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Se você já se deparou com teorias da conspiração muito malucas, pode ter pensado que ninguém acreditaria, de fato, naquilo. No entanto, sempre existem pessoas que acabam defendendo as ideias mais absurdas.
Caso tenha se identificado, saiba que não está sozinho: diversos pesquisadores levantam a mesma questão, e alguns deles estão investigando se existem diferenças cerebrais entre esse público.
De um ponto de vista teórico, não existe nada de errado em acreditar em teorias da conspiração. Inclusive, algumas geram debates interessantes no meio social.
No entanto, o problema está em pautas muito complexas, ou que prejudicam o grupo, sua saúde, vitalidade ou outro aspecto de vida.
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Como o cérebro se comporta
É importante ter em mente que o cérebro está sempre buscando compreender o mundo ao redor, detectando e aprendendo padrões.
No entanto, a situação se torna complexa quando esse reconhecimento de padrões leva a conectar pontos em dados aleatórios, resultando no que os cientistas chamam de percepção ilusória.
O conceito é abordado em um artigo do European Journal of Social Psychology. Ele sugere que aqueles com inclinação para pensamentos conspiratórios tendem também a encontrar padrões em obras de arte caóticas.
Falando em caos, a revista Research and Politics observou que teorias da conspiração muitas vezes surgem da “necessidade do caos”, ou seja, o motivo por trás de compartilhar uma teoria é criar uma sensação de tumulto.
Percepções erradas
Portanto, o cérebro das pessoas que aderem às teorias da conspiração pode estar mais suscetível ao conceito de percepção ilusória, como enfatizado em um artigo da Personality and Individual Differences.
A pesquisa começou a ser conduzida durante a pandemia em 2020, um período que proporcionou um terreno fértil para os conspiracionistas.
Os adeptos das teorias da conspiração podem achar difícil acreditar que um vírus possa surgir aleatoriamente no mundo natural porque isso não se alinha com sua visão.
Ou seja, não acreditam que as coisas acontecem por um motivo, e creem que, geralmente, existe a interferência humana ou governamental por trás desses acontecimentos.
O que faz um conspirador
A personalidade desempenha um papel significativo na adesão a teorias da conspiração.
De acordo com um estudo publicado no periódico Current Opinion in Psychology, existem duas características principais que reforçam um conspirador nato.
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Narcisismo
O narcisismo é uma característica comum entre aqueles que aderem a essas teorias.
O argumento é que as pessoas narcisistas tendem a acreditar mais facilmente que os outros estão interessados nelas, o que se alinha com a ideia de que “o governo está atrás de nós” e conceitos semelhantes.
Assim, é uma forma de alimentar essa característica e se colocar no centro da situação, além de ter pessoas concordando com sua visão de mundo.
Dessa forma, pode ser difícil desacreditar pessoas narcisistas em termos de teorias da conspiração muito complexas ou absurdas, mesmo que esteja na cara, ou, pior, que façam mal para elas.
Psicopatia
Além disso, outro estudo da revista Personality and Individual Differences sugere que psicopatas e sádicos também tendem a acreditar em teorias da conspiração.
Isso ocorre devido a alguns traços, como manipulação, cinismo, vaidade, auto-obsessão, impulsividade, insensibilidade e crueldade.
Pessoas com esses alinhamentos não apenas aproveitam das teorias da conspiração como forma de manipulação, como também não se importam com os demais.
Mesmo que seja um tópico complexo ou que coloque sua vida em risco, ela não possui um grau de entendimento normal para compreender isso, e reforça a ideia em seu grupo.
No entanto, a ciência ainda não conseguiu definir com precisão as diferenças no cérebro e na personalidade que tornam algumas pessoas mais propensas a acreditar em conspirações.
Este é um campo de estudo que pode ganhar cada vez mais destaque no futuro, especialmente com o crescimento das teorias cada vez mais absurdas.
Fonte: Canaltech
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