Tubarão ou cação é o nome dado vulgarmente aos peixes de esqueleto cartilaginoso e um corpo hidrodinâmico, pertencentes à super ordem Selachimorpha. Sabe-se que os tubarões estão vivos no planeta Terra há muitos anos, mais ou menos há 400 milhões de anos. Mesmo que esses animais não sejam os mais queridos das pessoas, eles despertam uma curiosidade nos pesquisadores. E algumas coisas podem ser um indicativo não tão bom, como no caso dos tubarões estarem mudando seu comportamento de forma gradual.
Por conta dessa mudança no comportamento dos tubarões eles parecem estar gostando cada vez mais de presas fáceis que já foram capturadas pelos humanos. Justamente por isso que eles aprenderam a seguir os barcos de pesca.
Isso tem sido bem notado especialmente no Golfo do México. Por lá, os tubarões estão abandonando cada vez mais a caça para priorizar as presas mais fáceis e acessíveis. Esse fenômeno é chamado pelos cientistas de predação.
A couple had a surprising encounter with several sharks while on a boat off the coast of Westport, Massachusetts. pic.twitter.com/dUmM324X9t
— Storyful (@Storyful) June 28, 2024
As proporções que ele atingiu foram tão grandes que, na visão dos pesquisadores, esses animais aprenderam de forma gradual a relacionar os barcos com comida fácil e os seguem para se alimentar das presas que os humanos capturaram. De acordo com os especialistas, essas mudanças no comportamento dos tubarões se deve à necessidade deles se adaptarem aos humanos.
Embora a mudança seja bem notória no Golfo do México, ela é vista no mundo todo. Por exemplo, nos EUA e na Austrália existem conflitos entre pescadores e tubarões, que agora agem como necrófagos ao invés de caçadores.
Nos lugares onde essa mudança de comportamento é vista, os tubarões aprenderam a detectar o ruído dos motores para então seguir os barcos de pesca para se alimentarem dos cardumes de peixes capturados pelos humanos.
Segundo um relatório do Conselho de Gestão das Pescas do Atlântico Sul, a mudança nesse comportamento dos tubarões não é exclusivamente por conta da pesca intensiva, mas também da recreativa. Por conta disso, muitos pescadores recreativos ou comerciais estão preferindo pescar longe da costa para tentar evitar um encontro com os predadores marinhos.
ZAP
No caso dessa mudança de comportamento dos tubarões com relação às presas, os pesquisadores têm uma noção do motivo pelo qual ela aconteceu. Contudo, alguns comportamentos desses animais são um completo mistério para os pesquisadores.
Por exemplo, ainda é um mistério o motivo de os tubarões mergulharem nas partes mais profundas e escuras do oceano. No entanto, agora, um novo estudo foi feito por cientistas da Woods Hole Oceanographic Institution (WHOI) para responder esse mistério.
O estudo mostrou que os tubarões vão explorar frequentemente essas regiões, em especial a zona mesopelágica que fica entre 200 e 1.000 metros abaixo da superfície. Curiosamente, esse habitat tem sido ignorado como um santuário para espécies de grandes predadores.
No estudo, os pesquisadores pegaram vários dados de muitos parceiros científicos para entender melhor qual era a importância desse mergulho profundo para os tubarões. Eles fizeram a análise de informações de etiquetas eletrônicas, sonar de bordo, satélites de observação da Terra e modelos oceânicos.
“Não importa qual predador de topo você olhe, ou onde você olhe para eles no oceano global, todos eles passam tempo no oceano profundo”, disse Camrin Braun, cientista assistente da WHOI e autor do estudo.
A descoberta é mais um ponto a ser adicionado no entendimento dos predadores marinhos, porque parece que o oceano profundo tem um papel muito importante na vida deles, bem maior do que era imaginado anteriormente.
Conforme mostrou um estudo recente, peixes grandes predadores, como os tubarões, peixes de bico e atuns, vão com frequência até as profundezas do oceano, principalmente à zona crepuscular.
Anteriormente, essa zona foi subestimada como sendo um habitat essencial para essas espécies de predadores. No entanto, esse estudo pegou os dados de 344 etiquetas eletrônicas que estavam monitorando por 46.659 dias 12 espécies diferentes, como tubarões-brancos, tubarões-tigre e peixes-espada.
Depois disso, os pesquisadores analisaram os padrões de mergulho dos peixes junto com os dados de sonar que mostravam os movimentos diários da camada de dispersão profunda (DSL). Ela é um local densamente povoado por peixes pequenos e uma vida marinha, que chega a ser tão densa que já foi confundida com o fundo do oceano.
Fazendo a avaliação dos dados de mergulho, os pesquisadores descobriram desvios interessantes com relação ao que era esperado. Como por exemplo, algumas espécies de peixe-espada faziam somente a migração vertical Diel, que é quando o sol nasce e eles vão para a zona mais profunda do crepúsculo. Enquanto que outras espécies tinham um comportamento inesperado indo ainda mais fundo do que se imaginava.
Os motivos desses mergulhos já foram levantados em estudos anteriores que sugeriram que eles aconteciam por conta da prevenção de predadores ou da navegação.
Como aponta Simon Thorrold, ecologista de peixes da WHOI, tanto os tubarões como os atuns, mesmo estando evolutivamente distantes e tendo sistemas sensoriais diferentes, veem valor nesse comportamento.
Fonte: Meteored, Socientifica