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Autista inicia tratamento com Cannabis após medicamentos tradicionais não trazerem o resultado esperado

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Desde 2021, o Hospital Sírio-Libanês, um dos mais importantes do país, tem um núcleo de Cannabis medicinal. Uma das pacientes tratadas no local é Anna Vitória, de 4 anos, que começou a usar o óleo há quase três meses para tratar um autismo severo. A família gasta aproximadamente R$ 700 em cada frasco, que é importado dos Estados Unidos.

“A gente decidiu dar o cannabidiol no momento em que a gente está vendo que alguns outros medicamentos tradicionais, farmacêuticos, não estão fazendo muito efeito, ou não é o resultado esperado”, explica ao Profissão Repórter o pai, Haidar Viotto.

Ao ser questionada se já notou mudança no começo da experiência, a mãe, Andreza, afirma: “Ela tem dormido melhor, a noite toda”. Além disso, ela informa que na segunda consulta depois do início do tratamento, os índices de cortisol da menina seguiam altos e por causa disso o médico decidiu aumentar a dose.

“Não dá para a gente esperar, de forma nenhuma, por exemplo, uma cura do autismo; não é disso que a gente está falando. Mas que essa capacidade de desenvolvimento melhorando, esse ambiente cerebral funcionando mais adequadamente, permita com que a aprendizagem aconteça de uma forma mais adequada”, disse o médico Vinícius Barbosa.

Anna Vitória ainda passa quatro horas por dia em uma clínica terapêutica. O tratamento custa R$ 13 mil e é pago pelo plano de saúde, por decisão da Justiça. 

Resultado do tratamento

Foto: Reprodução/ Profissão Repórter

Carolina Portugal, diretora de fonoaudiologia do local, elogia os resultados que seus pacientes apresentam com o uso da Cannabis medicinal:

“O uso do medicamento com canabidiol faz uma diferença. Tem muitos casos aqui. Não é para todo mundo – a gente precisa de uma orientação do médico responsável pelo caso -, mas a gente vê uma modificação importante no comportamento. Vários casos ficam menos agitados. Também influencia no desenvolvimento da fala, da comunicação, porque se eu tenho maior concentração e eu consigo adequar mais meu comportamento, eu consigo me comunicar melhor.”

De acordo com a profissional, a comunicação e o comportamento caminham juntos e não conseguem ser separados.

“Eu preciso trabalhar com a possibilidade que ela consiga viver com dignidade, que ela peça o que ela quer, que ela diga que está com dor, que diga o que está sentindo. Seja da forma que for”, acrescenta a diretora de fonoaudiologia do local.

Autista de 5 anos faz tratamento com Cannabis medicinal na rede de saúde pública do RJ

Foto: Reprodução/ Profissão Repórter

Já em Búzios (Rio de Janeiro), uma parceria com associações que produzem o óleo da Cannabis medicinal atende 180 crianças de famílias com baixa renda e uma delas é Ítalo, de 5 anos, que tem autismo. Vale lembrar que a cidade foi a primeira do Rio a adotar o uso da Cannabis medicinal na rede pública de saúde. 

O menino vive com os avós que trabalham com coleta de material reciclável e ajudam a cuidar dele e de mais um neto. A criança usa os remédios convencionais para controlar a agressividade e, há dois meses, começou a utilizar o óleo de cannabis. O tratamento é feito de graça.

“Geralmente, o remédio está muito caro e, para as pessoas de baixa renda, é difícil de comprar. O remédio faz efeito”, disse o avô, Edilson da Mota Barreto.

Mesmo medicado, Ítalo ainda alterna entre os momentos de tranquilidade e agressividade. No entanto, apesar das dificuldades, a avó, Maria, afirma:

“Vale a pena, tanto para mim quanto para eles. Os meus netos representam tudo para mim. A gente saber que eles dependem da gente é uma coisa inexplicável”.

Além do autismo, a Cannabis medicinal também é uma alternativa para tratamentos de outras doenças de difícil controle, como a epilepsia e alguns casos de câncer .

Fonte: G1

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