História

Afinal, a bomba de Hiroshima foi necessária?

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Quase todos nós já ouvimos falar sobre a terrível e mortífera bomba atômica lançada em Hiroshima, né? A transformação de uma cidade inteira em uma amostra grátis do inferno e o extermínio de mais de 140 mil pessoas, onde a maioria era composta por civis, foram as consequências dessa criação humana. A maioria das mortes aconteceu após um sofrimento terrível, o que torna tudo ainda mais intenso. Esses efeitos foram causados após Harry S. Truman autorizar o lançamento da bomba atômica na cidade japonesa de Hiroshima. O ataque aconteceu no dia 6 de agosto de 1945, há exatos 74 anos. No entanto, essa bomba foi mesmo necessária? Quais foram as tentativas de justificativa para o ataque?

“Nós utilizamos para encurtar a agonia da guerra, salvando a vida de milhares e milhares de jovens norte-americanos”, disse o presidente dos Estados Unidos, justificando o ataque três dias após uma mensagem transmitida sobre o lançamento de uma segunda bomba, desta vez em Nagasaki. Pouco tempo após isso, no dia 15 de agosto de 1945, o Japão finalmente anunciou a rendição que há muito tempo vinha sendo exigida.

Muitas pessoas ainda consideram que a rendição do Japão foi relativamente rápida, validando a decisão de Truman de recorrer à armas nucleares. Na época, os bombardeios da Força Aérea dos Estados Unidos haviam causado mais mortes do que aquelas que os dispositivos nucleares causariam. E o Japão não desistiu. No entanto, outros nunca consideraram o uso de armas ou estratégias que não discriminem os combatentes e civis, como justificável, e não faltam os que acham que Hiroshima foi um crime de guerra. No entanto, mesmo em 1945, muitos já estavam convencidos de que uma rendição japonesa poderia ser obtida sem o recurso de armas nucleares usadas daquela forma.

Pequena concessão

“Os japoneses estavam prontos para se render e que não era necessário para bater-los com essa coisa horrível”, disse Dwight Eisenhower, um alto comandante das forças aliadas na Europa e eventual sucessor de Truman, na Casa Branca. Alguns acadêmicos, como Mark Selden, um professor da Cornell University afirmou que as bombas não foram o fator determinantes para o país se render. “Os japoneses já haviam sofrido a destruição de cidade após cidade, com a perda de aproximadamente meio milhão de vidas, por causa de bombardeios americanos. Eles não tinham nem piscado”, disse Selden.

“Mas foi porque queriam obter uma pequena concessão dos Estados Unidos, que exigia uma rendição incondicional: a proteção do imperador”, disse Selden à BBC. De acordo com ele, antes da detonação da bomba em Hiroshima, o Japão buscava de forma desesperada uma forma de se render e, por esse motivo, procurava até a intermediação da União Soviética, com a qual havia assinado um tratado de neutralidade alguns anos antes.

No entanto, para o acadêmico, os soviéticos não demonstravam realmente interesse em ajudar na negociação, pois estariam mais ligados à ideia de entrar no conflito para ganhar novos territórios e vantagens. De acordo com o professor do Departamento de História da Universidade da Califórnia, em Santa Bárbara, Tsuyoshi Hasegawa, foi precisamente a possibilidade de um envolvimento soviético que acabou com a decisão de Truman de usar a bomba.

Aliados Desconfortáveis

“A entrada da URSS teria acelerado o fim da guerra, mas os Estados Unidos já haviam começado a entrar em conflito com os soviéticos na Europa Oriental, então havia preocupações”, disse Hasegawa. “Quero dizer, Truman tinha um dilema e a bomba resolveu esse dilema”, completou. “Em outras palavras, a principal razão para usar a bomba foi forçar os líderes japoneses a se renderem antes que os soviéticos entrassem na guerra, ambos estão muito conectados”, finalizou.

Seu colega Cornell e ele concordavam que foi precisamente a decisão de Moscou, de se juntar ao conflito contra os japoneses, 48 horas após Hiroshima, o que forçou a rendição do Japão. “Acho que é útil pensar no lançamento da bomba como primeiro grande momento do que muitos chamam ou gostam de chamar de ‘Guerra Fria’”, afirmou Selden, que crê que Washington viu a bomba como uma maneira de enviar uma mensagem aos soviéticos. “E visto de Tóquio, a ideia de ver os russos no comando em vez dos americanos, deve ter parecido tremendamente pouco atraente”, finalizou ele.

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