O rosto de Isabel Rivera Hernández se tornou uma memoria distante entre os moradores do bairro Arturo Soria, em Madrid (Espanha), mesmo que a mulher continuasse pagando o condomínio do seu apartamento.
No entanto, por 15 anos, vizinhos e familiares não sentiram a falta dela, por isso, apenas em 2019, seu corpo foi encontrado pelas autoridades.
Vizinha isolada
Nascida em 1926, Isabel Rivera morava no edifício desde 1965. Anos depois, a mulher passou a dividir o apartamento com Juan Molina Muñoz, arquiteto divorciado e que tinha filhos. De acordo com os vizinhos, com o passar do tempo, a dupla começou a se isolar ainda mais.
Depois da morte de Muñoz, Rivera passou a viver sozinha. Além disso, o pouco contato que tinha com a família só foi diminuindo ao longo dos anos.
Segundo os vizinhos, a mulher teria sido vista pela última vez em 2004, mas nem a família e nem os moradores do prédio desconfiaram que ela estava morta.
Em janeiro de 2014, a vizinha Emilia Muñoz, se preocupou com a mulher depois dos operadores removerem luzes de Natal e deixarem um cabo solto entre a varanda de Rivera e um poste de luz.
Na época, a moradora ligou para a polícia para que pudesse cortar o cabo e conferir como a senhora estava, já que fazia anos que ela não era vista.
“Eu disse a um agente para olhar dentro da casa porque fazia muito tempo que não tínhamos notícias dela. Talvez estivesse morta ou algo estava acontecendo. Olhamos a caixa de correio e vimos algumas contas de luz e, como as anteriores estavam pagas, ele me disse que deveria estar viva. O que mais eu poderia fazer?”, contou Emilia Muñoz, de acordo com o El País.
Outras suspeitas
Durante esses anos, algumas outras pessoas chegaram a suspeitar que algo havia acontecido com a senhora. Pouco antes do cadáver ser encontrado, a gerente do banco que a mulher tinha uma conta apareceu no prédio perguntando pela cliente.
O motivo foi ela ter achado estranho o fato de uma pessoa pagar somente as contas, sem ter outros gastos. Porém, após tentar averiguar a situação e não obter respostas, deixou o caso de lado.
Depois da visita da funcionária do banco, os vizinhos ficaram ainda mais intrigados e por isso acionaram a delegacia do distrito de Ciudad Lineal. Porém, as autoridades afirmaram que só poderiam investigar o caso após a notificação de algum familiar.
Por causa disso, os moradores entraram em contato com a cunhada de Rivera, que disse acreditar que a senhora estaria morando em uma casa de repouso.
Depois disso, outro vizinho demonstrou estar preocupado com o desaparecimento da mulher. Durante uma visita à prefeitura regional, o homem perguntou sobre a senhora, mas foi informado que não poderia receber informações por causa da lei de proteção de dados.
Corpo da mulher foi encontrado mumificado
O caso foi solucionado apenas no ano de 2019. Na época, o Escritório do Censo Eleitoral informou que Rivera deveria comparecer em um colégio para votar nas eleições. Como a mulher não respondeu, a sobrinha decidiu procurar a polícia.
Por causa da denúncia, as autoridades acionaram uma busca em seu apartamento. Para isso, os bombeiros tiveram que entrar pela varanda, pois as chaves estavam nas fechaduras.
O corpo de Rivera foi encontrado em outubro de 2019, no banheiro do apartamento. De acordo com os legistas, a senhora morreu de causa natural. Além disso, devido às condições ideais de umidade e ventilação, o corpo foi mumificado.
O jornal La Vanguardia publicou que os médicos alegaram que a mulher estaria morta entre um período que compreende de 14 a 16 anos. A demora para encontrar o corpo foi devido aos gastos da proprietária serem debitados da conta bancária em que recebia pensão, por isso, ninguém suspeitava qual era o verdadeiro motivo para o desaparecimento da senhora.
Fonte: Aventuras na História
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