No ano de 1559 o papa Paulo IV promulgou a primeira versão do Index Librorum Prohibitorium, que em português significa Índice dos Livros Proibidos. O Index nada mais era que uma lista de livros que a igreja católica considerava ter conteúdo impróprio, pois divergia dos dogmas da instituição.
Os livros não podiam ser lidos pelos fieis e muitos exemplares chegaram a ser destruídos. O Index só foi completamente abolido em em 1966, pelo papa Paulo VI. Várias listas de leituras proibidas foram criadas ao longo desse tempo, resultando numa grande perda literária.
Obra completa – Thomas Hobbes
Thomas Hobbes foi um matemático e filósofo inglês, que não teve apenas um livro censurado pela igreja, mas toda a sua obra. Os textos de Hobbes foram considerados impróprios pela igreja católica porque o filósofo acreditava que o medo levava os homens a serem passivos e submissos, principalmente em relação a uma estrutura de poder soberano como a da igreja.
O filósofo afirmou em sua obra chamada O Leviatã, que a adoração aos santos era proibida pela Bíblia e que a igreja contorcia os significados bíblicos para fazer uma falsa interpretação.
Madame Bovary – Gustave Flaubert
O livro literário conta a história de uma mulher burguesa que traia o marido, como o adultério é considerado um pecado, a igreja decidiu acrescentar o livro ao Index. Madame Bovary foi publicado em 1.857 e, além de tratar de adultério, satirizava a burguesia. Flaubert chegou a ser julgado na época, porque Bovary foi considerada uma personagem ofensiva.
O Discurso Sobre o Método – René Descartes
Você já deve ter escutado a frase: Penso, logo existo. Ela é de autoria de Descartes e foi publicada no livro O Discurso sobre o Método em 1637. O autor dizia que só aquilo que existe pode ser pensado racionalmente. Não podemos pensar um “cheio-vazio” ou um círculo retangular, por exemplo. Essa ideia exclui tudo aquilo que não cabe no racional, como a fé. Pensar racionalmente a Deus ou, na pior das hipóteses, questionar a sua existência não era algo que a igreja gostava muito.
Os Miseráveis e O Corcunda de Notre-dame – Victor Hugo
Os Miseráveis falava sobre como o governo atuava como um opressor social e simbolizada a miséria da sociedade, enquanto O Corcunda de Notre-Dame mostrava como um homem era julgado pela sua aparência. As obras de Hugo foram proibidas por denunciarem as desigualdades sociais e também por serem consideradas sensuais.
O Conde de Monte Cristo – Alexandre Dumas
No livro os personagens se envolviam em várias situações que contrariavam a igreja, como adultério, suicídio etc. O protagonista é rancoroso e busca vingança contra os seus malfeitores, atitude que não condizia com o cristianismo. Por isso o livro acabou entrando na lista negra da igreja.
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