Como era ser criança na pré-história?

Avatar for Bruno DiasBruno DiasCuriosidadesnovembro 20, 2024

Ser criança pode ser um conceito diferente para cada pessoa. Mas o que a maior parte das pessoas pode concordar é que é uma fase de dependência, inocência, necessidade, exploração, aprendizagem e brincadeiras. Essas são coisas que são relacionadas com a infância nos tempos atuais. Mas e como era ser criança na pré-história?

Pode ser estranho pensar em crianças na pré-história, mas várias vestígios mostram sua presença nesse período. Por exemplo, em La Garma, na Cantábria, uma comunidade no norte da Espanha, foram vistas até quatorze pegadas de crianças entre seis e sete anos de idade, datadas de 16.500 anos atrás. Os vestígios são de calcanhares, cotovelos, dedos dos pés presos na lama e terra movida. Seria então de alguma brincadeira?

No estuário do Severn, na Grã-Bretanha, foram achadas 856 pegadas no mesolítico. Dessas, 29% são de crianças que seguiram uma trilha na direção de uma zona de pesca. O acreditado é que elas podiam ter mais ou menos quatro anos. Por conta da idade, o sugerido é que elas ficavam brincando de ir e vir na trilha.

Além delas, também existem sulcos feitos pelos dedos de crianças com entre dois e cinco anos em Rouffignac, na França. Conforme Leslie Van Gelder, pesquisadora da Universidade Walden, nos Estados Unidos, eles foram feitos com os adultos levantando as crianças até o local.

Criança na pré-história

Galileu

Além das pegadas, para saber como era ser criança na pré-história, um outro recurso são as representações delas. Para isso, os pesquisadores consideraram representações de figuras de tamanho pequeno e formato simplificado que, normalmente, tinham uma cabeça abaulada e estavam em uma posição curvada e tinham uma determinação sexual pouco desenvolvida.

Isso é visto na placa de La Marche (França), do Paleolítico. Nela são vistas cinco cabeças de crianças e foi entendida como uma possível cena de dança. Ela é tida como uma prova de que as crianças na pré-história faziam parte das atividades sociais da comunidade.

No Neolítico, foram encontradas representações de mulheres grávidas e bebês com cordões umbilicais (Centelles, Castellón) ou cenas de parto (Higuera de Estecuel, Teruel).

Além disso, também foram descobertas representações de crianças sendo levadas ou caminhando junto com os adultos nas pinturas de Centelles, La Saltadora e Val del Charco (Castellón) ou em Roca Benedí (Jaraba, Saragoça).

Brincadeiras 

Galileu

Seja na pré-história ou nos dias atuais, as crianças exploram, brincam com animais e têm brinquedo de alguma forma. No caso desses itens, eles não servem somente como um passatempo, mas também como uma maneira de educar.

Um exemplo disso foram as descobertas feitas na caverna de Isturitz, na França. Nela, foram encontradas a cabeça de um urso ou um bisão, feita em osso; e a escultura de um leão das cavernas, em chifres de rena. Os caçadores da região conheciam bem esses dois animais.

Outros brinquedos descobertos foram os rodetes. Eles são discos de osso decorados com animais ou sinais e com um furo no centro que pode ser parte de instrumentos de percussão ou chocalhos. E quando uma corda era colocada no furo e os rodetes giravam, as crianças podiam ver como os animais eram em movimento.

Galileu

No Neolítico, tendo assentamentos e introdução da cerâmica, os brinquedos eram outros. Na visão de Juan José Negro, pesquisador do Conselho Superior de Investigação Científica da Estação Biológica de Doñana, os ídolos de olhos do Calcolítico serviam como brinquedos para as crianças da pré-história.

Eles poderiam ser  interpretações de corujas feitas pelas crianças. Além deles, é possível que também tenham tido bonecas de madeira, barro ou trapos.

Fonte: Galileu 

Imagens: Galileu 

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