Rússia planeja ressuscitar um exército por meio de clonagem

Há exatos 20 anos, um grupo de arqueólogos da Sibéria descobriu os restos mortais de um exército de guerreiros citas enterrados na República de Tuva. Os fósseis, conservados, datam de 3 mil anos. A descoberta, por si só, é surpreendente. No entanto, o mais incrível foi a declaração do Ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, em relação ao achado. Shoigu anunciou que têm planos para clonar os guerreiros.

De acordo com uma recente reportagem publicada pelo portal de notícias All That is Interesting, Shoigu, que é natural de Tuva, revelou a intenção durante uma sessão online da Sociedade Geográfica Russa, realizada na semana passada. O ministro, além de administrar a Sociedade Geográfica Russa, é um dos mais fortes aliados do presidente Vladimir Putin – que também participou da reunião e demonstrou apoio à ideia do ministro.

Declaração

Conforme relatou a reportagem do portal All That is Interesting, durante a sessão online, o Ministro da Defesa da Rússia falou sobre o potencial de novas pesquisas que podem envolver os guerreiros citas encontrados pelos arqueólogos, referindo-se especificamente a utilização do DNA, que foi preservado no permafrost siberiano.

Segundo uma reportagem publicada pelo portal de notícias Daily Mail, o Ministro da Defesa da Rússia, deixou a entender que pretende clonar o DNA para reconstruir o exército. “Claro, gostaríamos muito de saber como podemos viabilizar o plano e acredito que você entende o que viria depois disso”, disse o ministro em entrevista ao Daily Mail. “Seria possível fazer algo, assim como fizeram com a Dolly, a Ovelha. Em linhas gerais, acho que será muito interessante”.

Para alguns analistas, embora a reunião tenha sido formal e as palavras de Shoigu tenham sido bastante claras, o anúncio marca a presença de um forte propósito político, afinal, a Rússia enviou recentemente cerca de 100.000 soldados para a fronteira ucraniana. Nesse ínterim, especialistas políticos acreditam que o desenvolvimento de um estudo sobre a clonagem dos guerreiros sirva como alimento para a máquina de propaganda do Kremlin.

Escavações

Os restos mortais dos guerreiros citas estão altamente conservados e, por isso, não poderiam ser mais notáveis. As escavações começaram em 1998 e foram realizadas por uma equipe de arqueólogos siberianos. Arqueólogos alemães se uniram ao grupo posteriormente. Em três anos, os profissionais desenterraram 3 mil guerreiros citas – nômades de ascendência iraniana que ocuparam a estepe europeia desde as fronteiras do norte da China até o Mar Negro entre os séculos 7 e 3 a.C.. Na época em que as escavações foram realizadas, Shoigu ordenou que um xamã estivesse presente – para não irritar os espíritos.

Em 2018, Shoigu investiu em novas escavações, as quais foram chefiadas por especialistas russos e suíços. À data, o trabalho dos profissionais também contou com a presença de um novo xamã.

“A descoberta não engloba somente os guerreiros citas, mas também restos mortais de cavalos, provavelmente, usados em sacrifícios, e outros elementos”, disse o arqueólogo Timur Sadykov. “Isso confirma a existência de prática cultural”.

O plano de clonar os guerreiros

A reunião de membros da Sociedade Geográfica Russa rendeu material suficiente para a imprensa, pois, como dissemos no início da matéria, o ministro expressou claramente seu objetivo em clonar o DNA dos guerreiros citas. “Já realizamos várias pesquisas sobre o tema”, revelou uma reportagem do Sputnik News. “Muitas informações foram confirmadas, mas ainda há muito a ser feito”.

O objetivo da Rússia fundamenta-se no caso da Ovelha, o primeiro mamífero clonado. O caso da ovelha ganhou as manchetes de inúmeros veículos de comunicação em julho de 1996, quando o Instituto Roslin, em Edimburgo, Escócia, revelou sucesso na experiência de clonagem.

Até o momento, o que a imprensa tem em mãos, são somente as declarações do ministro. Não está claro o quão os russos devem empenhar para clonar o antigo exército e trazê-lo de volta à vida. A nós, nos resta apenas aguardar.