Por O bilionário Elon Musk, que trocou o nome do Twitter para X, parece ter se confundido momentaneamente ao se referir à sua plataforma de mídia social.
Na última segunda-feira (2), o empresário chamou o X de Twitter em uma postagem após a plataforma ter sido bloqueada no Brasil.
Musk compartilhou um meme mostrando uma pessoa deitada sobre uma pilha de dinheiro, com a legenda “POV: empresas de VPN depois que o Brasil baniu o Twitter”, conforme relatado pelo NDTV World.
O uso do nome original chamou a atenção de muitos usuários, que ironizaram dizendo que o “rebranding está indo muito bem”.
“Ele ainda chama de Twitter, LOL”, comentou um usuário na publicação.
Outro escreveu: “Por que você está animado em compartilhar isso? Achei que sua empresa agora se chamava X. Este meme é sobre o Twitter.”
Via Globo
Entenda o caso
A plataforma de mídia social X, de Elon Musk, foi banida no Brasil no sábado (31) por ordem do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que alegou descumprimento de ordens judiciais e disseminação de desinformação.
Essa proibição acontece após meses de conflito entre Musk e as autoridades brasileiras, que investigam a propagação de fake news na plataforma.
O ministro Alexandre de Moraes já havia ordenado a suspensão de várias contas ligadas a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro. Isso porque eles tentaram desacreditar o sistema de votação nas eleições de 2022.
A plataforma de Musk, que conta com mais de 22 milhões de usuários no Brasil, foi acusada de facilitar a disseminação de desinformação e discurso de ódio. A ordem judicial também estabelece uma multa de R$ 50 mil para quem tentar contornar a proibição utilizando VPNs ou outros meios tecnológicos.
Musk manifestou sua indignação, classificando a proibição como um ataque à liberdade de expressão e à democracia. No entanto, acabou escolhendo uma maneira pouco convencional para isso: um meme com o nome do Twitter.
Rebranding
Após a compra da rede social, Musk garantiu que ela passasse pelo que se chama rebranding. Em marketing, trata-se de atualizar ou trocar uma marca, fazer uma “repaginação”.
No entanto, um rebranding bem-sucedido exige mais do que apenas uma mudança de nome ou identidade visual. Ele precisa conquistar a aprovação e a aceitação dos clientes.
Quando uma marca decide alterar sua imagem, essa transformação deve ressoar positivamente com o público-alvo, criando uma conexão emocional e reforçando a confiança na empresa.
O caso do nome Twitter, agora tentando ser conhecido como X por Elon Musk, ilustra bem como uma mudança sem a devida aceitação dos usuários pode gerar resistência e críticas.
A transição do Twitter para X não teve uma recepção calorosa por muitos dos seus usuários. Inclusive, eles continuam a se referir à plataforma pelo seu nome original.
Via Globo
Asssim, isso reflete uma desconexão entre a visão da empresa e as expectativas dos clientes, indicando que a nova identidade não foi capaz de engajar o público de maneira eficaz.
Comentários e memes nas redes sociais mostram que, para muitos, o rebranding não foi convincente, e a nostalgia pelo antigo Twitter permanece forte.
Para que um rebranding tenha sucesso, é fundamental que a mudança seja pública, em uma comunicação clara e que os clientes vejam valor na nova identidade.
Sem essa aceitação, a mudança pode ser vista como superficial ou desnecessária, prejudicando a percepção da marca e, em última análise, a sua relação com os clientes.
No caso do Twitter/X, a falta de alinhamento entre a visão da empresa e a reação dos usuários destaca a importância de um planejamento cuidadoso e de um envolvimento genuíno do público em processos de rebranding.
Meme
Com esse meme usando o nome do Twitter, Elon Musk apenas provocou ainda mais a parcela insatisfeita dos seus usuários.
Isso porque não se trata apenas da marca, mas de como a plataforma se construiu e ganhou sua popularidade. O nome do Twitter é tão forte que tinha se tornado até mesmo um verbo. No dicionário de Oxford, é possível encontrar o ato de “tweetar”.
Contudo, isso mudou ao trocar o nome do Twitter, criando uma marca sem reconhecimento ou força, e que os clientes rejeitam. Esse deslize, mesmo sendo para provocar a decisão do ministro Alexandre de Moraes, pode se tornar mais uma munição para o público que critica o bilionário.
Fonte: Globo
