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Avô aborígene viajou 3 mil quilômetros para dançar com sua neta

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Vivemos em um mundo cheio de preconceitos que, por vezes, faz com que muitas pessoas escolham omitir e negar suas origens por medo do que os outros vão pensar. Mas nem todos cedem à essa pressão da sociedade moderna, algumas pessoas conseguem se adaptar ao novo meio sem que isso as impeça de cultivar suas tradições.

Fazer parte de uma cultura, não significa ser uma ameaça à outras, mesmo que sejam completamente diferentes. Como é o caso do aborígene, Gali Yalkarriwuy Gurriwiwi, e de sua neta Sasha. Ele tem família australiana, que vive cercada por um mundo civilizado, rodeada de tecnologia, mas que ainda assim cultivam suas origens.

A tradição

Há dois anos atrás, a família de Gali decidiu que seria melhor enviar sua neta para Melbourne para que ela tivesse a chance de estudar, e alcançar os seus sonhos, o que infelizmente não seria possível vivendo na ilha Elcho, onde toda a sua família sempre morou. Sasha então foi estudar no College Of Aboriginal Worowo em Healesville, na Austrália.

Seu avô, Gali, decidiu fazer uma surpresa para Sasha em sua formatura de graduação. Ele embarcou em uma viagem de 3.219 quilômetros da ilha, que fica localizada no nordeste de Arnhem, para dançar com ela como uma forma de demonstrar todo o seu orgulho e felicidade pela conquista da neta.

Com a sua chegada, eles então fizeram a dança tradicional chamada de Lunggurrma. Segundo a esposa de Gali, Jane Garrutju, esse ritual era um sonho para ele há muito tempo, a oportunidade de dançar com a sua neta nesse momento especial. Ele não pode deixar de pronunciar diversas vezes a palavra “orgulho”, uma das poucas que ele sabe em inglês, já que ele conversa principalmente na linguagem tradicional do seu clã, os Galpu.

Duas culturas diferentes

E mesmo que agora Sasha faça parte do mundo moderno e viva conforme os costumes do mundo civilizado, ela nunca perdeu suas origens. Ela tem uma forte ligação com a sua cultura, algo que ela fortaleceu ainda mais durante o tempo em que esteve estudando, e que aprendeu a falar três línguas indígenas.

“Eu adoro caçar, procurar por ostras, pescar, procurar por vermes de mangue e fazer a dança tradicional, nós o chamamos de bunggul, é disso que eu sinto falta, e contar histórias ao redor da fogueira”, conta ela.

E o mais importante disso tudo, sem se envergonhar das suas raízes, pelo contrário, ela respeita e se orgulha de pertencer a uma família aborígene.

Isso se deve muito ao seu avô, que fez questão de educar rigorosamente todos os netos, “Gali é muito forte em ensinar seus netos a se apegarem a seus valores, a serem capazes de equilibrar a cultura ocidental e nossa cultura”, afirma Jane.

A jovem, que acabou de ser formar na escola, sonha em se tornar enfermeira, e trabalhar na sua própria comunidade e em Melbourne. Sasha diz que não tem necessidade abandonar suas raízes para se adequar à sociedade moderna, e que se orgulha de viver nos dois mundos.

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