Ciência e Tecnologia

Arqueólogos encontram cidade maia do século 7, em uma fazenda no México

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Uma pequena fazenda em Lacanja Tzeltal, na região de Chiapas, no sul do México abriga uma cidade perdida do reino maia. A cidade, capital perdida dos povos Sak Tz’i’ foi descoberta meio que por acaso, por uma equipe de arqueólogos. De acordo com um artigo, publicado no Journal of Field Archaeology, a região foi construída por volta de 750 d.C. E teria sido ocupada por mil anos.

Segundo o pesquisador Whittaker Schroder, ele não estava à procura de algo tão grandioso, quando passava por aquela região. Ele conta que dirigia pela região de Chiapas e avistou um homem, acenando para ele. Na ocasião, ele resolveu não parar, por achar que o homem estava oferecendo alguma coisa para comprar. Alguns dias depois, o pesquisador passou pela região e viu o mesmo homem acenando para ele. Então, ele resolveu parar e então descobriu que, na verdade, ele não estava querendo vender nada. O homem queria mostrar uma tábua encontrada ali.

O que poderia ser uma tábua qualquer, acabou sendo um artefato histórico. Se tratava de uma evidência de que ali, se escondia uma parte importante da história do povo maia. A partir disso, eles passaram a escavar o local e descobriram uma cidade antiga.

A descoberta 

Se passaram cinco anos, até que as escavações na área começassem, mas toda a espera valeu a pena. Ali, eles encontraram, desde destroços de monumentos maias, até restos de algumas pirâmides do palácio real. Além de uma quadra esportiva da pequena cidade.

Segundo historiadores, o reino de Sak Tz’i’ era relativamente pequeno, e ocupava o que, hoje, é a fronteira entre o México e a Guatemala. Desde 2014, pesquisadores procuravam evidências dessa sociedade maia. Isso porque eles tinham encontrado referências à ela, em inscrições de outras escavações.

Embora o reino fosse bem menor do que outras sociedades maias daquele tempo, a maneira como esse povo vivia, era muito semelhante a de outras cidades maiores. Os povos que viviam da terra, usavam as plantas e criavam artefatos de pedra e cerâmica. E vendiam seus produtos em um mercado.

Eles tinham um centro de atividade religiosa e política, conhecido como “Plaza Muk’ul Ton”, que era um pátio de 6 mil metros quadrados. Nesse local, as pessoas se reuniam para os mais diversos tipos de cerimônias tradicionais. Tinha também uma pirâmide de 13 metros, ao nordeste da cidade, que era cercada pelas casas dos mais ricos.

A sociedade

A partir das escavações, os arqueólogos também encontraram evidências, sobre possíveis batalhas daquele povo. Isso porque, um lado da cidade estava cercado por riachos com encostas íngremes, e de outro, havia muros de alvenaria, construídos para impedir a entrada de invasores. Mas de acordo com inscrições antigas, a cidade ou, pelo menos parte dela, foi incendiada durante um conflito, com reinos próximos.

Por estar cercada por estados maiores e mais poderosos, Sak Tz’i’ possivelmente enfrentou significativas guerras, e batalhas violentas em sua história. E de acordo com Charles Golden, antropólogo líder da pesquisa, a sobrevivência da sociedade, por tanto tempo, é um indicativo do seu poder militar. Além da sua capacidade diplomática, algo que interessa bastante os historiadores.

Agora, Golden, e o restante da equipe estão aguardando a permissão do governo mexicano, para retomar as escavações em Sak Tz’i’, ainda esse ano. A ideia é continuar mapeando a cidade, utilizando uma tecnologia moderna, chamada LIDAR. Essa que usa um localizador a laser, para sobrevoar o sítio arqueológico e analisar a arquitetura e topografia da região. Com isso, eles esperam fazer novas descobertas sobre a antiga capital maia.

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