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Conheça o superverme que sobrevive comendo plástico

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Os adultos perto de um bebê precisam ficar sempre atentos para que esse sujeito no início da vida não consuma plástico. No entanto, no caso desse superverme, os adultos em volta dele incentivam essa ingestão.

Pesquisadores da Universidade de Queensland, na Austrália, descobriram uma larva de besouro que consegue sobreviver comendo plástico. Nesse sentido, a descoberta possui o potencial de nos apresentar mais uma alternativa na busca por reduzir o volume de plástico em nossos oceanos. Os resultados da pesquisa estão na revista Microbial Genomics.

Fonte: Universidade de Queensland

Apetite plastificado

De início, vale revelar quem é o superverme que está criando esperanças na comunidade que se preocupa com o meio ambiente. Trata-se do tenébrio gigante (Zophobas morio), espécie cinco vezes maior que a larva-de-farinha. Em países como Tailândia e México, esses vermes de cinco centímetros costumam servir de alimento para aves e répteis.

Diante desse superverme, os cientistas fizeram uma experiência de três semanas com a dieta dele. A princípio, os estudiosos os separaram em três grupos, cada um comendo um alimento diferente.

O primeiro grupo comeu farinha de aveia, um prato muito nutritivo para esses seres. Enquanto isso, o segundo coletivo não ingeriu nada. Por fim, o alimento do terceiro grupo foi a espuma do poliestireno, material plástico que muitos conhecem como Isopor.

Como resultado disso, os cientistas perceberam que esses supervermes conseguiram sobreviver e chegar à fase adulta apenas comendo plástico. Além disso, eles ganharam peso mesmo com uma dieta tão precária como essa, o que revela que o material lhes forneceu energia.

Fonte: Magda Ehlers

“Os supervermes em todas as dietas foram capazes de completar seu ciclo de vida para pupas e imago”, confirma um dos relatos do estudo. As pupas são formas intermediárias entre o verme e o inseto, enquanto que o imago é o inseto em si.

Apesar de cumprirem esse ciclo da vida, os pesquisadores notaram que suas floras intestinais perderam algumas bactérias em comparação com os “voluntários” que comeram farinha de aveia. Logo, mesmo que consigam ficar vivos, a dieta do plástico afeta a saúde dos supervermes.

Foco nas enzimas

De fato, não é possível soltar os tenébrios no mar e esperar que eles resolvam o excesso de poliestireno que jogamos nas águas marinhas. Afinal, além do plástico não ser muito nutritivo, o lixo do mar possui bactérias nocivas a esses supervermes. Portanto, uma estratégia usando os tenébrios teria vida bastante curta, mesmo que se adicione alguns restos de comida aos resíduos a fim de fortalecer essa espécie.

Por isso, o foco dos pesquisadores é tornar desnecessária a presença das larvas na missão de quebrar os materiais plásticos que poluem a natureza. E para esse foco, é preciso conhecer bem as enzimas que permitem a esses seres digerirem as peças plastificadas.

Fonte: Lar Plásticos

“Temos agora um catálogo de todas as enzimas bacterianas codificadas no intestino dos supervermes e planejamos investigar mais as enzimas com capacidade de degradação do poliestireno”, explica Chris Rinke, um dos autores do artigo.

Nesse sentido, a intenção para o futuro é organizar espaços de reciclagem que consigam imitar o que acontece no organismo dos tenébrios. Ou seja, primeiro busca-se triturar o plástico, e em seguida, aplicar enzimas capazes de digerir este resíduo tão nocivo ao meio ambiente.

Diante das enzimas naturais desses supervermes, também existe uma janela para torná-las ainda mais eficazes, através de modificações genéticas. A propósito, depois do processo de digestão, o que era para ser excremento pode virar a matéria-prima para se dar vida a bioplásticos.

Dessa forma, cumpre-se por completo o processo de reciclagem. No entanto, esse feito ainda se encontra em um futuro não tão próximo, já que ainda há muito o que se conhecer sobre a anatomia desses supervermes.

Fonte: Aventuras na História, Canal Tech.

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