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A chamada androgenia cerebral é surpreendentemente comum e pode melhorar a saúde mental

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Androginia é a mistura de características femininas e masculinas em um único indivíduo ou um ser que não é nem do sexo feminino e nem do masculino. Os andróginos se classificam como estando em um limbo entre feminino e masculino ou como totalmente sem gênero.

E não só fisicamente, existem pessoas que tem uma mistura de traços de personalidade que são considerados estereotipadamente masculinos ou femininos. Há muito tempo essa “androginia psicológica” é associada com características como uma melhor flexibilidade cognitiva, competência e saúde mental.

Mas como tudo isso se relaciona com o cérebro? Há tempos não se sabe se existe alguma coisa como uma “androginia cerebral”. No entanto, um novo estudo sugere que ela não só existe como é comum.

A androginia psicológica é considerada como protetora psicologicamente. Por exemplo, se sabe que ela está relacionada com menos problemas de saúde mental, como por exemplo, depressão e ansiedade. Além disso, ela também está relacionada com uma criatividade maior.

Sexo no cérebro

Há tempos os cientistas discutem a respeito de como os cérebros masculinos e femininos realmente são diferentes. Na literatura médica existem vários relatos de como os cérebros dos dois sexos são diferentes. Contudo, outros pesquisadores dizem que essas diferenças são, na verdade, mínimas  e as categorias são tudo menos absolutas.

E um estudo sugeriu que, psicologicamente, a maioria das pessoas está, provavelmente em algum lugar em um espectro entre o que é estereotipado como “de homem” e “de mulher”.

Para ver se essa androginia cerebral tinha reflexo no comportamento das pessoas os pesquisadores criaram um continuum do cérebro usando um algoritmo de aprendizado de máquinas e dados de neuroimagem.

Por mais que os cérebros masculinos e femininos sejam parecidos, a conectividade entre diferentes áreas do órgão se mostraram diferentes. Então os pesquisadores usaram esses marcadores de conectividade para caracterizar o cérebro de 9.620 participantes.

Eles descobriram que os cérebros realmente estavam distribuídos por todo o continuum e não  somente nas extremidades. Em uma subamostra, cerca de 25% dos cérebros foram caracterizados como masculinos, 25% como femininos e 50% distribuídos na seção andrógina.

Além disso, os pesquisadores viram que as pessoas que ficaram no centro do continuum tinham menos sintomas de saúde mental, como depressão e ansiedade quando comparados com as pessoas que estavam nas extremidades.

Benefícios

Para que as pessoas consigam aprender coisas novas para se adaptarem ao ambiente global que sempre está mudando, é preciso que elas sejam capazes de prestar atenção no mundo ao seu redor. Além de ter um bem estar mental, flexibilidade e conseguir empregar as mais variadas estratégias.

São essas habilidades que fazem com que as pessoas entendam o contexto externo e decidam qual é a resposta ideal. Por conta disso, essas habilidades dão uma vantagem para as pessoas com os cérebros andrógenos em comparação com as que não tem e são menos propensas a florescer.

Contudo, isso não significa que não existe esperança para as pessoas que estão no extremo do espectro. O cérebro é mutável até certo ponto.

O mais provável é que o cérebro andrógeno seja influenciado tanto por fatores genéticos quanto ambientais. E o estudo feito sugere que o nível dessa androgenia cerebral pode mudar ao longo da vida.

E mais pesquisas são necessárias para entender melhor as influências sobre a androgenia cerebral ao longo da vida. Além de entender também como fatores ambientais, como por exemplo a educação, podem afetá-la.

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