Afinal, quanto custa uma urna eletrônica?

As urnas eletrônicas usadas nas eleições de 2022 foram adquiridas por meio de um contrato de R$ 799 milhões. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou em 2020 que a empresa Positivo Tecnologia venceu a licitação para compra dos equipamentos.

Na época, o TSE informou que desejava comprar aproximadamente 180 mil urnas para substituir as máquinas fabricadas em 2006 e 2008, cuja vida útil está esgotada.

Cada máquina custa aproximadamente R$ 4,2 mil. 

Urna eletrônica mais avançada terá custo de conservação muito menor

Foto: Reprodução/ TSE

Em dezembro de 2021, foi noticiado que o novo modelo de urna eletrônica (UE2020), que começou a ser produzido no Brasil em novembro daquele ano, contaria com máquinas mais modernas, rápidas e com arquitetura diferenciada.

Para conseguir a licitação, a empresa Positivo Tecnologia passou por um processo em três etapas: entrega dos documentos de habilitação, proposta técnica acompanhada de uma unidade do Modelo de Engenharia da UE2020 e proposta de preço.

O coordenador de Tecnologia Eleitoral do TSE, Rafael Azevedo, informou algumas das mudanças trazidas com a nova urna.

“Houve uma evolução muito grande em termos de arquitetura. Essa urna conta com terminal de mesários sensível ao toque, a bateria foi alterada para melhor. Nossa expectativa é que, por ter um custo de conservação muito menor que os modelos anteriores, a urna se pague diante do maior investimento financeiro feito pelo Tribunal”, destaca.

Investimento

Foto: Arthur Mota/ Folha de Pernambuco

A UE2020 custará 985,50 dólares, a unidade. À época, o valor era o equivalente a cerca de R$ 4,1837. A urna foi orçada em dólar porque, apesar de ser totalmente fabricada no Brasil, a maior parte dos componentes da máquina foram importados de países asiáticos.

“Esse novo modelo foi projetado para oferecer uma experiência de votação mais fácil e acessível aos eleitores e mesários. Além disso, a bateria de lítio não precisa de recarga; ela acompanha toda a vida útil da urna. Essa maior autonomia impacta diretamente em um menor custo de conservação. Nosso equipamento deve ser aprimorado de forma constante, principalmente em razão das alterações mercadológicas dos componentes eletrônicos e de computadores”, afirma Azevedo.

Renovação das urna é necessário

Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

A licitação dos novos equipamentos foi realizada com a meta de continuar a renovação do parque de urnas e complementar o quantitativo necessário para suprir o crescimento do eleitorado.

Vale destacar que a cada eleição, é necessário substituir urnas antigas que já ultrapassaram 10 anos de uso ou foram usadas em seis eleições.

Urnas brasileiras são falhas e permitem fraudes?

Foto: Fernando Frazão/ Agência Brasil

O professor do Instituto de Computação da Universidade de Campinas (Unicamp) Jorge Stolfi, afirmou que o sistema totalmente digital é “inaceitável”, porque apresenta “riscos inerentes que são muito sérios e incontornáveis. Riscos de fraudes feitas por pessoas internas ao sistema, que não podem ser detectadas antes, durante ou depois da eleição”.

Para aumentar a segurança do resultado eleitoral apurado, o professor sugeriu a adoção do voto impresso de maneira complementar à urna eletrônica.

No entanto, à época, o secretário de Tecnologia da Informação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Dutra, afirmou que desde a implementação do sistema de votação eletrônica nunca foi confirmada a ocorrência de fraude deliberada no processo.

“Há críticas, normalmente feita pelos perdedores, que tentam encontrar uma justificativa para a derrota. Mas podemos afirmar categoricamente que a fraude no sistema eleitoral é inviável por causa da quantidade de dispositivos de segurança existentes e do universo de pessoas que precisariam ser cooptadas para fraudar um resultado eleitoral”, afirmou.

Giuseppe Dutra ainda diferenciou que podem existir eventuais falhas técnicas provocadas por defeito no equipamento. Assim, as fraudes buscariam mudar o resultado das eleições.

Fonte: Agência Brasil, TSE, Jusbrasil