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Corpos dos tripulantes do submarino que implodiu não devem ser recuperados

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Recentemente o mundo todo acompanhou o processo de busca pelo submersível da OceanGate que desapareceu no oceano Atlântico quando estava fazendo uma expedição até os destroços do Titanic, até que finalmente os destroços da embarcação foram encontrados. E mesmo sabendo o que aconteceu com o submersível, que no caso implodiu, os corpos dos tripulantes não devem ser recuperados.

A bordo do veículo estavam o bilionário Hamish Harding; o explorador Shahzada Dawood e seu filho, Suleman Dawood; o presidente da OceanGate, Stockton Rush; e o especialista no naufrágio do Titanic Paul-Henry Nargeolet. E segundo autoridades da Guarda Costeira norte-americana, não existem perspectivas de encontrar os corpos dos tripulantes.

“Este é um ambiente incrivelmente implacável, lá no leito do fundo do mar, e os destroços são consistentes com uma implosão catastrófica da embarcação. Continuaremos a trabalhar e a pesquisar a área lá embaixo em busca dos destroços”, disse John Mauger, o contra-almirante.

Os destroços do submersível estão a 487 metros da proa do Titanic, que está a 3.800 metros de profundidade. Por estar tão fundo no oceano, a pressão da d’água é muito forte e arriscada para mergulhadores. Além disso, a luz solar não chega até lá, o que dá pouca visibilidade para que os restos mortais dos tripulantes sejam encontrados.

Implosão

Revista Oeste

De acordo com o que acreditam as autoridades, o Titan sofreu uma implosão enquanto fazia a expedição. E menos de cinco partes da embarcação foram encontradas. Dentre elas, a tampa traseira e uma parte frontal da estrutura. O sinal do submersível foi perdido 1h45 minutos depois que ele começou sua descida até os destroços do Titanic.

Os especialistas que foram ouvidos pela agência de notícias Reuters explicaram o motivo pelo qual a hipótese principal é a implosão. Isso acontece porque a maior parte, ou todos, os submersíveis e submarinos que vão até grandes profundidades têm um vaso de pressão feito por um único material metálico com alto limite de escoamento.

Normalmente, esse aço que é usado é para profundidades pequenas e o titânio para grandes profundezas. E esse vaso de pressão, seja de algum desses materiais, tem um formato esférico para suportar as pressões de esmagamento em uma profundidade de 3.800 metros, por exemplo.

Contudo, esse não era o caso do Titan. Ele tinha seu vaso de pressão feito com uma combinação de titânio e fibra de carbono. O que não é comum, já que esses materiais têm propriedades bem diferentes.

Então, o que os especialistas acreditam é que aconteceu uma perda de integridade por conta das diferenças entre os materiais, o que por sua vez criou um defeito que acabou desencadeando a implosão.

Corpos

UOL

Assim como os corpos dos tripulantes do Titan, os corpos dos tripulantes do Titanic também nunca foram recuperados. Ao todo, o naufrágio do Titanic deixou mais de 1.500 mortos. E depois de aproximadamente uma semana de o navio afundar, a embarcação Mackay-Bennett foi até o lugar do acidente para procurar possíveis sobreviventes e recuperar os corpos das vítimas. Claro que outras embarcações também ajudaram nesse trabalho.

Nas buscas foram encontrados pouco mais de 300 corpos. Desses, a metade foi envolvida em uma lona com pesos de ferro e jogados de novo no mar. Isso foi feito porque os corpos já estavam em um estado de decomposição avançado e por conta disso estavam irreconhecíveis. O resto dos corpos encontrados foram enterrados na província de Nova Escócia, no Canadá.

De acordo com o Paperless Archives, o MacKay-Bennett conseguiu recuperar 306 corpos. Como dito, ele não era a única embarcação a voltar ao local do naufrágio do Titanic para esse trabalho. Tanto é que o CS Mina recuperou 17 corpos; o CGS Montmagny, embarcação do governo do Canadá, recuperou quatro corpos; e o SS Algerine, somente um.

Claro que os corpos recuperados não foram nem a metade. O estimado é que grande parte deles tenham afundado até as profundezas do oceano. E o processo de decomposição pode ter sido acelerado por conta das correntes marítimas e de algumas espécies de animais.

Segundo o The Week, as pessoas que exploraram os destroços do Titanic disseram que todos os corpos já passaram pelo processo de decomposição. Os destroços do Titanic foram encontrados em 1985 a quatro quilômetros de profundidade. Nessa época, mergulhadores foram até o local e fizeram uma busca detalhada, mas não encontraram nenhum resto humano. Isso ajudou a colaborar com a suposição de que os corpos ficaram perdidos na imensidão do oceano.

Fonte: Terra, Aventuras na história

Imagens: Revista Oeste, UOL

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