Ser rico é algo relativo. Alguns acreditam que ser rico é quando você não se preocupa com as contas no final mês. Outros acreditam que ser rico é ter um aparelho de última geração na sua casa. E cada um tem o seu parâmetro. Algumas pessoas já nascem ricas e nunca é avisado para elas que elas são ricas. Mas outras têm que batalhar pelo seu suado dinheiro.
Quem sempre teve que batalhar para ter seu dinheiro foi o empresário Geraldo Rufino. Ele nasceu e morou em uma casa de pau a pique em Campos Altos, no interior de Minas Gerais. E com quatro anos ele se mudou para a periferia da Zona Oeste de São Paulo. O homem começou a trabalhar com 11 anos, pegando latinha e ajudando seu pai a sustentar a casa. Aos 13, ele foi trabalhar no parque de diversões Playcenter. E foi lá que Rufino disse ter aprendido educação financeira e vivido o empreendedorismo.
Rufino foi chefe do carrinho de pipoca até diretor da Playland, uma das principais empresas de entretenimento do Brasil. O homem ficou no mesmo grupo dos 13 aos 30 anos, e nesse tempo, comprou casa própria, carros e uma frota de caminhões. Os pequenos caminhões logo viraram uma dúzia e construíram uma frota lucrativa.
A história do homem parece ser um conto de fadas, mas está longe disso. Depois de uns meses de lucro com sua frota, os caminhões se envolveram em um acidente. E para conseguir pagar as dívidas que tinha feito para conseguir por seu negócio de pé, Rufino decidiu desmontar os caminhões e vender suas peças. E assim criou a JR Diesel.
“Não fui visionário, foi um acidente de percurso”, conta. Essa empresa foi aberta em 1985 e Rufino fazia jornada dupla, já que na época ainda trabalhava no Playcenter. Foi em 1999 quando ele conseguiu tocar seu próprio negócio.
“Eu recolhia latinha e, hoje, tenho a maior empresa de peças seminovas da América Latina. Só mudou o tamanho da lata”, explica em tom de brincadeira.
De acordo com o empreendedor, quando você nasce começa a ser um gerador de problemas. E quando morre os transfere para os próximos. Isso é uma coisa inata e movimenta a economia e os negócios.
Depois que conseguiu abrir sua empresa, Rufino “faliu” cinco vezes. “Na verdade, eu fiquei sem dinheiro. E dinheiro é o menor dos valores”, explica. Na verdade, ele quebrou todas às vezes e conseguiu se reerguer. Atualmente, seu negócio fatura 50 milhões de reais por ano.
O empresário disse que evoluiu com cada uma de suas falências, tanto como empreendedor como ser humano. E as pessoas ao seu redor percebem isso. Rufino sempre deu dicas e conselhos e chegou a ter filas de funcionários que queriam ouvir suas palavras motivacionais.
Ele não conseguia atender todos e por isso resolveu criar um blog e uma página oficial nas redes sociais. Pouco tempo depois, ele começou a ser chamado para dar palestras em todo país.
O empresário já escreveu dois livros e fez 300 palestras em 2019. E até 2021 sua agenda está lotada de compromissos. Ele fala de sua experiência como empreendedor e de vida.
No auge de suas crises, Rufino disse que focou no fato de que “nossos patrimônios são menores do que nós”. Na visão do empresário, se alguém consegue criar, gerar e lucrar com alguma coisa, a pessoa pode fazer isso mais de uma vez. O empresário dá algumas dicas, mostramos elas aqui.
De acordo com o empreendedor, assumir a responsabilidade e reconhecer os erros, são as primeiras coisas que se tem que fazer, quando não se tem mais dinheiro para pagar as contas. Terceirizar as contas é adiar sua volta para o mercado.
Nunca fuja de ninguém e tenha credibilidade. Sem dinheiro, as dívidas começam a aparecer e com elas os cobradores. Rufino afirma que é essencial criar um senso de segurança nas pessoas. Elas precisam acreditar que você está correndo atrás do prejuízo e que vai pagar o que deve. E só se consegue isso tendo credibilidade.
Ninguém tem um sucesso sozinho. Então, construa um time forte que seja capaz de te ajudar em várias coisas, tanto na credibilidade e com uma boa imagem do mercado.
Sempre faça uma lista de prioridades, vendo quais são os itens básicos para a empresa funcionar. É preciso fazer uma lista real de prioridades e pagar primeiro o que faz a empresa abrir todos os dias. Na visão de Rufino, o mais importante é a luz.
Não s veja como uma prioridade. De acordo com Rufino, é preciso colocar isso na cabeça e deixar de lado a vaidade. Tem que esquecer os carros de luxo, os produtos supérfluos e o status.