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4 lendas brasileiras e suas versões macabras

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O Brasil é um país riquíssimo na cultura e nas tradições, justamente pela mistura de povos e etnias que o caracterizam como uma ‘nação de todas as cores’. Africana, europeia, americana e até asiática, nossa cultura tem a influência de inúmeras outras culturas, podendo ser considerada uma verdadeira “colcha de retalhos” de contribuições estrangeiras que passa a ser vistas como genuinamente brasileiras.

O folclore brasileiro é um claro exemplo da mistura de várias influências e crenças portuguesas e africanas adquiridas no período escravocrata, e que se fixaram profundamente nas tradições orais dos mais antigos. As lendas do folclore tornam-se histórias que são repassadas ao longo das gerações, deixando sempre vivo o fascínio e o mistério de criaturas fantásticas e assustadoras que povoam o imaginário dos mais antigos e também dos jovens.

Entretanto, nem todas as criaturas das lendas originais são tão simpáticas e bonitinhas como são retratadas nos livros de Monteiro Lobato, por exemplo. O Ultra Curioso vai te mostrar 5 lendas brasileiras e suas versões macabras. Com certeza você conhece muitas delas, mas conhece suas histórias originais?

1. Saci-Pererê

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Os primeiros relatos sobre o Saci- Pererê surgiram ainda no século XVIII, e a lenda foi formada a partir de lendas portuguesas e africanas, uma vez que em Portugal há uma criatura parecida com o Saci. Sua origem é incerta, mas uma coisa tem-se certeza: ele está longe de ser aquele menino simpático de uma perna só que sempre vimos no Sítio do Picapau Amarelo. Pelo contrário.

Nas histórias em geral, O Saci-Pererê (também chamado de Saci-Cererê, Saçurá e Saci-Trique) é retratado como um menino de uma perna só, de pele negra, gorro vermelho e normalmente fumando um cachimbo ou cigarro de palha. Suas mãos têm furos no meio da palma para deixar cair as cinzas.

O gorro vermelho do Saci lhe daria poderes, o que lhe permitiria viajar com velocidade dentro de um redemoinho. As histórias contam que para capturar um Saci é preciso jogar uma peneira ou um rosário de contas no meio do redemoinho, quando este aparecer.

Os passatempos preferidos do Saci são travessuras e brincadeiras com os humanos, sobretudo aqueles que moram em fazendas: ele derruba panelas e pratos na cozinha, esconde objeto importantes como chaves, joga sal no leite e açúcar no arroz, assusta cães e gatos e dá nós cegos na crina de cavalo. Entretanto, além de fazer travessuras para se divertir, o Saci pode ser cruel quando provocado.

Se contrariado ou desafiado, o Saci tem como meios de vingança interpelar suas vítimas em estradas solitárias e fazer cócegas nestas até que morram sem fôlego, ou também matá-las a pauladas. Ele pode ainda descontar em animais, roubando cavalos e fazendo-os correr dias e noites sem parar, até que morram de sede e exaustão. O Saci tem um assovio típico, longo e estridente, que avisa quando ele está por perto. Um aviso parecido com “Cuidado, eu estou chegando!”.

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2. Curupira

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Os programas infantis da TV Cultura da década de 1990 e começos de 2000 ficaram famosos por integrar a infância de milhões de crianças no país inteiro. Um dos mais amados e divertidos (e educativos ao mesmo tempo) foi o Castelo Rá-tim-bum. O castelo, recheado de personagens fantásticos e histórias, traz uma retratação bem engraçada de uma lenda do folclore brasileiro bastante popular, o Caipora, que seria uma derivação de outra ainda mais famosa: o Curupira

De origem indígena, o Curupira é uma criatura de meter medo. Retratado como um menino nu, de cabelos vermelho-vivo e sempre montado em um porco-selvagem, o Curupira tem uma traço típico: seus pés são virados para trás.

O Curupira é considerado um guardião das matas, e pune cruelmente quem se atreve a desobedecer suas leis ou alterar qualquer coisa que seja em seus domínios. Caças, pescar ou mesmo derrubar alguma árvore sem sua permissão é assinar seu “contrato de morte”.

