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Craco: a cidade medieval abandonada na Itália

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A Itália é um país mundialmente conhecido por causa da sua cultura marcante na gastronomia, artes e arquitetura, além de marcos políticos históricos na Europa. Em todo o território italiano, vários lugares chamam a atenção por causa das suas características únicas, como a cidade Craco.

Localizada no sul da Itália, Craco é uma cidade abandonada há mais de 40 anos. O local impressiona por sua atmosfera única. A sensação de que a cidade foi abandonada de forma repentina é o que passa pela mente quando olhamos as construções antigas com janelas escuras, que tornam mais claro a decadência do local.

Craco já foi um centro monástico, uma cidade feudal e um centro de educação. O impressionante município teve uma universidade, igreja, castelo e praças. Mas o que realmente cativa os turistas é a sua paisagem dramática, chegando a ser utilizada como cenário de filmes, em “Saving Grace”, “007 – Quantum of Solace” e “A Paixão de Cristo”.

Conhecendo a cidade medieval Craco

Foto: Magnus Mundi

A antiga vila medieval foi desenvolvida estrategicamente no topo de uma colina, a aproximadamente 40 quilômetros do interior do Golfo do Taranto, localizada na base da “bota” do mapa.

A arquitetura da cidade foi planejada para se adequar à paisagem do afloramento rochoso onde se encontra. Vale destacar que essa localização é muito propensa a terremotos.

Anteriormente chamada de “Montedoro”, Craco foi fundada por gregos que haviam se mudado para o interior da costa de Basilicata, por volta de 540 d.C., de acordo com informações do portal Socientífica.

Tudo aponta que o assentamento da cidade aconteceu durante a Idade do Ferro, já que o primeiro registro escrito data de 1060 d.C., quando Arnaldo, bispo de Tricarico que era o dono daquele terreno, o nomeou de “GRACHIUM”, que pode ser traduzido como “do pequeno campo arado”.

No entanto, foi Eberto quem estabeleceu o primeiro controle feudal da cidade, entre os anos de 1154 e 1168. No ano de 1179, o controle se tornou de Roberto di Pietrapertos. Já entre 1276 e 1293, o então governador, Frederico II, foi responsável pela construção da universidade e da Torre do Castelo.

No ano de 1277, o município tinha cerca de 450 habitantes, crescendo para cerca de 2.550 em 1561, e permanecendo em torno de 1.500 ao longo dos séculos seguintes.

Em 1630, foi construído o Mosteiro de São Pedro. O local foi responsável por estabelecer uma ordem monástica permanente na cidade e auxiliou a impulsionar a economia da comunidade agrícola.

O abandono histórico

Foto: Magnus Mundi

No entanto, uma praga atingiu a cidade de Craco em 1656, e diminuiu drasticamente a população, matando centenas de habitantes. Entre os anos de 1892 e 1922, a agricultura da cidade atingiu condições precárias e provocou uma crise de fome grave. O resultado disso foi a migração de mais de 1.300 pessoas para a América do Norte.

Craco foi desenvolvida em um terreno instável, acima de solos rochosos e argila. Isso resultou em vários deslizamentos de terra ao longo dos séculos, datados entre 1600 e 1933.

Apesar da situação precária, tendo de sobreviver a desafios, pragas e ladrões, ainda havia muitos “crachesi” (moradores da cidade) que se recusavam a deixar a antiga vila medieval.

As condições do solo se tornaram ainda piores no começo dos anos de 1950. Por causa da interferência de terremotos, a cidade sucumbiu a um desastre natural depois de grandes deslizamentos de terras nos anos 1970.

Em ruínas, os imóveis localizados em Craco ainda possuem adereços e características originais que refletem a vida que já existiu no local. Hoje em dia, só é possível conhecer as construções milenares da cidade por meio de uma visita guiada.

O local também costuma receber visitas de equipes de filmagem, e no ano de 2010, ela foi adicionada à lista de patrimônios pelo World Monuments Fund.

Fonte: Aventuras na História

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