de forma constante por conta do piscar dos olhos e pelo movimento, tanto dos olhos, como da cabeça e do corpo.

Para entender um pouco como esse ruído funciona, o vídeo abaixo mostra. Nele, o círculo branco à direita mostra os possíveis movimentos oculares. E a bolha borrada à esquerda é a entrada visual nervosa em cada momento.

Por mais que os processos sejam muitos, ver não é um trabalho complicado para as pessoas. Ao invés de se perceber as flutuações e o ruído que o vídeo mostra, as pessoas enxergam um ambiente estável.

Cérebro

Study finds

Com isso, surge a pergunta: como o cérebro cria essa ilusão de estabilidade? Essa pergunta é motivo de fascinação de cientistas há séculos, além de ser uma das questões fundamentais na ciência da visão.

Em um último estudo, os pesquisadores descobriram um mecanismo novo que, entre outros, pode explicar essa estabilidade. O que acontece é que o cérebro suaviza automaticamente a entrada visual das pessoas ao longo do tempo.

Ou seja, ao invés de analisar cada instante visual, as pessoas percebem em um determinado momento, uma média do que elas viram nos últimos 15 segundos. Para que o cérebro reúna objetos para parecerem mais parecidos entre si, o órgão engana as pessoas para que elas percebam um ambiente estável.

Por isso, viver no “passado” pode ser a explicação do motivo pelo qual as pessoas não percebem as mudanças sutis que acontecem ao longo do tempo. Em outras palavras, o cérebro funciona como uma máquina do tempo, que continua enviando as pessoas de volta ao passado.

Se o cérebro atualizasse as pessoas em tempo real, o mundo iria parecer um lugar caótico. Seria como se fosse feito de flutuações de luzes constantes, sombra e movimento. Como resultado, as pessoas sentiriam como se estivesse alucinando o tempo todo.

Implicações

Protothema

Claro que com isso acontecendo existem implicações positivas e negativas. O atraso do cérebro é ótimo para evitar que as pessoas se sintam bombardeadas por informações visuais todos os dias. Contudo, também pode representar consequências de vida ou morte quando é necessário uma precisão absoluta.

Um exemplo disso são os radiologistas, que examinam centenas de imagens vendo uma depois da outra. Geralmente, quando os médicos vão examinar os raio-X, eles são solicitados a identificar quaisquer anormalidades e classificá-las.

Nessa tarefa de identificação foi que os pesquisadores descobriram que as decisões dos radiologistas não se baseavam somente na imagem atual, mas também nas imagens que eles tinham visto anteriormente. Como resultado, isso poderia ter consequências graves para os pacientes.

Entretanto, em última análise, os campos de continuidade feitos pelo cérebro promovem a experiência de um mundo estável. Ademais, é importante lembrar que ao mesmo tempo os julgamentos que fazemos diariamente não são totalmente baseados no presente, mas dependem fortemente do que vimos no passado.A conversa

Fonte: Science Alert

Imagens: YouTube, Science Alert, Study finds, Protothema

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