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As super plantas criadas através da radiação

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Parece estranho pensar em plantas criadas através de radiação, mas isso já aconteceu. Tudo começou no dia 8 de dezembro de 1953, quando o então presidente dos Estados Unidos, Dwight D. Eisenhower, apresentou-se na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, com o discurso Atoms for Peace, falando sobre a ameaça da guerra atômica. No entanto, vale lembrar que isso foi 8 anos depois do país começar essa era com o bombardeio de Hiroshima e Nagasaki ao final da Segunda Guerra Mundial.

Logo após, foi inaugurado o programa Atoms For Peace, como parte de uma campanha midiática chamada Operação Franqueza. O objetivo dela era alertar e estimar um futuro nuclear que poderia ajudar a todos devido à sua magnitude de informações e tecnologia.

Essa campanha de Eisenhower foi extremamente importante para todo o mundo focar em um uso positivista dessa energia atômica.

Jardins atômicos

Os jardins atômicos da década de 1950 foram uma das iniciativas do governo da época para tentar diminuir o horror que as pessoas tinham da energia nuclear. O objetivo era mostrar para os americanos que ela poderia ser uma aliada.

Além dos Estados Unidos, esses jardins estavam presentes em regiões da Europa, na Índia, no Japão e em algumas partes da então União Soviética. A meta era testar quais eram os efeitos da radiação na vida das plantas utilizando isótopos de cobalto como fonte de radiação. Para essa pesquisa, era necessário identificar mutações benéficas que fizessem as plantas terem características úteis, entre elas, uma maior adaptação às diversas condições climáticas e um crescimento mais rápido.

No ano de 1959, Muriel Howorth, ativista atômico britânico, criou a Sociedade de Jardinagem Atômica, objetivando trazer a energia atômica e essa experimentação para a vida da população civil de forma ativa. No começo, para a alta adesão do projeto, os membros recebiam as sementes irradiadas, plantavam em seus jardins e depois enviavam relatórios à sociedade com os resultados.

A ascensão dos jardins radioativos

Reprodução

Os jardins gama, seu outro nome, tinham aproximadamente 5 acres de tamanho e eram organizados em círculo, com vários níveis de radiação que ativavam as plantas a partir do centro. As doses enérgicas eram recebidas ao longo de 20 horas, depois os cientistas protegidos entravam no local e analisavam o resultado.

Esse estudo demonstrou que as plantas mais próximas da irradiação costumavam morrer, já as mais longe tinham anormalidades significativas. As plantas consideradas interessantes ficavam na periferia do jardim, com uma gama de mutações maior do que o normal, porém de maneira benéfica.

As sementes dessas plantas irradiadas viraram uma febre na sociedade da Era Atômica dos Estados Unidos. Elas foram comercializadas até mesmo para pessoas que em casa realizavam os próprios experimentos de jardinagem atômica em seu lar.

A queda da popularidade aconteceu nos anos 1960, devido às mudanças políticas sobre a energia atômica, assim como uma falha da Sociedade de Jardinagem Atômica em trazer resultados relevantes à sociedade.

Apesar disso, muitos jardins gama seguiram em grande escala, desenvolvendo plantas comerciais e liberadas por laboratórios e empresas privadas. A pesquisa também continuou sendo realizada através de ações em conjunto da Agência Internacional de Energia Atômica e  da Organização para Agricultura e Alimentos da ONU.

Hoje em dia, o Instituto de Reprodução de Radiação no Japão é o maior jardim atômico do mundo. O local tem aproximadamente 90 metros de largura e paredes de até 7 metros de altura que servem para conter a radiação. O objetivo do instituto é produzir um conjunto que resiste a fungos e aprimorar a coloração das frutas.

Fonte: Mega Curioso

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