Ciência e Tecnologia

Brasileira que sofreu com a fome e preconceito conquista PHD em Harvard

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Infelizmente muitos brasileiros nascem sem perspectiva alguma, em meio as mais duras realidades. Este foi o caso de Joana D’Arc Félix de Souza. Filha de um profissional de curtume (operação de processamento do couro cru) e de uma empregada doméstica. Ela sempre teve interesse em aprender. Mesmo em meio às dificuldades que a vida lhe apresentava, nunca desistiu de adquirir cada vez mais conhecimento.

Segundo ela: “Eu era a caçula de três irmãos, tinha certa diferença de idade, então minha mãe me levava com ela para o trabalho. Ela aproveitou que tinham jornais na casa da patroa e me ensinou a ler, para eu ficar mais quieta. Tinha quatro anos e ficava o dia todo lendo“. Ela ainda conta que certa vez, a diretora de uma escola Sesi visitou a casa da patroa da mãe dela. Quando a viu sentada olhando o jornal, lhe perguntou se estava vendo as imagens. Ela respondeu que estava lendo.

Isso fez com que a diretora ficasse completamente surpresa. Pediu para que lesse um trecho e ela fez… Leu perfeitamente bem. Então a mulher disse para sua mãe que a levasse alguns dias na escola e que se desse conta de acompanhar o restante da turma, a vaga seria dela. Apenas para que você tenha noção, ela terminou o ensino médio com apenas 14 anos de idade.

Faculdade

Embora sua sede pelo conhecimento tenha sido insaciável, ela conta que sofreu para chegar onde está hoje. “As cidades do interior tem aquela coisa de sobrenome: se você tem, pode ser alguém, se não tem, não pode. Sempre enfrentei preconceito. Na minha segunda escola, mesmo sendo estadual, tinha aquela coisa de classe para os ricos, classe para os pobres, com tratamentos diferentes“, conta Joana. Mesmo sendo exposta a tantos obstáculos, ela nunca perdeu a fé em si mesma.

Este era apenas o começo de uma história de muito sucesso. Sempre muito dedicada, seus estudos acabaram lhe rendendo uma vaga na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), para o curso de química. Com apenas 24 anos, ela já havia terminado seu mestrado e até mesmo doutorado. Mas lembra que também não foi uma fase fácil em sua vida. Como a universidade era muito longe, ela precisou se mudar para um pensionato. Seu pai era quem lhe ajudava financeiramente, mas o dinheiro era o suficiente apenas para pagar o lugar, o transporte e a comida. Na verdade, até para a comida as vezes faltava.

Emocionada, ela lembra que as vezes pegava pães no bandejão da universidade e levava para casa. Sempre ficava ansiosa para a hora do almoço. Sua situação melhorou apenas no segundo semestre, que foi quando começou um projeto de iniciação científica: “Quando recebi a primeira bolsa, corri para a padaria e gastei uns 50 reais em doces para matar a vontade“, conta ela aos risos.

Sempre incentivada por seus professores a seguir carreira acadêmica, foi assim que Joana fez. Inclusive, um de seus artigos saiu no Journal of American Chemical Society e foi aí que lhe surgiu a oportunidade de sua vida… Ela foi convidada para fazer seu pós-doutorado na Universidade de Harvard.

Novas oportunidades

Por lá, os professores orientaram Joana a segmentar seu trabalho com um tema voltado para o Brasil. Ela não pensou duas vezes… Utilizou o trabalho do pai como fonte para seus estudos. Se dedicou a pesquisar sobre os resíduos de curtume presentes nas fábricas de calçados, dessa forma, acabou desenvolvendo um fertilizante organomineral. Sua pesquisa lhe rendeu nada menos do que 56 prêmios e chegou a ganhar também uma eleição como pesquisadora do ano, em 2014.

Mais tarde, ela precisou voltar urgentemente para o Brasil ao receber a trágica notícia da morte de sua irmã. Como se não bastasse, seu pai também morreu, apenas um mês depois. Foi preciso que ela ficasse no país por um tempo ajudando sua mãe a se restabelecer do choque e também cuidando dos quatro sobrinhos que perderam a mãe.

Passado o momento de dor, Joana acabou encontrando outra atividade que lhe proporcionou imensa alegria. Foi ali mesmo em sua cidade natal, Franca, que começou a atuar como professora em uma escola técnica. Ela passou a se inspiração para muitos jovens que assim como ela, vieram de comunidades pobres.

Alguns jovens estavam no caminho errado, mas fazendo a iniciação científica encontraram um rumo. Eles tomaram gosto pela pesquisa. Muitos pais vieram me agradecer e isso é muito gratificante  dentro da escola básica“. Ela ainda acrescenta que “as armas mais poderosas que temos para vencer na vida são a educação e o estudo“.

E então pessoal, o que acharam? A história de Joana é realmente incrível, não acham? Um verdadeiro exemplo de superação e esforço! Compartilhem suas ideias com a gente aí pelos comentários!

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