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Tatuagens coloridas podem ser perigosas?

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As tatuagens vem ganhando cada vez mais popularidade no Brasil e no mundo. Para se ter uma ideia, no Brasil, de acordo com um levantamento feito pelo Sebrae, houve um crescimento de 24% no número de estúdios abertos em todo o país. O levantamento foi feito em 2016/ 2017. Além disso, o Brasil ocupa 9º lugar no ranking de nações com mais pessoas tatuadas. Aqui, 38% da população têm, ao menos, uma tatuagem.

Discretas ou expostas, coloridas ou em preto, o fato é que as tatuagens seduziram boa parte da população mundial. Todos sabemos que a tinta dura para sempre, mas as consequências a longo prazo começaram a ser avaliadas apenas agora.

Por isso, mesmo com tanta popularidade, é preciso ter certos cuidados. De acordo com um estudo da European Synchrotron Radiation Facility de Grenoble, além de pequenas partículas de tinta, partículas de cromo e níquel, oriundas do uso de agulhas de tatuagem, podem afetar gânglios linfáticos.

Como explicam os cientistas, as agulhas, geralmente, contêm níquel (6%-8%) e cromo (15%-20%). Em suma, as substâncias podem provocar reações alérgicas. Tais reações, antes, eram atribuídas somente as tintas. Essa a primeira vez que foram encontradas evidências analíticas em relação ao transporte de elementos tóxicos.

Os resultados foram obtidos por uma equipe da França e da Alemanha. As equipes utilizaram o Laboratório Síncroton Europeu (ESRF) para caracterizar os tecidos e os contaminantes. Os pesquisadores estudaram uma agulha antes e depois do processo de tatuagem usando microscopia eletrônica de varredura. Os resultados foram publicados na revista Nature Scientific Reports.

Os resultados

De acordo com a equipe que realizou o estudo, pouco se sabe sobre os efeitos futuros que as potenciais impurezas presentes na cores que são aplicadas à pele podem acarretar no futuro. Em suma, a maioria das tintas de tatuagem contém pigmentos orgânicos, mas também incluem conservantes e contaminantes como níquel, cromo, manganês ou cobalto.

Além disso, depois do carbono negro, o componente mais encontrado nos pigmentos é o dióxido de titânio (TiO2) que, na forma de nanopartículas, pode ser ativado pela luz do Sol e tornar-se tóxico no interior do corpo humano.

Como explica Bernhard Hesse, um dos pesquisadores envolvidos no estudo, “ sabe-se que os pigmentos de tatuagens viajam para os gânglios linfáticos devido à evidência visual: os gânglios linfáticos ficam coloridos com a cor da tatuagem. Essa é a resposta do corpo para limpar o local de entrada da tatuagem. No entanto, o que nós não sabíamos é que os pigmentos viajam de forma nano, o que implica que eles podem não ter o mesmo comportamento que as partículas em um nível micro. E esse é o problema: não sabemos como as nanopartículas reagem”.

O próximo passo da equipe será inspecionar novas amostras de tecidos de pacientes que tiveram efeitos adversos devido às tatuagens. O objetivo é verificar se há ligações entre esses efeitos e as propriedades químicas e estruturais dos pigmentos usados.

“Quando alguém quer fazer uma tatuagem, ela deve escolher um local onde sejam utilizadas agulhas esterilizadas e novas.”, afirmou Hiram Castillo, um dos autores do estudo. “Ninguém verifica a composição química das cores. No entanto, agora, com nosso estudo, talvez as pessoas comecem a se preocupar”.

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