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A remota estrada paquistanesa por onde passou Alexandre, O Grande

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Ao sul do Paquistão, é possível fazer uma travessia no espaço e na história do mundo. Definitivamente, a rodovia costeira de Makran abriga paisagens difíceis de se encontrar em outro lugar. No entanto, mais peculiar que as formações naturais, somente as vivências humanas que circulam por esta remota estrada.

A propósito, o lugar é extremamente pacato e silencioso. Na verdade, o barulho das ondas do mar tomam conta de sua audição. E cá entre nós, acredito que isso não será um incômodo. Portanto, neste post, apresentaremos um destino turístico de muito valor, porém pouco apreciado.

Atrações naturais

De início, precisamos nos localizar. A rodovia costeira Makran é uma estrada de 584 km que atravessa todo o sul do Paquistão. Mais precisamente, ela se situa na província de Baluchistão e se estende até a fronteira com o Irã.

De um lado da travessia, você tem como paisagem o lindo Mar Arábico. Em suas águas cristalinas, é possível ver navios de pesca ávidos por sardinhas, lagostas, caranguejos e até mesmo enguias. De fato, é essa a principal atividade econômica das dispersas populações de Makran.

Fonte: Muhammad Owais Khan

Em seguida, a 200 quilômetros da cidade de Karachi, é possível fazer um encontro com a Lua. Basicamente, o Hingol National Park fornece um ambiente lunar, que tem como seus escultores o calor, os ventos e as inundações marinhas.

Além disso, o parque na estrada também abriga uma peculiaridade geológica. Enquanto vulcões ativos soltam lavas, os dois localizados no Hingol disparam lama, o que não traz perigo algum a moradores e visitantes.

Inclusive, todo ano caravanas de hindus estacionam nas bordas dessa rara formação geológica. Dali, os fiéis acendem velas e arremessas cocos no buraco do vulcão. Enquanto fazem isso, pedem perdão às divindades pelos pecados que outrora tenham cometido.

Em seguida, os religiosos tomam banho no belo Hingol River, e assim, encerram o processo de purificação. A propósito, esse protocolo é necessário para que os hindus na estrada de Makran possam visitar o santuário Hinglaj Mata.

Histórias de fé

Definitivamente, é muito forte a ligação da estrada de Makran com a religião hindu. A crença dos fiéis é de que, após a morte do deus Sati, a divindade Vishnu dividiu o seu corpo em 51 partes. Essas foram espalhadas pelo mundo, estando a maioria dos fragmentos concentrada na Índia.

Porém, segundo a fé, um dos pedaços aterrissou na estrada de Makran. Logo, milhares de pessoas se deslocam até o local para reverenciar a entidade. E foi assim que se formou o santuário Hinglaj Mata.

Fonte: Go Sahin

Em geral, a estrada de Makran é pouco povoada. Em síntese, o que se vê são fazendeiros montados em burros e crianças jogando cricket na areia, esporte popular no Paquistão.

Todavia, por volta do século 3 a.C, Makran foi uma importante rota para mais de 30 mil soldados sob o comando de Alexandre, O Grande. Na época, o conquistador marchou em direção à Babilônia, nas terras que hoje formam o Iraque. Sem dúvidas, esta foi uma das mais duras derrotas que o Imperador sofreu, pois mais da metade de seus homens morreram.

Já na fronteira com o Irã, o caminhante da estrada encontra um item de valor da realeza britânica. Trata-se de uma cabana construída exclusivamente para a Rainha Vitória, que governou o Reino Unido de 1837 até 1901. Além disso, ela foi Imperatriz da Índia a partir de 1876, o que justifica o tratamento especial que ela tinha na região.

A propósito, os detalhes da residência permanecem originais, com exceção do telefone para contatar os funcionários do espaço. A história conta que a monarca construiu a cabana na estrada para assistir ao pôr do sol de Makran. Não há informações oficiais quanto a visita dela à residência, mas os moradores locais insistem que ela de fato esteve por lá.

Fonte: Noreena Majeed

Fonte: BBC.

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