Ciência e Tecnologia

Corpos humanos se decompõem ao ar livre nessa ”fazenda de cadáveres”

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Você já ouviu falar sobre cemitérios forenses ou fazenda de cadáveres? Provavelmente não, tendo em vista que esses lugares desafiam os vários ritos que nós temos em relação à morte. E também porque não existem muitos deles no mundo. Nesses lugares, os cadáveres são deixados ao ar livre por semanas ou meses, tudo em nome da ciência. Eles são estudados para ajudar a entender melhor a decomposição do corpo e também a solucionar crimes.

De longe, até parece uma fazenda comum, mas quanto mais próximo você chega, mais fica evidente o cheiro de morte. No terreno de pouco mais de um hectare, corpos humanos são deixados para se decompor, aos olhos dos cientistas. Alguns podem estar completamente nus ou cobertos de plástico, outros enterrados e outros diretamente ao ar livre. Esse é o laboratório de antropologia forense da Universidade do Sul da Flórida, que funciona desde 2017, no condado de Pasco.

O campo fica localizado em uma zona rural, próximo de um presídio. As pessoas apelidaram o local de “fazenda de cadáveres”. Mas os cientistas preferem chamá-lo de cemitério forense ou laboratório de tafonomia, que é a área da ciência que estudo o que acontece a um organismo depois da morte.

Fazenda de cadáveres

A fazenda de cadáveres da Universidade do Sul da Flórida é uma das poucas existentes nos Estados Unidos. Ao todo são sete laboratórios do gênero no país. Também existem algumas na Austrália. Atualmente o Canadá e o Reino Unido têm planos de inaugurar os primeiros campos de pesquisa forense ainda este ano.

O objetivo principal desses lugares é entender como o corpo humano se decompõe. E também o que acontece no ambiente que ao seu redor durante todo esse processo. O entendimento desse processo, fornece dados para a resolução de crimes ou para melhorar as técnicas de identificação de pessoas.

“Quando alguém morre ocorrem muitas coisas ao mesmo tempo no seu corpo”, diz Erin Kimmerle, diretora do Instituto de Antropologia Forense da Universidade do Sul da Flórida. “Ocorre desde a decomposição natural, até a chegada de insetos e mudanças na ecologia”.

Para Kimmerle e sua equipe de pesquisadores, a melhor forma de entender esse processo é observá-lo em tempo real, com cadáveres de verdade em um ambiente real.

Os corpos

Os cadáveres que estão são estudados na fazenda, são de pessoas que decidiram doar voluntariamente seus corpos para a ciência. Ou também, aqueles em que os parentes decidem doar o corpo para perícia.

Desde que foi aberto em 2017, o cemitério forense já recebeu 50 corpos de doadores, e conta com uma lista de 180 pré-doadores. Pessoas que ainda estão vivas, mas que já decidiram que quando morreram querem se entregar à ciência. A maioria dos doadores já são idosos e estão planejando os seus últimos anos de vida. “É como planejar sua profissão post-mortem”, disse Kimmerle. “É como se os doadores ajudassem a resolver crimes após a morte”.

Enquanto os corpos estão ali, expostos ao ar livre, os pesquisadores visitam diariamente a fazenda para tirar fotos e filmar. Eles observam a evolução da decomposição e comparam o processo de cada corpo com as condições do local, onde cada um está.

Esses dados são muito úteis para investigações de medicina legal e forense. Uma vez que a forma pela qual um corpo é decomposto serve para refinar a estimativa de quanto tempo uma pessoa está morta ou se o seu corpo foi movido ou enterrado. Além disso, as substâncias liberadas pelo cadáver e o estado do corpo também podem dar pistas a respeito da origem da pessoa. Isso, aliado a outros dados genéticos e análise óssea, podem fornecer novas informações que podem ser aplicadas em casos de crimes que ainda não foram solucionados.

E você, já conhecia esse tipo de laboratório? Conta para a gente nos comentários e compartilhe com os seus amigos.

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