Ciência e Tecnologia

Cientistas confirmam presença de água na lua

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O ano de 2022 começou com diversas descobertas no espaço, entre elas está a da sonda chinesa Chang’E-5, que realizou a primeira detecção de água diretamente na superfície da lua. Essa nova informação foi confirmada por meio de observações feitas com amostras anteriores e foi publicada no começo de janeiro desse ano, dia 07, na revista Science Advances.

Comandada por experts da Academia Chinesa de Ciências, o time internacional de cientistas analisou os dados do espectrômetro do módulo lunar chinês, que foi lançado em novembro de 2020. O equipamento fez as medições da paisagem e de uma rocha localizada na lua.

Este instrumento recebe a luz solar refletida da superfície lunar. Dependendo de como acontece a reflexão da luz ou da sua absorção, os pesquisadores descobriram novos dados sobre a mineralogia e o teor de água dos materiais da superfície do satélite natural.

Vale lembrar que pesquisas anteriores já estimavam indícios de água na superfície lunar, isso com base em dados de sensores que orbitam a lua e as medições de moléculas do elemento em amostras enviadas à Terra. Porém, essa nova pesquisa é a primeira a descrever as medições de água in situ.

“Analisamos os dados de refletância do espectrômetro a bordo do módulo de pouso usando métodos semelhantes que foram usados ​​em meus estudos anteriores para entender a distribuição e as origens da água na Lua”, afirmou Shuai Li, um dos autores do estudo, em comunicado oficial.

A água presente na lua

Chang’E-5

Mesmo que a maioria do solo local onde pousou o Chang’E-5 seja extremamente seco, como informado pelas amostras de cerca de 50 anos do Programa Apollo da Nasa, existe na área um pedaço de rocha cheio de vesículas. Os dados do espectrômetro também indicaram um maior teor de água nesta pedra.

Uma característica da rocha é que ela parece a pedra de lava localizada perto das praias no Havaí. O objeto possui origem ígnea, sendo formado pelo resfriamento e solidificação de materiais fundidos. De acordo com Hoglei Lin, o autor principal da pesquisa, a rocha pode ser escavada de um local de basalto mais antigo. Ela foi levada ao local de pouso da sonda.

“Assim, o menor teor de água do solo, em comparação com o maior teor de água do fragmento de rocha, pode sugerir a desgaseificação do reservatório abaixo do local de pouso de Chang’E-5”, declarou Lin.

As erupções vulcânicas

Honglei Lin et al.

Essas informações ainda apontam indícios de erupções vulcânicas que aconteceram durante um longo período da região lunar. Com essa nova descoberta, ganha mais força as teorias anteriores de Li, que apontam que só é possível utilizar a água da lua através de depósitos vulcânicos de baixa latitude no satélite e depósitos de gelo nas partes próximas ao solo em tons sombreados.

No entanto, os pesquisadores ainda desejam validar essas observações por meio de análise direta das amostras devolvidas por Chang’E-5. Estima-se que entender sobre a distribuição de água na lua será fundamental para identificar sua formação e evolução. Também poderá fornecer recursos para missões humanas futuras.

Fonte: Revista Galileu

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