O cérebro humano é de tamanha complexidade que, dependendo da perspectiva, pode ser mais misterioso que o próprio universo espacial. Não precisa ser um pós-doutor em Neurologia para saber que ainda não desvendamos todos os segredos – ou nem ao menos algo perto disso – que guarda a mente do homem. Se entendermos que o campo de estudo em questão começou a ser explorado no século 18, conseguiremos compreender com mais facilidade que o estudo da mente é algo muito recente. Em contrapartida, a indagação do ser humano pelo tempo é antiga, e gera estudos e especulações desde que passamos a nos organizar politicamente.
Se a junção do velho e do novo já é um tópico atemporal da existência humana, a junção do tempo – há muito explorado, ou seja, o velho – com o cérebro – a pouco explorado, ou seja, o novo -, é uma interdisciplinaridade excitante para os cientistas. Não a toa, alguns pesquisadores dos Estados Unidos, ao estudar alguns estÃmulos cerebrais, conseguiram criar a ilusão de viagem no tempo em algumas pessoas.
O cérebro e o tempo
Alguns cientistas, do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech), criaram duas ilusões para mostrar como o cérebro faz para gerir todas as informações recebidas pelos cinco sentidos e dar significado aos estÃmulos conflitantes. Basicamente, as ilusões concentram-se em sinais sonoros e visuais mostrando como um estÃmulo posterior pode afetar e alterar a percepção dos estÃmulos que aconteceram anteriormente. Essa situação pode levar a pessoa a ter a percepção de que já sabia que algo – que aconteceu – iria acontecer. Essa “travessura” da mente humana é percebida como uma viagem no tempo pelo nosso cérebro, que volta em sensações e memórias passadas -alterando-as – através de uma situação no presente.
O fenômeno descrito é chamado de pós-aditivo. Ao contrário de uma previsão, o cérebro usa de pistas para determinar algo que possa acontecer no futuro. Além disso, é bom que você saiba que o sentido auditivo é o que mais tem poder sobre os outros, podendo gerar ilusões visuais. “O cérebro usa suposições sobre o ambiente para resolver esse problema. Quando as suposições são erradas, as ilusões podem ocorrer para que o cérebro entenda o melhor sentido de uma situação confusa. E podemos usar as ilusões para desvendar as deduções que o cérebro faz”, explicou Noelle Stiles, um dos cientistas envolvidos na pesquisa.
O Coelho Ilusório e o Coelho InvisÃvel
O teste foi dividido em duas partes. A primeira delas se chama Coelho Ilusório, na qual em um vÃdeo de 49 segundos, eles apresentam uma sequência de flashs e bipes. Após a sequência, eles perguntam para as pessoas quantos flashs aconteceram. A maioria das pessoas responde que aconteceram 3 flashs. Faça o teste a seguir, antes de continuar a leitura:
Acontece que, no fim das contas, não são 3 flashs, e sim 2. São na verdade, 3 bips e 2 flahs. Porém, nosso cérebro ao escutar três bips, nos leva a também enxergar 3 flashs. Ou seja, um sentido altera outro, e assim, nossa percepção da realidade, criando ilusões de ótica.
Na segunda parte, o inverso acontece. São exibidos três flahs e dois bips. A pesquisa mostra que a maioria das pessoas não vê o segundo flash porque não existe bip para acompanhá-lo.
Resultado
Talvez, uma das descobertas mais interessantes dessa pesquisa seja o fato de que a memória é constantemente alterada por esse processo contÃnuo que acontece no nosso cérebro. Além disso, os resultados da pesquisa poderão ser usados para desenvolver tratamentos para distúrbios, como o transtorno de estresse pós-traumático (TEPT). A equipe de cientistas também já planeja expandir a pesquisa.
E aÃ, você curtiu essa pesquisa? Qual foi o resultado do seu teste? Comenta aqui com a gente e compartilha essa matéria nas suas redes sociais. Para você que adora se iludir, aquele abraço.
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