O autismo e várias outras condições semelhantes como transtorno autista, transtorno desintegrativo da infância, transtorno generalizado do desenvolvimento não-especificado e Síndrome de Asperger, por exemplo, são reconhecidos por especialistas de saúde a partir de um mesmo diagnóstico chamado Transtornos do Espectro Autista (TEA).
As condições dentro desse espectro podem ser associadas com problemas como dificuldades de interação social ou de coordenação. Por outro lado, os pacientes podem possuir memória acima da média, podem ter extrema atenção com detalhes e se destacar em algumas áreas do conhecimento. Seja qual for o caso, somente um psicólogo poderá diagnosticar de fato uma pessoa.
Ainda que todas as pessoas diagnosticadas dentro do Espectro Autista compartilhem as mesmas dificuldades, a intensidade de cada uma delas pode ser diferente. Enquanto alguns recém-nascidos podem apresentar traços óbvios em seu comportamento logo cedo, alguns podem ter sinais extremamente sutis. Nesse último caso, os sintomas podem não ficar visíveis com evidências ao longo do desenvolvimento.
Para que esse diagnóstico seja feito, é preciso realizar uma série de diferentes insumos e várias avaliações. Mas também existe um teste simples que é capaz de ajudar no processo de detecção. E ele é tão simples que basta olhar para uma ilusão de ótica.
Segundo um estudo publicado na revista eLife, o tamanho das pupilas muda nos pacientes enquanto eles observam a ilusão de ótica. E a ilusão desse cilindro tridimensional está relacionada à probabilidade de uma pessoa ter ou não traços autistas.
É claro que apenas isso não pode ser levado como uma evidência sólida de que alguém é ou não autista. Ou seja, esse teste sozinho não é usado para um diagnóstico preciso. Mas pode sim ser usado para ajudar a identificar pessoas que possam ter tal condição.
Funcionamento
O teste funciona observando as pupilas mudando de tamanho a depender se a pessoa está olhando para as imagens claras ou para as escuras. Isso pode ser usado para rastrear a atenção de alguém e para se ter uma ideia de qual parte da tela ela está focando.
O gif usado para o teste é uma folha de pontos brancos se movimentando em uma direção e uma outra de pontos negros. Isso dá, para a maioria das pessoas, a ilusão de um cilindro rotativo tridimensional.
Mas a visão do cilindro é diferente de pessoa para pessoa. Algumas pessoas têm que se concentrar nos pontos que se formam à frente do cilindro para conseguir vê-lo. Mas outras pessoas, conseguem ver a imagem em três dimensões olhando para ela como um todo.
Percepção
Como alguém olha para a ilusão, afeta a suas pupilas. Os mais focados em detalhes, geralmente, olham apenas uma cor de pontos de cada vez e passam rapidamente entre eles. Já nos que olham a imagem como um todo, as pupilas permanecem constantemente do mesmo tamanho.
Antes de verem o gif, os alunos responderam um questionário. Os que pontuaram mais foram mais propensos a ter traços autistas. Depois do teste, eles olharam para a imagem e as respostas de suas pupilas foram medidas.
O que os pesquisadores descobriram foi que, os que tinham as pupilas oscilantes quando olhavam para a ilusão de ótica, eram os mesmos que tinham pontuado mais no questionário. Segundo eles, pode ser porque os autistas ou as pessoas com traços vinculados são mais focadas em detalhes e prestam mais atenção aos pontos individuais.