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Conheça como era o uso da Cocaína antes de sua proibição

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A Cocaína é atualmente uma das drogas ilícitas mais utilizadas no mundo. Mas há pouco mais de 100 anos a realidade envolvendo o composto da cocaína era completamente diferente. A folha do arbusto chamado ‘Coca’ são usadas há mais de 1200 anos pelos povos nativos da América do Sul.

Eles a mastigavam as folhas desse arbusto (em sua forma natural não causa dependência) para ajudar a suportar a fome, a sede e o cansaço, sendo, ainda hoje, consumida legalmente no Peru e na Bolívia sob a forma de chá já que o princípio ativo das folhas e muito menor que o do composto.

Um médico de Viena chamado Sigmund Freud (conhecido como pai da psicanálise), era um grande entusiasta do uso da cocaína para tratar pessoas depressivas. Ele mesmo utilizou a droga por mais de uma década. Freud pesquisou profundamente os efeitos psicoativos da substância e inclusive publicou um artigo aclamado pelos cientistas da época chamado “Über Coca” (Supercoca).

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Importante destacar que ele não cheirava a substância, Freud consumia cocaína diluída em água. Mas você deve estar se perguntando: Como a droga ganhou popularidade na Europa? Bom, os espanhóis durante a descoberta de terras na América, viram o uso quase religioso da planta pelos nativos. Em suas tentativas de converter os índios ao cristianismo, declararam a planta produto do demônio.

 

Entretanto, isso foi uma desculpa para comercializar o produto na Europa. As folhas e arbustos foram levadas para a Europa em 1580 e foram usadas para tratar feridas, fraturas e curar resfriados.

Usos na Medicina

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Como citado anteriormente, Freud recomendava o uso da droga como tratamento para depressão, para distúrbios do sistema digestivo, fraqueza, no tratamento de dependentes de álcool e morfina, contra a asma, como estimulante sexual e como anestésico.

A anestesia local foi inventada graças ao composto feito de Coca. Na época grandes indústrias farmacêuticas fabricavam o chamado “pó milagroso”. Entretanto, a fama dos benefícios da droga acabaram rapidamente já que os pacientes ficavam dependentes da droga.

Perda de memória, da capacidade de concentração, trauma pulmonar, dores torácicas, necrose total do septo nasal, desnutrição, dores de cabeça, desmaios e distúrbios nervosos estão entre os efeitos descobertos que geraram a proibição mundial do uso da droga.

Vinho, Coca-Cola e o Papa Leão XIII

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Após visitas à América do Sul de cientistas italianos que levaram amostras da planta para o seu país, o químico Angelo Mariani desenvolveu, em 1863 o vinho Mariani, uma infusão alcoólica de folhas de coca. O vinho Mariani era muito apreciado pelo Papa Leão XIII, que inclusivamente premiou Mariani com uma medalha de honra.

A Coca-Cola foi inventada para competir competir com o vinho Mariani importado daItália. A Coca-Cola continuaria desde a sua invenção até 1903 a incluir cocaína nos seus ingredientes, e os seus efeitos foram sem dúvida determinantes em tornar a bebida popular.

Popularidade

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A cocaína tornou-se popular entre as classes altas no fim do século XIX. Entre consumidores famosos do vinho Mariani estavam Ulysses Grant, o Papa Leão XIII, que até apareceu na publicidade do produto e Frédéric Bartholdi o criador da Estátua da liberdade.

Em 1885 a companhia americana Park Davis vendia livremente cocaína em cigarros, pó ou liquido injetável sob o lema de “substituir a comida; tornar os covardes corajosos, os silenciosos eloquentes e os sofredores insensíveis à dor”.

O famoso personagem Sherlock Holmes já chegou a injetar cocaína nas veias em uma de suas  histórias. Em 1909 o desbravador Ernest Shackleton leva cocaína para a sua viagem à Antártida, assim como o Capitão Robert Scott.

Em 1914, a cocaína foi proibida nos EUA e mais tarde, em 1921, no Brasil.

 

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