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Diagnóstico precoce aumenta chance de cura de câncer de pulmão

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A importância do diagnóstico precoce de câncer de pulmão voltou aos holofotes após a atriz Ana Beatriz Nogueira, de 54 anos, ser diagnosticada depois de fazer tomografia para acompanhar um caso de influenza. O exame mostrou um pequeno tumor, que foi reconhecido como câncer em estágio inicial.

De acordo com os oncologistas Camilla Fogassa, do Hospital Albert Einstein, e André Murad, professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), a pandemia do coronavírus provocou mais casos de gripes e com isso mais casos de câncer têm sido descobertos precocemente nos últimos meses.

“Os pacientes acabam fazendo tomografia para checar se os vírus prejudicaram o pulmão, e como o método é o que tem maior sensibilidade para identificar câncer de pulmão, as chances aumentam para uma detecção em fase precoce”, explicou Murad para a BBC News Brasil. Ele relatou ter acompanhado casos semelhantes em seu consultório.

Os especialistas informaram que quando isso ocorre, é possível considerar que o paciente teve “sorte”, já que poucos detectam em fase inicial.

“Geralmente, quando o câncer de pulmão começa a dar sinais, é por que o tumor já está mais avançado”, afirma o oncologista da UFMG.

Tratamento para a doença

Foto: Onco Corpore

De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apenas 16% dos cânceres são diagnosticados em estágio inicial. Já a taxa de sobrevida após cinco anos é de 56%.

“Para esses pacientes, o tratamento costuma ser cirúrgico, apenas para retirar a lesão. A depender do paciente, pode ser considerado incluir quimioterapia, radioterapia ou terapia alvo na sequência”, explica Fogassa.

As terapias adicionais podem ser indicadas antes da cirurgia caso a doença esteja “localmente avançada”, ou seja, quando ainda não está metastático, não se espalhou pelo corpo, mas já formou linfonodos do mediastino (região torácica), ou está encostando na parede do tórax e algum vaso.

Para os quadros metastáticos, pode ser usada a quimioterapia, radioterapia, assim como a terapia alvo e a imunoterapia. No entanto, esses tratamentos são mais caros e não estão disponíveis no SUS (Sistema Único de Saúde).

“Em casos de câncer de pulmão, muitas vezes conseguimos identificar qual é a alteração genética que causa os tumores, e usamos a chamada ‘terapia alvo’ para atacar somente ela. Já a imunoterapia é um tratamento que ensina os próprios linfócitos do corpo a atacar as células que causam câncer”, informa Fogassa.

De acordo com o professor da UFMG, décadas atrás, quem tinha a doença em nível mais avançado não tinha tempo de vida superior a nove meses. Mas atualmente, o tratamento aumenta a expectativa de vida em anos.

“Não funciona para todos, mas tem revolucionado o tratamento do câncer. Na imunoterapia, por exemplo, um linfócito tem vida de 50 anos, então é ‘como andar de bicicleta’, ele nunca esquece como combater o câncer. Isso pode fazer com que o paciente viva mais.”

Os sintomas mais comuns na fase inicial da doença são: tosse crônica, falta de ar, escarro com sangue e dor na região torácica.

Classes de câncer de pulmão

Foto: Reprodução

A oncologista do Hospital Albert Einstein explica que há três tipos principais de câncer de pulmão:

“Adenocarcinomas” representa a maior parte dos casos. Ele possui lesões mais periféricas, que provocam menos dor e está menos relacionado ao tabagismo. Esse tipo de tumor maligno pode atingir a maioria dos órgãos humanos.

O segundo é o “carcinoma espinocelular” que está bastante ligado ao tabagismo e costuma surgir próximo das vias áreas, brônquios e traqueia. Além disso, esse tipo de câncer é caracterizado por sintomas mais rápidos e mais agressivos que os do “adenocacinoma”.

Por fim, as “pequenas células” são os casos mais raros e uma variação muito agressiva do câncer de pulmão. Como se espalha rapidamente, os pacientes costumam descobrir quando o caso já está avançado.

Entre os principais fatores que contribuem para o surgimento do câncer de pulmão está o cigarro. De acordo com dados do Inca, aproximadamente 85% dos casos está relacionado ao consumo de derivados de tabaco.

Além disso, ser fumante passivo, respirar a fumaça do cigarro de outra pessoa, inalar gases tóxicos como o radônio, liberado do solo em regiões de mineiros como o urânio, e estar exposto à poluição ambiental aumenta as chances de desenvolver a doença.

Fonte: BBC

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