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Quais são os continentes do planeta? A resposta não é tão simples

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Entre 200 a 300 milhões de anos atrás, a composição de nosso planeta era muito diferente do que conhecemos hoje em dia. Existia apenas uma gigante massa continental, denominada como Pangeia. Certamente, você já ouviu falar a respeito.  Era a época em que as Américas, África, Europa, Ásia, Antártida e Oceania eram todos um só. Mesmo depois dessa separação, a pergunta sobre quais e quantos são os continentes da Terra é complicada.

Isso porque, dependendo de onde a pessoa estiver ela pode aprender de um jeito diferente. Um exemplo disso é que nos EUA, os alunos aprendem que existem sete continentes no planeta. São eles: América do Norte, América do Sul, Europa, Ásia, África, Austrália e Antártida. Enquanto que na Europa, o ensinado é que a Terra tem seis continentes: Europa, Ásia, África, Antártida, Austrália/Oceania e América.

Essas não são as únicas visões a respeito do assunto. Existem aqueles que defendem que na realidade o número de continentes é ainda menor. De acordo com o IFLScience, isso prova que até os dias de hoje não existe um consenso a respeito desse assunto.

O que é um continente?

Concepto

A primeira coisa a ser explicada é o que é um continente. A palavra vem de um termo latino “terra continens”, que quer dizer “massa de terra contínua”. Ele é usado para se referir a grandes massas de terra.

Normalmente, o que se sugere é que os continente se alinham com as placas tectônicas da Terra. No entanto, classificá-los dessa forma tem seus problemas. Tanto é que, de acordo com essa definição, a Eurásia é um continente único, além de existirem placas menores, mas com tamanho significativo que não se encaixam no modelo. Um exemplo disso é a Placa Indiana.

Quais são?

Blog do Enem

Na visão de alguns geógrafos, a diferenciação entre Europa e Ásia é uma coisa arbitrária e baseada em distinções geopolíticas históricas e não nas diferenças físicas. Tanto é que olhando no mapa é possível ver que os dois fazem parte da mesma massa de terra. Outro ponto é que as histórias e culturas dessas regiões são entrelaçadas de forma profunda há séculos.

Outra visão de alguns acadêmicos é que a Europa foi criada pelas elites para dar ênfase na natureza excepcional do “ocidente” e da sua cultura. Por conta disso eles falam que a Europa e a Ásia tinham que ser tratadas como um continente único: a Eurásia.

“Imaginar a Europa e a Ásia como constituindo ‘continentes’ equivalentes há muito tempo é reconhecido como a pedra angular etnocêntrica de uma visão de mundo ocidental, ou euro-americana. A amálgama Eurásia corrige esse viés ao destacar a interconexão de toda a massa de terra”, disse Chris Hann, diretor fundador do Instituto Max Planck de Antropologia Social, em um artigo de 2016.

Para o historiador Marshall Hodgson, a Europa, África e Ásia são parte de um mesmo complexo continental chamado Afro-Eurásia. Isso acontece porque a massa de terra é completamente transitável por terra, além de não ser dividida por nenhuma massa de água. O único existente é o Canal de Suez no Egito, mas ele foi feito por humanos.

Em um outro modelo, existem cinco continentes, como é visto nos cinco anéis da bandeira olímpica. Cada um dos círculos representa um dos continentes habitados do planeta, sendo eles: África, Ásia, América, Europa e Oceania/Austrália.

Surgimento

Socientifica

O surgimento dos continentes foi um momento crucial na história da vida na Terra. Até porque é neles que a maioria dos humanos vivem. Contudo, ainda não se sabe exatamente quando essas massas continentais apareceram pela primeira vez, e também quais foram os processos tectônicos que as construíram.

Um novo estudo estimou a idade das rochas dos fragmentos continentais mais antigos, chamados crátons, na Índia, Austrália e África do Sul. Estimou também que a areia que criou essas rochas teria formado algumas das primeiras praias do mundo.

“Concluímos que os primeiros grandes continentes estavam avançando acima do nível do mar há cerca de 3 bilhões de anos. Muito antes dos 2,5 bilhões de anos estimados por pesquisas anteriores”, escreveram os pesquisadores.

Mas como os continentes conseguiram se elevar acima do nível do mar? Eles têm uma característica única: sua crosta espessa e flutuante. Ela dá a eles a possibilidade de flutuar no topo do manto terrestre.

Assim como os icebergs, o topo dos continentes com crosta espessa, geralmente mais de 45 quilômetros de espessura, sobressai acima da água. Enquanto os blocos continentais com crostas mais finas do que 40 quilômetros ficam submersos.

Então, se o segredo da ascensão dos continentes é por conta da sua espessura, é preciso se entender como e por que eles começaram a ficar mais densos.

“A maioria dos continentes antigos, incluindo o Cráton Singhbhum, são feitos de granitos, que se formaram a partir do derretimento de rochas pré-existentes na base da crosta. Em nossa pesquisa, encontramos os granitos no Cráton Singhbhum formados em profundidades cada vez maiores entre cerca de 3,5 bilhões e 3 bilhões de anos atrás, o que implica que a crosta estava se tornando mais espessa durante essa janela de tempo”, escreveram os pesquisadores.

Por conta dos granitos serem um tipo de rocha menos densa, a antiga crosta do Cráton Singhbhum teria se transformado progressivamente em mais flutuante conforme se tornava mais espessa.

“Calculamos que, por volta de 3 bilhões de anos atrás, a crosta continental do Cráton Singhbhum cresceu para ter cerca de 50 km de espessura, tornando-a flutuante o suficiente para começar a subir acima do nível do mar”, pontuaram os pesquisadores.

E essa ascensão dos continentes teve uma influência bem grande no clima, na atmosfera e nos oceanos da Terra primitiva.

Fonte: Olhar digital, Science alert

Imagens: Concepto, Blog do Enem, Socientifica

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