A lenda é considerada o pior pesadelo dos caçadores. O Curupira tem como principais meios de punir os caçadores a ilusão e a tortura psicológica: eles faz com que os eles se percam na floresta, bagunça trilhas e caminhos, bate e até mata os cães que o caçador leva consigo e corre pela floresta deixando pegadas cruzadas para confundir sua vítima.

Dizem que é possível fazer acordos com o Curupira para que este não atormente aqueles que entrarem em seus domínios. Para isso, seria preciso deixar presentes do agrado da criatura próximos ao tronco de grandes árvores, tais como cachaça e fumo de corda.

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3. Corpo-seco

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A lenda do Corpo-seco é outra que povoa o imaginário do folclore brasileiro, e surgiu em meados do século XX no interior de Minas Gerais e São Paulo.

A lenda conta a história de José Maximiano, um homem conhecido por sua crueldade. José, quando em vida, costumava matar animais por diversão, além de maltratar e até espancar sua mãe.

O homem, se meteu numa briga certa vez e acabou sendo assassinado. Porém, quando foi enterrado, uma coisa coisa estranha aconteceu: mesmo sendo enterrado embaixo de sete palmos, a terra não o aceitou e empurrou o corpo de volta para a superfície.

Desde então, carregando o fardo de ter sido rejeitado até pela própria terra devido aos atos de crueldade que praticava em vida, José Maximiano passou a ser conhecido como o Corpo-seco. A história conta, assim como os relatos de algumas pessoas da zona rural, que o Corpo-seco faz jus ao nome, ao se apresentar pedindo carona aos viajantes solitários nas estradas numa forma cadavérica e extremamente mal-cheirosa.

Se o viajante nega o favor, o Corpo-seco “gruda” na vítima até sugar-lhe completamente o sangue. Em Ituiutaba, Minas Gerais, há uma variação desta lenda, onde conta-se que o Corpo-seco , depois de ser repelido pela terra várias vezes, é levado por bombeiros à uma aparente caverna em uma serra que fica ao sul do município. Dizem que quem passa à noite pela estrada de terra que margeia a “serra do Corpo-seco “, consegue ouvir os gritos do Corpo-seco ecoando de dentro da caverna. Nesta versão a mãe o amaldiçoa antes de morrer, por ter sido usada como cavalo pelo filho.

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4. O Capeta da garrafa

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A lenda do Capeta da garrafa foi muito difundida nas regiões norte e nordeste do país, chegando a alcançar o sudeste. Também chamado de Diabinho da garrafa, Famaliá e Cramulhão, a história conta sobre um pacto feito com um demônio que pode ser preso em uma garrafa de vidro.

Segundo a lenda, o Capeta da garrafa nasce de um ovo de galinha pego durante o período da Quaresma, na primeira sexta-feira. Ele é usada para aqueles que querem o demônio como prestador de serviços. Entretanto, o preço a pagar pelos favores é um tanto quanto alto.

A história diz que aquele que deseja um Familiá para si, primeiro deve fazer um pacto com o Diabo de alguma maneira (o mais utilizado é através do Livro de São Cipriano), e depois deve pegar um ovo (pequeno) de galinha durante o período religioso da Quaresma, e levá-lo a uma encruzilhada na sexta-feira (ainda do mesmo período).

O ovo então deve ser deixado lá – em algum ponto discreto – por 40 dias. Após esse período, nascerá uma criatura demoníaca com cerca de 20 cm, capaz de falar e atender a todos os pedidos da pessoa. O pequeno demônio então deve ser preso numa garrafa de vidro, para assim ser corretamente dominado e explorado.

O Familiá atenderá a todos os pedidos do indivíduo dono durante a vida – principalmente os financeiro. Entretanto, após a morte da pessoa, ela paga por todos os serviços com sua alma. Com a morte de seu amo, o Familiá pode então se libertar da garrafa e levar para sua “terra natal” a alma humana.

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