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A ”Ilha dos Hobbit” onde corpos encolheram e a ciência não sabe explicar

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Durante a exploração de uma caverna de montanha, na Ilha de Flores, na Indonésia, em 2003, os pesquisadores encontraram fósseis de um humano minúsculo. Seu cérebro era tão pequeno quanto o de um chimpanzé. Em síntese, a espécie foi então chamada por eles de ‘Homo floresiensis‘.

Essas criaturas, parentes dos humanos modernos, tinham estatura de pouco mais de um metro. Diversas aldeias, na região onde o fóssil foi encontrado, de acordo com os cientistas, foram habitadas por pessoas cuja altura media era de 1,22 metros.

Em um estudo, publicado na revista científica Science, em 2018, os cientistas contaram como análises de DNA das pessoas vivas na ilha de Flores. O que ajudou na compreensão do caso. Ao menos duas vezes na história, os humanos e seus parentes, também conhecidos como hominídios, chegaram até a ilha. E lá, encolheram.

Quando foram descobertos os fósseis do H. floresiensis, os cientistas esperavam que eles ainda pudessem conter fragmentos de DNA. Inicialmente, foi estimado que os fósseis tivessem idade de 13 mil anos. Deste modo, análises de DNA podem ter ajudado na compreensão do local pertencente do H. floresiensis, na árvore genealógica dos hominídios. 

Para alguns estudiosos, os ossos encontrados pertenciam a um humano moderno. E este, certamente, teria tido algum distúrbio de crescimento. Por outro lado, outros pesquisadores o classificaram em um local mais distante na árvore humana. Evoluindo de uma espécie hominina de maior estatura, o Homo erectus.

A descoberta

o geneticista Herawati Sudoyo, do Instituto Eijkman de Biologia Molecular, na Indonésia, em 2007, levou algumas amostras dos fósseis do H. floresiensis para o geneticista Richard E. Green, da Universidade da Califórnia (EUA). Não foi encontrado nenhum traço de DNA nos fósseis.

Alguns anos depois, Green e sua equipe descobriram que em um determinado momento, humanos e neandertais haviam realizado um cruzamento. Aproximadamente 1% do DNA  de pessoas não-africanas vivas vem desses hominídeos.

Outra descoberta, feita pelos pesquisadores, foram o Hominídeo de Denisova. Entre humanos e Denisovanos também ocorreram cruzamentos. De acordo com o novo estudo, pessoas vivas do leste da Ásia, na Austrália e no Pacífico Sul carregam DNA Denisovano.

Green e Sudoyo, visitaram uma aldeia na Ilha das Flores, em 2013. Ela se chamava Rampasasa. O local fica próximo da caverna. Amostras de saliva de 32 aldeões foram coletadas pelos pesquisadores. Enquanto eles extraíam e faziam análises do DNA dessas pessoas vivas, um outro grupo de cientistas estudava a fundo os fósseis do H. floresiensis.

Foi percebido então que um erro havia sido cometido. A estimativa inicial da idade do fóssil estava errada. Os ossos, encontrados pelos cientistas na caverna, tinham ao menos 60 mil anos de idade. O que acabou por sugerir que os humanos modernos poderiam ter vivido e até mesmo cruzado com o H. floresiensis, na ilha de Flores.

A pesquisadora Serena Tucci, da Universidade de Princeton, nos EUA, comparou o DNA dos moradores de Rampasasa com o de outras pessoas vivas, em outras partes do mundo. Os resultados revelaram que uma porcentagem muito pequena do DNA dos aldeões vieram dos Neandertais ou Denisovanos. Além do mais, uma pequena porcentagem do DNA deles não tinha correlação com humanos, Neandertais ou Denisovanos.

Comparações

No entanto, eles também não eram tão diferentes assim do DNA humano. Assim, Tucci concluiu que os aldeões em Rampasasa não possuíam ascendência dos H. floresiensis. Na verdade, seus ancestrais foram humanos mais altos. E, em um determinado momento, eles foram para a Ilha de Flores, onde encolheram.

Esse ‘encolhimento’ dos humanos também foi observado em outras ilhas. Incluindo algumas nas Filipinas e nas Ilhas Andaman, no Oceano Índico. Em algumas florestas tropicais na África e América do Sul, pequenas populações também acabaram desenvolvendo uma baixa estatura.

Segundo os cientistas, os cães podem ajudar na compreensão sobre como o corpo dos mamíferos pode evoluir rapidamente. Mudanças no gene IGF1 são responsáveis pelas variações no tamanho entre as raças de cachorros. Porém, não foi isso o que ocorreu em flores. Os aldeões em Rampasasa carregam diversas variantes de genes conhecidos por reduzir a altura. Assim, a seleção natural pode ter favorecido variantes antigas ao invés de novas mutações.

“Isso concorda com o nosso trabalho com pigmeus africanos”, disse o biólogo da Universidade do Arizona EUA), Ryan Gutenkunst, ao jornal The New York Times. “Quando há seleção na estatura, a resposta é impulsionada por variantes em muitos genes, e não apenas em um único gene”.

A falta de alimento é uma das principais hipóteses para a evolução de um corpo tão pequeno. Corpos menores precisam de menos calorias e oferecem uma certa vantagem de sobrevivência. “Quaisquer que sejam os fatores ecológicos para o nanismo insular, eles estão presentes nesta ilha”, afirmou Green. “Isso é o que a torna tão fascinante”.

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