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Tolkien: por que a estrela mais distante já vista foi apelidada de Earendel?

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Você é fã de Senhor dos Anéis? Saiba que você tem algo em comum com os cientistas que detectaram a estrela mais distante já observada. Uma equipe da NASA apelida a descoberta de Earendel, em homenagem ao personagem de Tolkien, que compõe sua mais famosa obra.

Depois que o astro apareceu nas lentes do telescópio Hubble, os pesquisadores calcularam a distância do objeto até a Terra. Como resultado disso, chegaram à conclusão de que a estrela está a 12,8 bilhões de anos-luz daqui. Inicialmente, o astro se chamou WHL0137-LS, no entanto, os cientistas recorreram à ficção para dar um nome mais popular ao corpo celeste.

Por que Earendel?

Primeiramente, destacamos que o apelido não veio só porque os cientistas envolvidos gostam de “Senhor dos Anéis”. A própria descoberta pedia esse nome, que em inglês antigo significa “estrela da manhã”.

Em síntese, a luz dela demora 12,8 bilhões de anos para chegar na Terra. Portanto, a imagem que vemos hoje foi concebida quando o universo tinha “apenas” 900 milhões de anos, ou seja, 7% de sua idade atual. Por isso, o nome Earendel caiu tão bem na estrela, pois ao observá-la, estamos vendo o amanhecer do universo. Inclusive, no filme Senhor dos Anéis, o personagem Eärendil realiza longas navegações carregando consigo uma joia com nome de “estrela da manhã”.

Além disso, o gosto pessoal do descobridor do astro impactou muito na escolha do apelido. Brian Welch é o principal autor do artigo que descreve a estrela mais distante já vista. Sem titubear, o jovem se declara um grande fã da obra de J.R.R. Tolkien, tal como seus colegas de equipe.

Fonte: Artista desconhecido

O universo em seus primórdios

Apesar de ser bem velho, a comunidade científica acredita que o objeto encontrado não faz parte da primeira geração estelar. “Pensamos que, talvez, essa é de uma [geração] subsequente… Talvez algumas dezenas de milhões de anos depois que a formação estelar começou no universo”, afirma Michelle Thaller, astrônoma da NASA.

Mesmo assim, Earendel se firmou como uma importante janela de observação do universo em seu início. Anteriormente, a estrela mais distante já vista era a Icarus, a qual se situa a 9 bilhões de anos-luz daqui. Na época, em 2018, a observação do corpo celeste se deu graças a um fenômeno que se chama “Lupa Gravitacional”. Sendo assim, este mesmo evento permitiu a visualização do astro com nome inspirado por Tolkien.

Primeiramente, vale lembrar que não é comum que estrelas tão distantes possam ser vistas daqui da Terra, mesmo com a tecnologia do Hubble. No entanto, um agrupamento de galáxias muito robusto dobra o espaço- tempo, e juntamente com isso, amplifica a luz. Como resultado, temos uma espécie de lupa que nos permite ver até mesmo um corpo celeste a 12,8 bilhões de anos-luz daqui.

Outro ponto importante é que a estrela Earendel não é o elemento mais distante que o telescópio Hubble já fotografou. Durante seus 31 anos de funcionamento, a tecnologia já registrou galáxias ainda mais distantes. Porém, luzes de astros se misturaram no processo e atrapalharam a formação de uma imagem melhor e detalhada.

Fonte: NASA

Um novo ponto de vista

Atualmente, a expectativa é que o telescópio James Webb seja ainda mais eficaz que o Hubble na observação cósmica. Segundo os cientistas envolvidos em sua construção, o novo observador vai poder analisar dentro das atmosferas de planetas fora do sistema solar.

Além disso, o James Webb se destaca pela sensibilidade de sua captura de imagem. Durante os testes, ele conseguiu expor galáxias atrás de estrelas muito brilhantes. Ou seja, a engenhoca driblou um possível ofuscamento ocasionado pelos astros.

Em março, o equipamento com mais de 20 anos de construção passou pelos testes ópticos. Agora, ele está no processo de calibragem final de suas estruturas. Uma vez em funcionamento, não só novas galáxias poderão ser analisadas como também a própria Eearendel virá a ter seus detalhes melhor expostos.

Fonte: Canal Tech, Bit Mag, CNN

 

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