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A lenda da vampira que tocava o terror no Rio de Janeiro

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O Arco do Teles, um dos maiores marcos arquitetônicos do Rio de Janeiro está localizado na Praça XV de Novembro, que está localizada no centro da cidade. Construído a mando do juiz português Antônio Telles Barreto de Menezes, o local, segundo crenças populares, foi, por um determinado tempo, palco de insólitos rituais e crimes.

O local se tornou, digamos, inóspito, em 1790. Na época, um incêndio se alastrou pela região. Parte das construções foram destruídas, restando apenas parte delas. Após o incêndio, a região passou a ser desvalorizada. Com isso, tornou-se lar de muitas prostitutas e usuários de drogas. E é exatamente aí que entra a personagem do nosso relato, a jovem portuguesa Bárbara dos Prazeres.

O Rio de Janeiro de Bárbara dos Prazeres

Bárbara dos Prazeres tinha apenas 20 anos quando se mudou para o Brasil. A jovem veio na companhia do marido que, por infortúnio, não viveu muito. Depois de matar o marido a sangue frio, Bárbara dos Prazeres iniciou-se no ramo da prostituição. Livre, começou a trabalhar na área do Arco do Teles.

Desejada, atraente e dona de uma beleza inigualável, a jovem atraia clientes com altos poderes aquisitivos. Com o tempo, Bárbara começou a mudar. O corpo e a fisionomia foram se transformando. Afinal, a velhice não perdoa ninguém. Obviamente, Bárbara começou a perder clientes. E, assim, começou também a perder status e dinheiro.

Em meio a tudo isso, Bárbara ficou doente. Enferma e temendo a morte, procurou os mais renomados feiticeiros do Rio de Janeiro. Em suas consultas, pedia para curá-la. Segundo o mito local, Bárbara foi orientada a se banhar com sangue de crianças. Somente assim seria capaz de conquistar a juventude eterna.

As crianças

Na época, coincidência ou não, inúmeras crianças começaram a desaparecer. A maioria dos que desapareciam estavam desacompanhados. Uma onda de medo, então, se instaurou no Rio de Janeiro. Os desaparecimentos passaram a ser vinculados à figura de Bárbara dos Prazeres. Logo, os moradores da região do Arco do Teles passaram a proibir seus filhos de brincarem nas ruas.

A Guarda Real da Polícia, que foi criada somente em 1809, ou seja, quase 20 anos após a chegada de Bárbara, passou a investigar os desaparecimentos. Inicialmente, diversos negros escravizados foram acusados pelos sequestros. Mesmo sem provas concretas, muitos foram mortos injustamente.

De acordo com relatos da época, os sequestros só diminuíram na década de 1830. Com o declínio de desaparecimentos, muitos dos moradores passaram a acreditar que Bárbara dos Prazeres havia morrido. De todas as formas, até hoje, não se sabe o destino final de Bárbara. Como ou quando a serial killer morreu, permanece um mistério. Além disso, muito menos se sabe até onde é lenda e até onde é verdade.

A única certeza que se tem é que, após o incêndio, a região do Arco do Teles ficou degradada e o Rio de Janeiro sofreu com ondas de sequestros de crianças, penalizando de forma injusta, negros escravizados.

Há quem suspeite que ela continua viva até hoje, graças ao segredo da fórmula de rejuvenescimento. E mais: teria assumido a condição de feiticeira e aplicado a receita em alguns milionários, em troca de parte de suas fortunas. Diz-se que ainda hoje, em certas madrugadas, quando já partiram os últimos garçons dos bares da Travessa do Comércio, escuta-se a gargalhada de Bárbara, ecoando pelos vazios escuros do Arco do Telles. 

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