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Anna Maria Radclyffe: a condessa que costurou carta com cabelo humano

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Já fez alguma loucura com o cabelo? Bom, a Anna Maria Radclyffe já. Em 1716, a condessa costurou um lençol utilizando cabelo humano. O propósito era expressar a dor que a ausência de seu marido lhe causava.

Atualmente, a carta está exposta no Museu de Londres. Além de excêntrica, a situação traz consigo os conflitos que a Inglaterra vivia durante o Século 18. Por isso, nesse post vamos contar todos os bastidores por trás dessa atitude tão radical de Anna Maria.

Fonte: Geni

Cônjuge rebelde

Primeiramente, vale destacar que a condessa era esposa de James Radclyffe. Este, por sua vez, era o terceiro conde de Derwentwater. Envolvido com a política, foi peça importante nos levantes jacobitas

Basicamente, esses movimentos reivindicavam o retorno de Jaime II ao trono do Reino Unido. Anteriormente, o monarca foi deposto pelo Parlamento durante a Revolução Gloriosa. Sendo assim, forças rebeldes ficaram ao seu lado na tentativa de reconduzi-lo ao poder.

Apesar de duradouro (1688 – 1746), os levantes jacobitas tiveram pouco resultado efetivo. Nesse sentido, muito rebeldes se dirigiram a jaulas, entre eles, James Radclyffe. Logo, o conde se encontrava preso na Torre de Londres, enquanto aguardava a decapitação.

Do lado de fora, companheiros de batalha faziam de tudo para conquistar o perdão do rebelde. Porém, de nada adiantou, o futuro dele já se encaminhava. Dessa forma, no dia 24 de fevereiro de 1716, Radclyffe foi decapitado por traição.

Fonte: Chorley History Society

Mistura de raiva e tristeza

Com toda certeza, a morte do marido abalou Anna Maria em cheio. Antes que ele fosse executado, ela lhe fazia visitas constantes na cela. Além disso, o casal trocava cartas repletas de melancolia e saudade.

Durante as visitas, a condessa gostava de levar algumas lembrancinhas para casa. Uma delas foi um lençol com pouco uso, no qual Radclyffe se cobria nas solitárias noites na prisão.

Aliás, foi nessa roupa de cama que James e Anna conceberam sua primeira filha. Por isso, o item era tão valioso para a mulher, que ela o levou para casa. Logo, com a morte de seu marido, o lençol serviu de papel, enquanto o cabelo humano assumiu o papel da caneta.

Como resultado disso, a viúva bordou a seguinte frase: “O lençol da cama do meu querido lorde na miserável Torre de Londres”. Nesse sentido, fica nítido que ela estava triste com a morte do amado ao mesmo tempo em que cultivava revolta por Londres.

Inclusive, os historiadores apontam que Anna Maria escreveu a carta em Bruxelas. Na época, ela se mudou para a capital belga a fim de criar seus filhos como católicos, sem que houvesse interferências da coroa britânica.

De onde vem o cabelo?

Agora, chegamos em uma das partes mais misteriosas da história. Ainda não se tem certeza sobre quem é o dono do cabelo que Anna Maria utilizou para costurar a carta. Assim, surgem duas possibilidades.

Fonte: Museum of London

Em primeiro lugar, vem a possibilidade dos fios serem de Radclyffe. Afinal, somente o coração dele foi doado a um convento agostiano. Sendo assim, o resto do corpo se encaminhou para viúva. Portanto, ela tinha diante de si o couro cabeludo do amado para escrever o que bem entendesse.

A segunda alternativa é que a matéria-prima inusitada saiu do medalhão que a condessa carregava consigo. Neste compartimento, ela guardava fios de cabelo de seu marido, mesmo com este estando vivo.

Portanto, a forte teoria é que ela apenas abriu o medalhão e pegou os fios lá de dentro para construir o recado. Inclusive, a dor da viúva não durou por muito tempo. Em 1723, ela contraiu varíola e também faleceu.

Em conclusão, lembramos que a carta pode ser visitada no Museu de Londres. A propósito, o depósito do item no memorial só se deu em 1934. No entanto, hoje ele arrasta pessoas do mundo todo a fim de entenderem essa escrita de carta um pouco excêntrica.

Fonte: Mega Curioso.

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