Curiosidades

Cientistas descobriram forma de ler a mente das águas-vivas

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Nosso planeta esconde segredos que nem mesmo os maiores cientistas conseguiram compreender. Por causa de sua imensidão e tempo de vida, diversas coisas ainda são segredos para nós. Cientistas descobrem ou conseguem, diariamente, fazer diversas coisas. Como por exemplo, uma forma de ler a mente das águas-vivas, por mais que elas não tenham cérebro.

Em suma, as águas-vivas são animais bem simples. Elas não têm cérebro, coração ou ossos, nem mesmo todos os órgãos que vemos como indispensáveis. As águas-vivas são membros do filo Cnidaria e não são classificadas como peixes. Elas são um tipo de plâncton e estão mais relacionadas à fonte microscópica de alimentos que forma a base da maioria das cadeias alimentares marinhas.

Somado a isso, elas são bastante simples em estrutura física e são constituídas por aproximadamente 98% de água, com apenas uma pequena lista de órgãos. A epiderme protege esses órgãos, enquanto a gastroderme é a cama interna, ao passo que a mesogléia pode ser encontrada entre as duas camadas.

Águas-vivas

24tech

Embora sejam seres simples, as águas-vivas despertam um grande interesse. Essa leitura de suas mentes foi possível por meio de alguns ajustes genéticos inteligentes. Como resultado, os cientistas conseguiram observar como os neurônios, em uma espécie minúscula de água-viva transparente, trabalham juntos para fazer movimentos autônomos complexos. Como por exemplo, agarrar e comer suas presas.

A água-viva estudada foi a Clytia hemisphaerica. Essa espécie de água-viva é bem pequena, tendo apenas um centímetro de diâmetro. Isso faz com que seu sistema nervoso caiba facilmente em um microscópio.

Ademais, seu genoma também é bem simples. O corpo transparente da água-viva tem cerca de 10 mil neurônio. Tudo isso faz com que fique mais fácil de se rastrear as mensagens neurais.

Estudo

Science Alert

No estudo, os cientistas modificaram geneticamente a água-viva para que seus neurônios brilhassem quando eles se ativassem. Como resultado, eles viram um “grau imprevisto de organização neural estruturada”.

O sistema nervoso das águas-vivas se desenvolveu há mais de 500 milhões de anos. Desde então, ele teve poucas modificações. Se comparado com os cérebros dos animais atualmente, os neurônios das águas-vivas são organizados de uma forma bem mais simples.

As águas-vivas não têm um sistema centralizado que coordene todos seus movimentos. Então, como elas conseguem fazer qualquer coisa? O novo estudo sugere que os neurônios da Clytia hemisphaerica estão colocados em uma rede parecida com um guarda-chuva que refletem no corpo. Eles estão divididos em fatias, quase que como uma torta.

Além do mais, cada tentáculo da água-viva está conectado a uma dessas fatias. Portanto, quando os “braços” da água-viva detectam e capturam sua presa, os neurônios de determinada fatia se ativam em uma sequência específica.

Observações

Brain facts

A primeira coisa que acontece vem dos neurônios da borda da fatia, que enviam mensagem para os do meio, em que a boca da criatura está. Dessa forma, a borda da fatia vira para dentro em direção à boca, levando o tentáculo junto com ela. Enquanto isso acontece, a boca aponta para a comida.

Nesse ínterim, outra descoberta dos cientistas foi que 96% das águas-vivas tentaram essa transferência de alimento e 88% tiveram sucesso realizando-a. Como resultado, praticamente todos os camarões de água salgada foram, em algum momento, comidos pela águas-vivas que tem esse comportamento.

Então, para descobrir quais neurônios estavam desencadeando especificamente esse efeito dominó, os cientistas desativaram um tipo de neurônio que se chama neurônios RFa +, que ficam na borda da fatia.

Leitura de mente

Mens health

Assim que eles fizeram isso, o dobramento interno assimétrico do sino da água-viva não aconteceu. Além disso, a transferência do camarão dos tentáculos para a boca também não aconteceu.

“Assim, os neurônios RFa + são necessários para o dobramento das margens induzidos por alimentos e quimicamente. Em contraste, nadar e se dobrar não foram perturbados, sugerindo que outros tipos de células neurais controlam esses comportamentos”, escreveram os cientistas.

Os cientistas foram removendo, de forma cirúrgica, determinadas partes do corpo das águas-vivas para ver como os neurônios que controlam a boca se comunicam com os neurônios que controlam o sino da água-viva e vice-versa.

Quando se removeu a boca das águas-vivas, elas continuaram tentando passar a comida dos tentáculos para a boca inexistente. Até mesmo quando os tentáculos das águas-vivas eram removidos, os extratos químicos de camarão introduzidos em um tanque ainda podiam fazer a boca se voltar para a fonte de alimento.

Todas essas descobertas sugeriram que diferentes grupos de neurônios, organizados de forma funcional em volta da circunferência do guarda-chuva,  coordenam determinados comportamentos das águas-vivas.

Fonte: Science Alert

Imagens: Science Alert, 24htech, Brain facts, Mens health 

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