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‘Viúva negra’ cósmica é a estrela de nêutrons mais pesada

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As pessoas que gostam de astronomia sabem como esse é um terreno bastante desconhecido e interessante. As estrelas são alguns dos corpos celestes mais importantes do universo. Agora, os astrônomos detectaram o exemplo mais maciço de uma estrela de nêutrons.

Uma estrela de nêutrons é o núcleo compacto colapsado de uma maciça estrela que explodiu como uma supernova no fim do seu ciclo de vida.

Essa estrela é classificada como “viúva negra”. Ela ficou especialmente pesada depois de engolir a maior parte da massa de uma estrela companheira. Segundo os pesquisadores, essa estrela estava girando 707 vezes por segundo, e tem uma massa de aproximadamente 2,35 vezes maior que a do sol.

Estrela

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Por conta disso, talvez, ela seja a maior massa possível para esse tipo de objeto antes que ele entre em colapso e forme um buraco negro.

O tipo descoberto pelos pesquisadores é uma estrela altamente magnetizada chamada pulsar. Ela solta feixes de radiação eletromagnética dos seus polos. Quando ela gira, esses feixes parecem pulsar na perspectiva do seu observador terrestre. Ela se parece com uma luz giratória de um farol.

Até onde os astrônomos sabem, somente uma outra estrela de nêutrons gira mais rápido do que essa nova descoberta.

“Quanto mais pesada a estrela, mais denso é o material em seu núcleo. Então, como a estrela de nêutron mais pesada conhecida, esse objeto apresenta o material mais denso do universo observável. Se fosse mais pesado, entraria em colapso e se tornaria um buraco negro, e o que estivesse dentro ficaria para sempre isolado de qualquer observação”, disse Roger Romani, diretor do Centro de Ciência Espacial e Astrofísica da Universidade de Stanford e co-autor da pesquisa publicada esta semana na Astrophysical Journal Letters.

Descoberta

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Na maioria das vezes, pensamos em estrelas como massas enormes, quentes e redondas, compostas de hidrogênio e hélio, que têm milhões, milhares ou até bilhões de anos. Mas nem sempre elas são assim.

Astrônomos observaram o que parece ser uma estrela de nêutrons nascendo logo depois da detecção da primeira supernova, em 1987, que fica na galáxia SN 1987A. Ela é uma galáxia satélite da Via Láctea e está a 170 mil anos-luz da Terra.

Os cientistas não estavam certos se a estrela de nêutrons tinha sobrevivido à explosão poderosa, ou se ela tinha colapsado para formar um buraco negro. Mas de acordo com um artigo que foi publicado no “The Astrophysical Journal”, é possível que a estrela tenha sobrevivido.

Se esse for realmente o caso, isso significa que a estrela de nêutrons pertence à geração Y, não tendo mais de 33 anos. Se a informação for confirmada, essa será a estrela de nêutrons mais jovem a ser conhecida.

Mas por enquanto, o remanescente da supernova mais nova que se conhece é o Cassiopeia A, que tem 330 anos de idade. Ela fica a 11 mil anos-luz de nós e está dentro da Via Láctea.

A equipe analisou de forma bem detalhada as imagens feitas pelo telescópio Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA), no Chile. Depois dessa análise, a equipe conseguiu observar em detalhes o que restou depois da supernova SN 1987A.

Possibilidade

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Eles observaram uma bolha de alta temperatura no interior da supernova, o que possivelmente era uma nuvem de gás que envolve a estrela de nêutrons. Essa estrela seria muito pequena e impossível de ser detectada diretamente pelo seu tamanho e por ser muito densa. A massa dela corresponde a 1,4 vezes à do sol. Mas ela está compactada em uma bola de apenas 24 quilômetros de diâmetro.

“Ficamos muito surpresos ao ver essa bolha quente formada por uma espessa nuvem de poeira no remanescente da supernova”, afirmou Mikako Matsuura, da Universidade de Cardiff, que realizou a observação com o ALMA.

E as observações feitas com o ALMA são apoiadas por um novo estudo teórico que foi publicado recentemente.

“Tem que haver algo na nuvem que aqueça a poeira e que a faça brilhar. Por isso, sugerimos que exista uma estrela de nêutrons escondida dentro da nuvem de poeira “, explicou Matsuura.

“Apesar da complexidade suprema de uma explosão de supernova e das condições extremas que reinam no interior de uma estrela de nêutrons, a detecção de uma nuvem quente de poeira é uma confirmação de várias previsões”, disse Dany Page, astrofísico da Universidad Nacional Autónoma de México.

Os modelos feitos por computadores indicam que a estrela de nêutrons teria sido capturada pelo espaço a centenas de quilômetros por segundo. E a posição em que ela foi observada pelo ALMA vai de encontro com as previsões dos modelos.

Em teoria, a estrela também deveria ser bastante brilhante. Principalmente, por conta da alta temperatura hipotética de cerca de cinco milhões de graus Celsius. A confirmação dessa estrela só será possível quando o gás e a poeira, que estão ao seu redor, diminuírem.

Fonte: G1

Imagens: Canal tech

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